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Concurso cultural “Sintonia entre gênios”
30/08/2011 · por Paulo de Tarso Rezende Ayub · Tags: Expressão e Pensamento, Perspectiva Cultural, Viagem Acadêmica


 Concurso cultural “Sintonia entre gênios”: uma abertura inspiradora


Como desdobramento do currículo de perspectiva cultural, nosso aluno é sempre estimulado à produção intelectual e criativa, a fim de perceber a função social da escrita/imagem e a importância do estilo individual na expressão de ideias. Ao longo dos dois períodos de 2011, como parte dos tributos a Augusto Ruschi, já realizamos dois concursos internos de redação (primeiro para o Ensino Médio e depois para o Fundamental II), o que propiciou aos participantes transitar por diferentes gêneros textuais e pelas etapas de pré-leitura e pesquisa, como subsídios para uma produção mais consistente.

Para o terceiro trimestre, está sendo proposto um novo concurso cultural (intitulado “Sintonia entre gênios”), desta vez direcionado aos estudantes dos quintos anos, como parte das atividades vinculadas à viagem acadêmica a Campos do Jordão/Taubaté.

A proposta consiste em idealizar um encontro entre Monteiro Lobato (foco de trabalho literário com as séries) e Augusto Ruschi (escolhido como patrono do Da Vinci em 2011), por intermédio de um desenho criativo, acompanhado de uma escrita contextualizadora. Os alunos poderão contemplar as contribuições dos dois grandes gênios nas Artes-Ciências; a identificação com as causas ecológicas e as polêmicas; o vasto acervo de escritos, inventos, símbolos e personagens que nos legaram; ou outro ponto de contato que identificarem, a partir de estudos autônomos ou guiados.

         
                        Agusto Ruschi                                                 Monteiro Lobato


            
                         Monteiro Lobato                                                 Augusto Ruschi


Tal ideia surgiu da criação artística de Luciana Biasutti, que promoveu um curioso encontro entre a genialidade de Leonardo da Vinci e Augusto Ruschi (os dois resgatados como nossos patronos pedagógicos e culturais – em 2009 e 2011, respectivamente), fazendo-os contracenar num painel de grandes dimensões que alia o olhar artístico e científico. A tela passou a compor o acervo permanente da Escola, estando exposta no Refeitório “Santa Ceia”.



Para apresentar o novo concurso cultural aos participantes, pensou-se em uma apresentação intimista e reflexiva, cujo principal objetivo seria inspirar os participantes a deixarem fluir sua criatividade e buscarem a qualidade em seus trabalhos escolares, a partir do contato prévio com outras iniciativas de produção.

Assim, num primeiro momento, foram colocados face a face com a artista Luciana e sua obra de arte, quando então exercitaram a apreciação estética, o olhar observador e o potencial interpretativo,  sentindo a essência da proposta. Pelas diferentes manifestações dos alunos, ficou visível o impacto individual que a expressão artística provocou em cada um, a exemplo do que é retratado na linda exposição de fotografias “O Louvre e seus visitantes”, de Alécio de Andrade, em curso no Museu de Arte do Espírito Santo.





Transportados em seguida para o Auditório, os alunos conheceram duas produções escritas feitas a partir da tela artística de Luciana Biasutti (uma de autoria da Diretora Pedagógica Maria Helena e outra do professor Paulo de Tarso, ambos envolvidos com a coordenação da viagem acadêmica), para que percebessem a força da obra artística como geradora do pensamento e da reflexão no apreciador. Além disso, conheceram um outro “eu” de educadores com que lidam no cotidiano, verificando como a perspectiva cultural os estimula a exercitar seu estilo de expressão e suas habilidades, a modelo do que propõem aos alunos em concursos culturais.

Enquanto os “escritores” Maria Helena e Paulo de Tarso procediam à leitura dramática de seus textos e demonstravam sua aptidão e gosto para lidar com as palavras, a “artista” Luciana revelava seu potencial artístico ao vivo e em cores, criando desenhos/imagens inspirados no legado de Ruschi ou projetando bolas de sabão; tudo sob o olhar atento e apreciativo dos alunos que participarão do concurso.











Numa espécie de “entreato” que manteve com os espectadores, Luciana detalhou como se deu a construção de seu “eu” artístico, fruto de uma família que investia na cultura como estilo de vida e de um olhar pessoal antenado aos detalhes e do interesse pela experimentação e re-elaboração. A alma da artista tornou-se transparente para quem teve o privilégio de ouvi-la.



Já Maria Helena e Paulo de Tarso trataram de sua intimidade com as palavras, demonstrando como agiram livremente ao transpor para a expressão escrita o conteúdo do painel artístico que os inspirou. Isso lhes permitiu acrescentar indagações, improvisos e tiradas poéticas, e até misturar os gêneros textual de resenha, ensaio e crônica, num estilo de escrita dirigido, porém criativo.

Quando receberam o formulário trazendo a filosofia/foco do concurso e o cronograma dos trabalhos (que prevê uma primeira produção, devolutiva individual pelas professoras-titulares e possibilidade de aprimoramento/reelaboração), os alunos dos quintos anos mostraram-se aquecidos e sensibilizados, prontos a “mergulhar” num processo em que imagens e palavras devem visibilizar uma à outra para externar o perfil do produtor e tocar a sensibilidade do interlocutor.

