O segundo tempo da festa temática em torno da Copa do Mundo, a cargo dos alunos do Fundamental, manteve a mesma filosofia da apresentação da parte da manhã, com a celebração do sentimento de nacionalismo e a revelação de singularidades de países participantes do evento em 2010, alguns com maior representatividade na história das Copas, outros de menor expressão futebolística, todos com um rico legado cultural a descortinar.
No início do segundo tempo, prestou-se uma homenagem à África do Sul, com seu pioneirismo ao sediar uma copa do mundo. A entoação da música tema oficial da Copa do Mundo, uma mistura de ritmos africanos tendo como propósito celebrar a união entre os povos, representou a oportunidade de alunos do Da Vinci demonstrarem suas habilidades musicais (como instrumentistas ou participantes de um grande coro) e se colocarem em sintonia com o mundo, fazendo desfilar pela quadra um painel ilustrativo da diversidade que marca a Copa do Mundo.
A montagem do painel da copa traz uma visão da diversidade que representa o evento
A abertura da festa noturna trouxe à cena uma produção artística criada por alunos do Fundamental I, durante as aulas de Artes, para congregar os trinta e dois países participantes do evento em torno de um símbolo nacionalista: a bandeira, demarcada em nossa festa por múltiplas cores, formas e desenhos, um mosaico de culturas.
Simbolizando a expressão do nacionalismo ao redor do mundo, a bandeira multifacetada da Copa do Mundo traduz uma homenagem do Centro Educacional Leonardo da Vinci a todos os países participantes
As coreografias tiveram início com a simulação de danças tribais africanas, em seu culto ao espírito guerreiro ou aos seres míticos da natureza. Portando trajes e adereços típicos, os alunos do segundo ano sentiram de perto a energia da cultura africana, tão impregnada em seu cotidiano pelas manifestações corporais e musicais, e tão presente em nosso país devido aos legados deixados pelos negros que participaram da construção de nossa história.
Já os terceiros anos homenagearam a Suíça e a Holanda por seu reconhecido legado cultural, trazendo um retrato do cotidiano vivenciado em exuberantes regiões rurais da Europa, em que a dança ocupa um lugar de destaque na celebração da fartura dos campos e na consolidação das tradições de cada país. Embora os dois países tenham uma tradição bem diferente em termos de Copa do Mundo (a Suíça sem expressão; a Holanda celebrada como “laranja mecânica”), a Escola deu-lhes um mesmo tributo em nossa festa temática, reconhecendo seu vigor como expressão cultural do Velho Mundo.
Danças típicas praticadas em colônias rurais no Velho Mundo: celebração de fartura e afirmação de identidade
A França, como celeiro de tantas irradiações culturais e país de representatividade na história das Copas, foi homenageada pelos quartos anos tanto na leveza de um bailado de dançarinos de salão quanto na representatividade de uma dança renascentista, praticada no coletivo. Os dançarinos dos quartos anos internalizaram a atitude clássica e transportaram o público pelos caminhos da história e da tradição.
E ao final (como não poderia deixar de ser), o Brasil dominou a cena, trazendo como protagonistas os alunos do quinto ano, já se sentindo um pouco nostálgicos por sua proximidade com o ingresso no Fundamental II. Praticando alternadamente os movimentos do frevo e do samba, e tendo como pano de fundo a Aquarela do Brasil, o samba “Deixa a vida me levar” e canções-tema do cancioneiro nordestino, nossos alunos, lidando com maestria com sombrinhas e pandeiros, impregnaram o ambiente de movimento, ritmo, alegria, entusiasmo, ginga. O país do futebol, momentamente, transformado em país da dança típica e da simbologia cultural.
Frevo e samba: em comum, a energia e a vibração; em particular, estilo próprio e singularidade de ritmo
O encerramento trouxe todos os dançarinos ocupando os espaços da quadra grande para entoar a música-tema da copa (Wavin’flang) com entusiasmo e guardando sintonia com expressões corporais (era impossível manter-se estático!). O final do segundo tempo tornou-se então uma grande celebração coletiva pela diversidade.
Uma avaliação geral do trabalho, resultante das tantas impressões ouvidas durante e após as apresentações, deixa boas marcas na memória: a força coletiva que agrega alunos e professores em torno da perspectiva cultural; as diferenças de habilidade entre os dançarinos e a recusa de poucos em dançar, mas sem deixar de compor com o coletivo; o comportamento exemplar dos estudantes do Infantil e Fundamental, sabendo portar-se ora como protagonistas, ora como plateia; a interação com o público, na maior parte formada por pais afetivamente encantados; o enriquecimento da visão sobre o futebol com o legado cultural. E, como traço mais marcante, alunos apaixonados por seus papéis e torcedores em potencial, representando sofisticadas coreografias com desenvoltura e leveza. Em suma, um momento para deixar saudades e ser bastante revivido, pelas memórias fotográficas.