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Da Vinci investe nos trabalhos pedagógicos e educacionais em torno do calendário do PEA/UNESCO
19/11/2003 · por Paulo de Tarso Rezende Ayub

Quer na condição de escola associada, quer na condição de coordenadora regional do Programa de Escolas Associadas do PEA/UNESCO, o Da Vinci vem pautando sua atuação no trabalho, na socialização e no empreendedorismo. Antes de se associar, a instituição já desenvolvia iniciativas coerentes com o ideário do programa, diante do que a integração representou um incentivo a mais para aprimorar práticas já vigentes, conceber novas iniciativas e estimular outras escolas a se associarem, abraçando o desafio da educação para a paz e da atuação em rede.

Desenhos da 1ª série: a biodiversidade no Da Vinci
Desenhos da 1ª série: a biodiversidade no Da Vinci
No ano de 2003, tem sido visível uma maior atenção por parte da escola em relação à observação do calendário anual da UNESCO. Dada a compatibilidade entre tantos temas incorporados ao ideário do PEA/Unesco e a configuração de nossos currículos explícito e oculto (e de tantas outras escolas – associadas ou não), estamos aprendendo a dar valor a iniciativas pedagógicas cotidianas que antes ficavam restritas às quatro paredes da sala de aula, quando não lançamos novo olhar sobre os projetos já existentes, verificando a possibilidade de agregar referências ao calendário anual da UNESCO, dando-lhes maior repercussão no cotidiano escolar.

A comemoração do Dia mundial da diversidade biológica, em 22 de maio, foi feita de modo singular. A escola considera que não há como pensar em ecologia ou diversidade biológica de forma amplificada se não aprendermos a olhar e valorizar o que nos ronda. O Da Vinci procura apresentar sua contribuição nesse sentido, ensinando os alunos a olharem, com outros olhos, o morro situado na parte dianteira de nossas instalações (tombado como área de preservação ambiental, e objeto de um projeto paisagístico em construção) ou pequenos habitats existentes no interior da escola (orquidário, lago de peixes, jardins, orquidário, etc.).

Desenhos da 1ª série: a biodiversidade no Da Vinci
Desenhos da 1ª série: a biodiversidade no Da Vinci


Para dar maior significação a esses espaços, foi desenvolvida uma iniciativa com alunos da 1ª série do Ensino Fundamental, pretendendo formar nelas o olhar observador. As crianças percorreram a escola e tiveram o compromisso de captar manifestações de diversidade biológica no interior do Da Vinci, elaborando ilustrações para projetar seu olhar que geraram um painel comemorativo e foram tema de uma alusão especial no informe da Vinci nº 39 (2º período/2003). Além de atividades dessa natureza contribuírem para que o ideário do PEA/UNESCO deixe de ser uma abstração e faça parte integrante do currículo escolar, geram intensificação da auto-estima das crianças produtoras, estimulando-as a exercer a criatividade e a pensar em outras ações que projetem no outro seus olhares e vozes.

Celebração do Dia Internacional contra o abuso e o tráfico ilícito de drogas
Celebração do Dia Internacional contra o abuso e o tráfico ilícito de drogas
Já no dia 26 de junho, um grupo de alunos voluntários e o professor Paulo de Tarso, de Língua Portuguesa do Ensino Médio, fizeram uma referência simbólico-crítica à passagem de um ano da morte do jornalista Tim Lopes, como forma de marcarem a celebração do Dia Internacional contra o abuso e o tráfico ilícito de drogas. Alunos postados em locais estratégicos da escola deixavam mensagens reflexivas para os que chegavam, em forma de faixa (“Você já esqueceu?”) ou de falas dramatizadas, baseadas na obra Narcoditadura, de Percival de Souza (Labortexto Editorial), todas visando a despertar no interlocutor consciência crítica ou interesse pela pesquisa em relação a fatos que não sejam de seu domínio: País sem memória, país sem história; Você já ouviu falar na Escuderia Lê Coq, Falange Vermelha e Comando Vermelho? O que têm em comum as mortes de Araceli, Maria Nilce e Tim Lopes? Você sabe o que aconteceu com o promotor Francisco Badenes? Você tem consciência de que vivemos uma Narcoditadura?

Vigília simbólica: um ano da morte de Tim Lopes
Vigília simbólica: um ano da morte de Tim Lopes


Em outro movimento simultâneo, um grupo simulava uma vigília, tendo ao centro uma foto de Tim Lopes e diversos objetos de valor simbólico: uma rosa vermelha, um recorte de jornal da época do bárbaro assassinato, um gravador (representando o ofício de jornalista), objetos religiosos e a instigante obra Narcoditadura, já referida, que faz um mergulho no mundo do narcotráfico, traçando um panorama das mortes em série provocadas pelo crime organizado até desembocar na apuração aprofundada da seqüência de fatos que marcaram a eliminação de Tim Lopes.