Fiquemos, agora, em compasso de espera para oportunamente conhecer os produtos deste desafio que instigará os alunos à expressão personalizada e à experimentação de diferentes dimensões de viagem: presencialmente; pelo pensamento e imaginação; pelo traçado de esboços, desenhos e letras. Um trajeto pelo conhecimento que lhes propiciará também conhecer-se um pouco mais de si mesmos.

Eis a íntegra dos dois textos escritos apresentados durante o lançamento do concurso, num diálogo verbal com a tela de Luciana Biasutti.


BRASIL/ITÁLIA – ESPÍRITO SANTO/TOSCANA – SANTA TERESA/FLORENCE – RUSCHI + DA VINCI
(Maria Helena Salviato Biasutti Pignaton)

À primeira vista, o tempo distancia pessoas, acontecimentos, lugares. Mas esse mesmo tempo, vivido por outros indivíduos no futuro dos que já se foram, aproxima pessoas, acontecimentos e, por que não, lugares?
Augusto Ruschi ... Leonardo da Vinci. O primeiro viveu nos idos de 1900, bem perto daqui. Um cientista-artista. O segundo, nem tão perto daqui. Um artista-cientista. Leonardo, o projetor de aparelhos voadores, nunca chegou a voar. Já “Guti”, um estudioso do vôo dos pássaros mas não das máquinas voadoras, voou pelo mundo afora, acompanhado dos seus beija-flores, protegidos como tesouros.
A realidade e a imaginação entrelaçam-se não só nos livros de Literatura. A ficção é o registro do que existe no mundo real. São imagens que os homens constroem, a partir do que existe em seu mundo externo e interno.
Luciana Biasutti, artista que embeleza/humaniza os espaços do Centro Educacional Leonardo da Vinci e torna artístico o cotidiano dos que aqui circulam e convivem, também é uma projetora de voos. Idealizou um encontro entre os patronos Leonardo da Vinci e Augusto Ruschi. Retratou-os em tela, que enfeita o Refeitório Santa Ceia desde o início do ano letivo.  Em síntese, o pano de fundo desse diálogo está no gosto pela natureza e pela Arte-Ciência; na pulsão pela vida.
Olhando para esta representação tão viva e para estes dois seres tão pulsantes, o pensamento voa rápido, como um beija-flor: o que será que confabulam Da Vinci e Ruschi? o avião foi uma contribuição mais significativa do que os inventos e experimentos de Da Vinci/Ruschi?  Vale ainda a pena observar a natureza? Olhar para o que nos cerca traz mesmo a  possibilidade de aprender mais? Aprender o quê: a inventar/imaginar? O que nos torna únicos? O que podemos extrair do legado dos gênios?
Da Vinci observou, imaginou, projetou ... Ruschi observou, imaginou, classificou ... Ambos permanecem como raridades, inquietos e inquietantes.
E você, um observador do seu entorno, com olhos para ver, ouvidos para ouvir, pensamentos para compartilhar, tato para sentir, como idealiza suas produções de futuro? O que pode deixar como contribuição para o outro continuar? Como as sementes lançadas por Da Vinci e Ruschi podem frutificar em você? Não se preocupe em falar; permita-se sentir, refletir, projetar ...



MONTEIRO LOBATO X AUGUSTO RUSCHI : A VIDA COMO ARTE DO  ENCONTRO
(Paulo de Tarso Rezende Ayub)


Os caminhos traçados pelos gênios acabam se entrecortando. Se o tempo fosse congelado e as distâncias reduzidas, poderiam coexistir em um mesmo tempoespaço. Como não há pó de pirlimpipim que propicie essa fusão, que pelo menos os olhemos como copilotos da História, a nos inspirar com suas inteligências, sensibilidades e iniciativas.
Embora expostos a diferentes influências culturais – do profícuo “Berço do Renascimento” à singela “Beija-Flor do Espírito Santo” -, o italiano Leonardo da Vinci e o capixaba Augusto Ruschi ensinam-nos  que não há distâncias para quem se propõe a transpor limites e abrir clareiras.  Tantos são os traços em comum entre eles que um pode ser pensado como reflexo do outro.
A observação apurada dos pássaros, que levou Da Vinci a descrevê-los cientificamente e desenhar tantos traçados de seus voos para inspirar a criação de máquinas, também moveu Ruschi, que, além de investigar e salvaguardar tantas espécies, inventou dispositivos para recolhê-los na natureza, criá-los em cativeiro e transportá-los com segurança. A obsessão pelos pássaros seria um manifesto pela liberdade criativa e pela autonomia de pensamento que ambos sempre buscaram?
A fusão entre imagem e escrita, praticada como ofício,  também funde os dois seres em um só. Leonardo, com seu desenho preciso e  escrita invertida, surpreendeu o mundo pela fartura de suas observações e produções em diversos campos, das Artes às Ciências; Ruschi, com sua aptidão para o desenho/fotografia e escrita detalhista, legou-nos um grande acervo de registros científicos sobre o meio natural e de “janelas” para expressão artística. Colocados lado a lado, legaram-nos tantas imagens, escritos e releituras que, para organizar tal acervo, só fazendo uma superampliação na biblioteca do Visconde de Sabugosa.
Tendo deixado tantos rastros, vestígios e pistas, não há como deixar de lhes atribuir o mesmo título que Monteiro Lobato recebeu: furacão. A riqueza de suas histórias de vida irradia uma força interior que não se compara a uma simples rajada de vento.




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