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Avaliação de redações do vestibular
17/06/2002 · por Paulo de Tarso Rezende Ayub

Além da preocupação constante com a busca de um diferencial pedagógico-educativo, o Centro Educacional Leonardo da Vinci atua na sociedade como interlocutor crítico em relação a diversas tendências e atitudes “educativas”, ingressando no debate de temas complexos, tais como: livros didáticos; exames nacionais como balizadores da excelência em educação; avaliação institucional de escolas; alfabetização significativa; avaliação de textos por iniciativa de universidades públicas; ensino de sociologia no ensino médio. Os autores de artigos e ensaios em torno desses conteúdos fazem parte de uma equipe pedagógica “antenada”, que busca constante reciclagem mediante programas internos de formação, reuniões institucionais e grupos de estudo.

Nesta oportunidade, divulgamos a seguir um texto-ensaio publicado recentemente no jornal local “A Gazeta” (Vitória –ES) pelo professor Lúcio Vieira de Almeida (Lúcio Manga – professor de produção de texto do CENTRO EDUCACIONAL LEONARDO DA VINCI), posicionando-se sobre a falta de transparência e diálogo da UFES na questão da avaliação de redações.

Em maio de 2002, publicamos artigo de autoria da Diretora Pedagógica da Instituição, Maria Helena Salviato Biasutti Pignaton, manifestando-se sobre modelos alfabetizadores e pontos de vista adotados perante eles, que pode ser lido em Diálogo de visões

Para quem não os leu na Mídia Impressa, é uma oportunidade de conhecerem os posicionamentos de nossos educadores, principalmente para se integrarem à rede de reflexões em torno de questões educacionais importantes, que estão a merecer revisão de pensamentos e atitudes

A seguir, o texto do professor Lúcio Manga, publicado em A Gazeta de 28 de abril de 2002.




Quanto vale um texto?
Quanto vale um texto?
Quanto vale um texto?

Virgínia Santi, futura médica, disse o seguinte: "Os cidadãos deveriam deixar a passividade de lado e passar a discutir mais sobre política, tanto dentro quanto fora de casa, e estimular os pais e as instituições de ensino a ensinar a todos a pensar no voto como uma forma de contribuir para a melhoria da democracia, e não, como vem sendo exposto, como um meio de encher os bolsos dos políticos." Ela está certa. É preciso deixar a passividade de lado e dizer certas verdades no peito. A questão é simples: Quanto vale um texto?

Ao iniciar os trabalhos relacionados à produção de texto, sempre estamos lado a lado com o velho paradigma das inúmeras possibilidades de argumentar a partir da mesma idéia de maneiras diferentes. A linguagem nos permite avançar. O problema, entretanto, é que de espectador passamos a personagem, dentro do trabalhoso mundo dos pesquisadores de teto (amigos inseparáveis de leituras) e do mundo dos que vão dar uma nota ao texto produzido pelos alunos. E, como personagem, faço parte da história, quase como protagonista, não fosse a história de cada cidadão-vestibulando-embrionário. Não importa. Assumo o papel de "núcleo engraçadinho da novela", mas levo a sério tudo que se movimenta em função do texto.

Nossa citação inicial foi retirada de uma redação produzida pela aluna Virgínia Santi, adolescente significativamente cidadã, que consegue desenvolver e ser uma candidata de peso em qualquer concurso de vestibular, cuja redação seja corrigida por aqueles que pesquisam sobre argumentação, que devoram as inúmeras informações sobre produção de texto. Para dar uma nota em um texto, é preciso saber o que não descontar, mas a banca corretora de redação da Ufes não dialoga. Não se apresenta à comunidade, fica trancafiada em sua "torre de marfim", distribuindo notas. Qual é o critério? Quem são os algozes?

O leitor deve estar pensando que faço aqui uma defesa pública da minha aluna Virgínia, mas não é o caso. Ela tirou uma nota excelente. A guerra interna gira ao redor da proposta. A universidade está a milhas do que ela mesma produz como discurso pedagógico. Quem corrige as provas do vestibular está escondido pelo sistema. Daí ser a nota o cálice sagrado; daí a desesperada luta pelo bom texto não ser uma questão de vontade própria, mas de imposição da ocasião. "Quanto vale o meu texto?" – é a pergunta que escuto durante todo o ano. E, a cada vez que atribuo um valor, torno-me responsável pela futura nota do avaliado. Tormenta digna de divã.

Estamos chegando ao parágrafo da "solução para o problema". Então, deixo uma dica aos professores da banca de redação da Ufes. Dêem uma olhada nas provas que preparamos, reparem nos temas propostos, façam reflexões, troquem informações, permitam-nos entender a lógica criada por vocês. Sejam educadores. Mas, caso essa solução seja melodramática demais, sigam os conselhos de Penha Lins, Hilda, Cleonice, Bregenski, Idelze, Sheise, Paulo de Tarso, Dodora, José Augusto, Geraldi, Costa Val, Ingedore, Alcir, enfim, os grandes mestres do texto.

Reparem que a introdução deste texto fala da importância de fazer o jovem pensar. Hoje talvez seja a tarefa mais significativa do processo educacional. Para pensar, entretanto, é preciso uma questão. Alguns alunos questionaram a nota atribuída pela Ufes, ficaram esperando uma resposta minha. O problema é que eu estou tentando entender quem foi o aculturado em meio de comunicação que acha que um jovem deve saber quem foi Alziro Zarur ou Madame Satã, por exemplo, a ponto de conseguir um consistente-coerente-coeso e, é claro, original texto dissertativo.

LÚCIO MANGA é professor de produção de texto



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