Dramatização do poema
Dramatização do poema "Nós, os que matamos Tim Lopes", de Affonso Romano de Sant’anna


Reflexão sobre a responsabilidade de cada um
Reflexão sobre a responsabilidade de cada um
Em seguida, o grupo fez uma espécie de procissão até a área de entrada da escola, onde apresentaram uma partilha dramatizada do texto “Nós, os que matamos Tim Lopes”, de Affonso Romano de Sant’anna, alternando movimentos cênicos para demonstrar a postura da sociedade na desconsideração de um dos problemas mais graves da história contemporânea: a ditadura do consumo e tráfico de drogas. Como essência desse texto, uma reflexão aprofundada sobre a responsabilidade individual dos que se envolvem na rede de relações pessoais e comerciais em torno do universo da droga, seja como traficantes, seja como usuários, seja como políticos ou profissionais do Direito que se omitem perante a causa ou financiam o prestígio dos traficantes, seja como artistas que enaltecem as sensações da droga, em suma responsabilizando qualquer pessoa que se rende aos efeitos da droga sob argumentos os mais diversificados. Ao final, uma pergunta direcionada a cada espectador, em especial para aqueles que praticam a ditadura da omissão: E então, você ainda se acha inocente?

E então, você ainda se acha inocente?
E então, você ainda se acha inocente?


Outro movimento interessante aconteceu no Dia internacional da população indígena, comemorado em 09 de agosto.

Dança e música indígena
Dança e música indígena
Como a escola realiza, há vários anos, uma excursão pedagógica com alunos de 4ª série do Ensino Fundamental à aldeia dos guaranis, em Aracruz, prevendo como conteúdos curriculares a comparação entre moradias e estilos de vida, o olhar crítico sobre a realidade das populações indígenas e a observância dos resquícios de uma civilização quase extinta (já em muito descaracterizada pela passividade na assimilação de traços de outras culturas), detínhamos uma experiência acumulada que nos possibilitaria dar maior significado à celebração da data.

exposição de objetos indígenas e de maquetes construídas pelos alunos
exposição de objetos indígenas e de maquetes construídas pelos alunos
Como culminância dos trabalhos, os alunos encenaram danças indígenas e manusearam instrumentos musicais típicos desse grupo social, apresentando-se para colegas de outros grupos-classe, enquanto que os professores oportunizaram uma exposição de objetos indígenas e de maquetes construídas pelos alunos, mostrando diferenças arquitetônicas e estruturais entre moradias urbanas e indígenas. Como propostas fundamentais desse trabalho, a denúncia à exclusão social e à tendência do indígena em receber passivamente os domínios da civilização branca, muitas vezes sob um enfoque do assistencialismo, além da conscientização da comunidade educativa para a relevância do tema.

Mural pela paz
Mural pela paz
O movimento pela paz também não está distante da programação da escola., disseminando-se por diversos momentos pedagógico-educativos. Em vez de conceber movimentos mais amplos, a escola trabalha o tema de modo filosófico e particular, conscientizando os alunos para a importância de cultivarem a paz em suas relações familiares e interpessoais, pois não basta enxergar a problemática da ausência da paz no mundo de forma macroscópica, sem que isso gere alterações interiores, no contexto do eu e do contato com o outro.

Mural pela paz - detalhe
Mural pela paz - detalhe
Para incorporar outras instituições nessa corrente de pensamento, o Da Vinci sugeriu às escolas associadas que aproveitassem a trama poética, conteúdo de segundas séries, para elaborarem e ilustrarem poemas sobre a paz, compondo uma coletânea com previsão inicial de lançamento para o Dia Internacional da Paz, comemorado em 21 de setembro. Como o livro não foi editorado/montado a tempo, no dia alusivo à data houve uma exposição de alguns recortes que o comporão, mas o lançamento agregando a escola e as associadas que se dispuseram a participar teve que ser adiado para o final do ano. De qualquer forma, vale mais o processo que permeia atividades dessa natureza – e não apenas seu produto final.

Poema pela paz
Poema pela paz


Em iniciativas ora agregadas à sala de aula, ora concebidas por voluntários, a escola cuida de disseminar a filosofia do PEA/UNESCO no contexto escolar e na comunidade educativa, dando demonstrações de um transitar da retórica de intenções para o reino das possibilidades.
Mesmo conhecendo as dificuldades de cada escola no sentido de socializar suas tantas práticas em torno do ideário do PEA/UNESCO em tempo hábil, o que também impacta nossa atuação, é imprescindível que, volta e meia, se faça uma parada reflexiva e se divulguem os trabalhos em andamento/concepção, pois a atuação em rede não pode configurar-se como tal se não houver um compromisso permanente com o aprimoramento e a socialização das vivências educativas. Aprende-se muito com o eu e o outro, com o saber falar e o saber ouvir, com a atuação pelo trabalho e pelos reflexos deste na consciência filosófica e no engajamento político-social.



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