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Agentes educativos participam da formação dos alunos
17/05/2002 · por Victor Humberto Salviato Biasutti

#2919# “Devemos nos limitar a catar o papel do chão, já que também somos pagos para isso?” Há alguns anos, quando um aluno “deixou cair” pedaço de papel no chão, veio a dúvida para um funcionário do setor de limpeza que se encontrava nas redondezas – e que não a reteve consigo. Ora, não deveria ele usar a vassoura e a pá para recolher o papel, destinando-o à lixeira, sem se preocupar com a origem do fato? Isso não faria parte de suas funções? Para definir melhor o que caberia aos funcionários da área técnico-administrativa no contexto de uma escola que prioriza a formação integral do jovem, foi solicitado à Direção que, quando da próxima vinda da assessora Leila Rentroia Iannone ao “Da Vinci”, houvesse reserva de um tempo para discutirmos esse e outros momentos do cotidiano que impactam tanto a atuação desses servidores. Discorrendo sobre teorias e pontos de vista que enfatizam a importância dos “agentes educativos” numa escola de formação humanista, ouvindo os anseios dos funcionários e auxiliando na tomada de decisões, a assessora externa deu o mote para que muitas ações fossem introduzidas, com profundas alterações de atitudes. E catar papel nunca mais foi a mesma coisa! Mesmo definindo que deveriam catar o papel, pois trata-se de uma necessidade real, os funcionários de apoio foram orientados a aproveitar um procedimento aparentemente tão simplista para auxiliar na formação dos alunos. E alguns questionamentos surgiram naturalmente: “Como e quando poderiam intervir? Os alunos os acolheriam? Estariam preparados para esse tipo de intervenção, advinda de uma pessoa que não era seu professor em caráter formal?” Tudo vivenciado a seu tempo. Algumas experiências foram se sucedendo; a maturidade se consolidando; a segurança chegando. Hoje temos uma realidade que nem de longe lembra o tempo de angústias e perguntas sem respostas. O funcionário, concebido como um cidadão, pode servir de modelo para os jovens em formação. No Da Vinci, a seleção é feita de modo criterioso, além de se investir no tratamento respeitoso e relacionamento sadio. Como resultado, uma equipe de funcionários que atua satisfeita, participativa, consciente e feliz, não se sentindo “alienada” em relação ao contexto educativo da Instituição. O Da Vinci incentiva e com freqüência viabiliza o desenvolvimento pessoal e o aperfeiçoamento profissional desses servidores, tanto que grande número de funcionários das “áreas de apoio” está freqüentando cursos superiores (alguns em regime de pós-graduação), contribuindo para que o nível escolar e cultural se faça cada vez mais elevado. Além disso, a Instituição oportuniza cursos esporádicos de formação de funcionários e seu envolvimento em oficinas para tomada de consciência a respeito de suas habilidades e competências, despertando-os para iniciativas de produção artística e cultural que possam gerar recursos e melhorar suas condições de vida. Com todo esse processo de formação, os funcionários se preparam permanentemente para bem lidar com os alunos. A preocupação do Da Vinci também se estende para agentes externos, nossos parceiros fornecedores de bens e serviços (construção, manutenção, transportes, aquisição de materiais e equipamentos, alimentos, etc.). Lidamos com nossos parceiros comerciais como se fossem funcionários – se não contarem com nossa confiança, não permanecem conosco. E, ao longo do relacionamento mantido com eles (estamos falando de anos de convívio), os parceiros vão respirando o “ar” da Escola, internalizando as linhas de pensamento aqui trabalhadas, adquirindo algumas posturas para o trabalho de formação ... Todo esse processo se desenvolve silenciosamente, nos “bastidores”, fazendo com que o mais simples de nossos funcionários/parceiros se torne um referencial para os alunos – de eficiência, alegria, elegância, ética, humildade, não necessariamente na ordem apresentada. E não estamos tratando de utopia, mas de um processo de formação consciente e flexível, que não se restringe a procedimentos e atitudes, mas atinge também o intercâmbio de conhecimentos. Os funcionários são chamados permanentemente pelos professores para mostrar aos alunos alguns aspectos práticos de suas vivências. Por diversas vezes entram em sala de aula para discutir com os estudantes dados e conceitos sobre a construção da escola, plantas arquitetônicas, barragens e geradores de energia, suprimento, distribuição e uso da energia elétrica, meios de comunicação e outros, baseados em experiências/formações próprias ou na operação/manutenção diária dos sistemas de apoio do Da Vinci. Aproveitando esse potencial, em 10/04/02 foram convidados Marcos Rodrigues de Melo, que coordena o Setor de Manutenção, e Aser Douglas Tonoli de Matos, parceiro prestador de serviços, conosco há vários anos, para oferecerem seus conhecimentos e trocarem informações com alunos das 3as séries, sobre “o caminho da água no Da Vinci”, uma vez que a temática da água ocupa importante papel na grade curricular desse segmento. Os “recortes” a seguir dão conta de um trabalho pedagógico-educativo desenvolvido dentro da perspectiva de pensamento de que o processo educativo não pode mais se limitar à sala de aula fechada, devendo percorrer os corredores e os bastidores da escola, inserindo os alunos na vida. O funcionário Marcos iniciou o contato com os alunos explicando sobre as quantidades de água em nosso planeta: muita água, porém, grande parte salgada, outra parte congelada... restando algo em torno de 1% diretamente aproveitável. Alguns estímulos foram lançados para os estudantes presentes: De onde vem a água? Como chega até a torneira? De que forma utilizar racionalmente a essa substância cada vez mais escassa? Foi interessante verificar a atuação do funcionário como sujeito educativo, projetando slides para ilustrar suas idéias, passando um vídeo educativo para mostrar o trajeto da água até nossas casas, estabelecendo interação com os alunos e não se limitando a trazer definições prontas. #2920#Em seguida, para sistematizar o conhecimento específico, a professora Maria Auxiliadora de Freitas, Dora, titular da turma, mostrou mapas de relevos, destacando os planaltos, as planícies e o percurso dos rios no Espírito Santo, particularmente na bacia que supre Vitória, enfatizando a carência dos recursos naturais e a necessidade do uso racional. Os alunos, que formavam uma platéia atenta e exigente (com interferências e indagações pertinentes), lembraram de algumas informações já vistas em sala de aula: o rio Jucu, o rio Bubu... E o funcionário Marcos agora aparece dando suporte ao uso de recursos tecnológicos, outra área de seu domínio. Na seqüência dos trabalhos, o parceiro externo Douglas apresentou o modelo do sistema de tratamento de água utilizado pela escola, antes de devolvê-la à rede de esgoto. E trouxe algumas curiosidades importantes para as crianças: Quantos litros de água consumimos internamente? Quantos litros gasta, em média, cada aluno a cada dia? E para onde vai a água após utilizada? Perguntas de caráter prático e contextualizado, fazendo do conhecimento algo aplicado, e não apenas teorizado. Os alunos tecendo hipóteses e depois verificando sua efetividade. #2921#O expositor esclareceu que três tanques interligados, com sistema de filtragem, separam os resíduos sólidos do líquido. “Mas, nunca vimos o carro limpa-fossas esvaziando a fossa da Escola”, disseram alguns alunos, “antenados”. Douglas explicou, então, que muitas das ações necessárias para construções, reformas ou manutenções são efetuadas em horários e tempos diferentes em relação aos das aulas, para que os alunos não tenham nenhum prejuízo em seus aprendizados. Vários componentes do sistema de abastecimento e esgoto foram apresentados aos alunos que os manusearam, questionaram a respeito... “aprendendo a conhecer”. E de novo a argumentação: “Mas, nunca vimos os filtros dos bebedouros serem substituídos...” Da mesma forma, foi explicado aos alunos que as trocas se dão em horários divergentes do tempo pedagógico, além de respeitarem uma periodicidade, para garantir fornecimento de água com qualidade apropriada. A seguir, os alunos, professores, funcionários e parceiros fizeram um “tour” pela escola, para seguir o “caminho das águas”. Marcos, em suas explicações no auditório, havia tratado do racionamento de energia elétrica, decorrente da redução dos níveis de água nos reservatórios. A visita aos locais de consumo foi uma oportunidade para ressaltar a importância do uso racional da água, não só pensando em nosso próprio consumo constante para beber, lavar, tomar banho, usar os sanitários e tanques, lavar carros... #2922#Os alunos foram informados de que, no Da Vinci, a água para os tanques dos peixes, para molhar as plantas e lavar algumas áreas da escola provém de um poço próprio, que otimiza o uso interno da água, deixando para o consumo humano aquela que vem da Cesan, e que merece o tratamento recomendado cientificamente. Continuando a “viagem”, a professora Érika dos Santos Alves (3ª A) e o funcionário Marcos passam pelo hidrômetro, onde a discussão gira em torno da medição e da cobrança da quantidade consumida. O momento pedagógico-educativo vivenciado foi uma grande oportunidade de aprendizagem não apenas para os educandos, mas para os professores titulares das turmas e os funcionáros incorporados à atividade, como sujeitos educativos. Há muitas outras situações educativas no Da Vinci em que, além da contextualização do conhecimento e da extrapolação do eixo professor-aluno-sala de aula-livro didático, há espaço para troca de talentos, habilidades e competências, com valorização do potencial dos funcionários que nos prestam serviços. Isso se reflete nas oficinas, na manutenção dos orquidários, na preservação dos espaços físico-institucionais, no funcionamento integrado da escola pela atuação de diversos segmentos administrativos. Se não dá para detalhar cada um desses momentos, pela diversidade com que acontecem, que ao menos estejamos todos atentos para a importância desse ideário e a necessidade de contribuir para sua consolidação.

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