“O segredo de uma vida empolgante não está em
descobrir maravilhas, mas em procurá-las.”
Augusto Ruschi
As Viagens Acadêmicas no Da Vinci assumem caráter sociocultural, visando à formação de sujeitos pensantes, críticos e interferentes na realidade. O espírito observador e a responsabilidade cidadã; a elaboração individual de diários de bordo para registrar o vivenciado/aprendido; a produção cultural por parte dos alunos são os alicerces dessa iniciativa, que principia nas séries iniciais do Fundamental, ensejando preparação prévia com os alunos-viajantes (sob as perspectivas pedagógico-educacional e científico-artística), criação autônoma de roteiros com perspectiva cultural e avaliação fundamentada sobre os ganhos e dificuldades encontrados em cada evento, na etapa de Pós-Viagem.
Os focos de trabalho variam por série, agregando as dimensões histórico-geográfica, artística e cultural, sempre promovendo a integração de saberes, objetivos e resultados. Os roteiros estão sempre sujeitos à filosofia da manutenção/inovação para que melhor se atenda à inter-relação com conteúdos pedagógicos e nunca se perca de vista o compromisso de propiciar conforto, segurança, interesse e diversificação cultural aos envolvidos. Dentre os destinos já visitados, destacamos Três Santas (Santa Maria, Santa Teresa e Santa Leopoldina), Campos de Jordão/Taubaté, São Paulo, Ouro Preto, Congonhas, Serra do Caparaó, Abrolhos, Petrópolis, Buenos Aires, além de diversos países de Europa, tais como Itália, Suíça, França, Espanha, Inglaterra, Escócia, Noruega, República Tcheca, Eslováquia, Rússia, Áustria, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Hungria, Irlanda, Irlanda do Norte, Islândia, País de Gales, Liechtenstein, Principado de Mônaco, Alemanha, etc.
A observação participativa, que supõe permanências dos alunos investigadores no contexto real, participando diretamente dos fatos e acontecimentos locais, registrando-os, analisando-os, confirmando-os ou refutando-os através de procedimentos metodológicos da observação, entrevistas, estudos comparativos e possível intervenção no meio denotam o caráter ampliado das Viagens Acadêmicas, em relação às Excursões Pedagógicas.
As Viagens Acadêmicas revestem-se de uma intencionalidade educativa e inserem os profissionais do Da Vinci como protagonistas do processo, de modo a contribuir para uma maior consistência do turismo pedagógico e diferenciar atividades dessa natureza de experiências propiciadas por agentes especializados (terceirizados) ou realizada autonomamente pelas famílias.
As Viagens Internacionais detêm um perfil diferente em relação às nacionais , uma vez que são realizadas por grupos mistos, integrando alunos de séries variadas, dos Ensinos Fundamental e Médio. Nesse caso, são montados grupos permanentes de estudo em horário extraordinário, para que os alunos constituam um repertório que os instigue a tirar o máximo proveito de todas as propostas culturais e educativas a serem vivenciadas, sob o leque da diversidade. Nesse contexto, os alunos são municiados de informações detalhadas sobre os destinos que visitarão, além de discussões sobre aspectos comportamentais/atitudinais e questões culturais inerentes à estada em países estrangeiros e ao convívio entre realidades socioculturais distintas.
O registro de crédito na documentação dos alunos que participam das Viagens Acadêmicas do Da Vinci é referendado pela Secretaria de Educação do Estado do Espírito Santo, firmando uma nova dimensão curricular, na qual o conhecimento ultrapassa os muros da escola e integra-se a uma rede de interações e possibilidades.
Na seção das Notícias, podem ser encontradas matérias acerca das viagens já realizadas, o que constitui uma memória precisa desse componente curricular. Além disso, cada uma das viagens possui uma seção própria no menu ao lado, em que podem ser conhecidos o roteiro e a programação, focos e objetivos de cada evento, bem como visualizadas fotografias ilustrativas de edições anteriores da viagem em questão.
PROCEDIMENTO DE ROTINAAs viagens acadêmicas do Da Vinci são focadas no estudo, no trabalho, na pesquisa de campo e na produção cultural. Não há conotação de passeio, turismo, diversão ou similar, sendo que em seu curso prevalecem as mesmas normas praticadas no cotidiano pedagógico, considerando desde a não-utilização de bonés/chicletes até o compromisso com organização de materiais, registros acadêmicos e respeito à diversidade humana e ao patrimônio natural e arquitetônico.
Sob essa filosofia de atuação, os alunos-viajantes não podem portar máquinas fotográficas e filmadoras (a não ser que necessárias à produção cultural subseqüente), celulares, reprodutores de músicas, jogos eletrônicos ou outros recursos tecnológicos que os isolem em relação ao convívio e integração com o grupo, além de reduzirem sua concentração no tocante às atividades culturais/educativas. Importante salientar que a própria Escola promove os registros fotográficos e disponibiliza CD para todos os alunos com as fotografias ilustrativas da viagem, sempre privilegiando o coletivo (em detrimento ao individual) e a visão pedagógico-cultural. Também os coordenadores de cada grupo em viagem dispõem de celulares para comunicações que se façam necessárias por parte da escola com as famílias, além de haver uso de telefones públicos em horários-livres para que os alunos mantenham contato com seus familiares.
Os custos de participação fixados para o aluno não incluem qualquer parcela de lucro para a escola, cobrindo todos os gastos com a viagem: transporte aéreo e rodoviário, traslados, hospedagem, refeições, lanches, guias, ingressos, micro-ônibus, bolsa e mochila para viagem, vestimentas necessárias para padronização do grupo, CD com fotos, etc. Em caso de desistências (admitidas apenas em casos fortuitos), a devolução de recursos só será possível após o balanço final da viagem, caso isso não resulte em prejuízos para a escola. Não será admitida a transposição das passagens aéreas adquiridas pela Escola, com intermediação de agências de turismo, para programas de milhagem devido ao caráter coletivo das viagens acadêmicas, o que impossibilita administração de interesses individuais, bem como à montagem de roteiros diferenciados, congregando as dimensões terrestre e aérea.
Só viajarão os alunos das turmas nas quais pelo menos 65% dos estudantes participarem. Alunos de turmas que não viajarem (menos do que 65% de participantes), terão aulas normalmente. Das turmas que viajarem, os alunos não participantes não terão aula. Por considerar a viagem acadêmica foco de múltiplas aprendizagens, a Escola procura criar espaços de interlocução entre os grupos de alunos viajantes e não-viajantes, de modo a favorecer uma troca de impressões em torno do vivenciado e trazer para a sala de aula percepções e conteúdos decorrentes do contato com a realidade, que muitas vezes se configura bastante diferenciada em relação às proposições de materiais didáticos e instrumentos de divulgação.
A Escola disponibiliza bolsa própria de viagem, com etiqueta de identificação dos alunos, a qual tem dimensão suficiente para abrigar os itens necessários, de acordo com as orientações prestadas pela escola no tocante ao uso de uniformes-padrão e de camisas próprias para cada viagem, além de vestimentas adequadas ao clima e às situações socioculturais a serem vivenciadas em cada contexto. Como em alguns locais do roteiro, os alunos visitam galerias de artesanato e gostam de adquirir presentes para pessoas de seu círculo de relações, a escola propicia uma mochila padronizada para acondicionar objetos adquiridos e/ou pertences pessoais, sempre orientando os alunos para serem racionais nas compras, pensando no aspecto custo/benefício e no controle do peso a carregar.
Em relação ao uso de medicamentos, a Escola disponibiliza sempre um ou mais acadêmicos de Medicina para acompanhar o grupo nas Viagens Nacionais, os quais portam maletas com kits de medicamentos e acessórios suficientes para promover os atendimentos de rotina. Remédios controlados, prescrições e/ou recomendações sobre medicamentos deverão ser entregues por escrito na Recepção da Escola nas datas especificadas nas circulares de cada viagem, também devendo haver empenho das famílias no cumprimento de prazos, para favorecer as organizações necessárias. A não ser em casos extremos, não será admitida a entrega de medicamentos pelas famílias no momento do embarque no aeroporto. Em caso de necessidades financeiras para cobrir gastos médicos durante a viagem, a própria Escola promoverá a cobertura e repassará os custos às famílias.
As famílias devem favorecer a participação integral dos alunos em cada programa concebido, sendo proibido retirá-los do grupo em datas, horários e locais que não os constantes da programação oferecida e/ou evitando qualquer outra situação que interfira no roteiro e na sequência de atividades. Com o predomínio do coletivo sobre o individual, a viagem acadêmica torna-se favorecedora de hábitos sociais/culturais e de senso solidário, além de oportunizar um convívio social mais estreito e uma sensação de pertencimento do indivíduo no grupo ao qual se integra.
As produções culturais pós-viagem devem ser conhecidas e valorizadas pelas famílias, a fim de estimularem os alunos a refletirem sobre a utilidade e função social daquilo que vêm vivenciando e produzindo. Dessa forma, é recomendável a leitura dos diários de bordo, que contêm percepções e registros individualizados dos participantes sobre focos acadêmicos, afetivos e emocionais; a partilha do CD de fotografias em família, com troca de impressões sobre o que se revela a partir dos registros consolidados; o comparecimento a eventuais apresentações de alunos, seguido de uma avaliação sobre atitudes individuais e coletivas demonstradas nesse momento da partilha; a socialização dos trabalhos dos alunos perante outros leitores, conferindo intencionalidade às produções culturais em contexto escolar. Trata-se de estratégias bastante adequadas para que as vivências e aprendizagens em torno desse componente curricular – em matéria de conteúdos pedagógicos propriamente ditos; convivência com os pares; formação de hábitos, atitudes e valores para a vida – sejam divulgadas e multiplicadas.