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Os 7 Princípios Vincianos
Os 7 Princípios Vincianos Transportados para o Centro Educacional Leonardo da Vinci

I. CURIOSITÀ

Uma insaciável curiosidade em relação à vida e uma busca contínua do conhecimento.
   
Todos nós chegamos ao mundo cheios de curiosidade. A curiosità ba­seia-se no impulso natural, o mesmo impulso que o levou a virar a pá­gina anterior - o desejo de aprender mais. Todos o possuímos; o desa­fio é usá-lo e desenvolvê-lo para o próprio crescimento. Nos primeiros anos da vida, nossas mentes têm uma insa­ciável sede de conhecimento. Desde o nascimento - e alguns diriam que até antes - todos os sentidos da criança estão alertas, prontos para explorar e aprender. Como pequenos cientistas, as crianças fazem experiências com tudo que se encontra à sua volta. Logo que aprendem a falar, começam a fazer pergunta após pergunta: "Mãe, como isso funciona?", "Por que eu nasci?", "Pai, de onde vêm os bebês?".
   
Quando criança, Leonardo possuía essa intensa curiosidade pelo mundo à sua volta. Ele tinha verdadeiro fascínio pela natureza, revelava um extraordinário talento para o desenho e amava a Matemática. Vasari lembra que o jovem Leonardo questionava seu professor de Matemática de forma tão original "que suscitava neste contínuas dúvidas e dificuldades, fazendo com que se confundisse".

As grandes mentes continuam fazendo perguntas embaraçosas com a mesma intensidade pela vida afora. O espanto pueril de Leonardo e sua insaciável curiosidade, a extensão e a profundidade de seus interesses e sua disposição de questionar o pensamento aceito nunca diminuíram. A curiosità alimentou a fonte de seu gênio ao longo de toda a sua vida adulta.
   
(Adaptado de: GELB, Michel J. Aprenda a pensar com Leonardo da Vinci: sete passos para o sucesso no seu dia-a-dia. Tradução Luciano Vieira Machado. São Paulo: Ática, 2000.)

A organização da rotina diária, nas aulas de Inglês do currículo bilíngue da Educação Infantil, deve ser o mais parecida possível com a rotina dos outros dias (roda, atividade diversificada, atividade coletiva, recreação dirigida), mas também deve contar com elementos-surpresa, atividades que subvertam a ordem pré-estabelecida, permitindo ao aprendiz ousar – atitude que, ao propiciar o crescimento da auto-estima e do autocontrole, contribui muito para que esta criança um dia possa ser um falante/ouvinte/leitor/escritor competente na língua estrangeira. É muito interessante observar, por exemplo, a reação e a curiosidade das crianças do Infantil IV-I e 1o Ano ao “lerem” e ouvirem individualmente, com o uso de um headphone, histórias que foram previamente ouvidas no coletivo.
   
O currículo de Língua Inglesa para a Educação Infantil (lógica da ação), no Da Vinci, privilegia a literatura como porta de entrada para o vínculo afetivo com o objeto de estudo. É através de histórias que já fazem parte do repertório da criança (...) que esta relação começa a ser estabelecida. Considerando as possibilidades individuais de cada aprendiz, os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais vão sendo aprimorados à medida que estas aprendizagens são revisitadas e ampliadas, como em uma espiral.

(Maria Auxiliadora Vieira Cabral Abreu Sodré. Vivenciando o Inglês na Educação Infantil. Leonardo em Revista. Publicação pedagógica do Centro Educacional Leonardo da Vinci, n. 11, ano VI, ago. a dez. 2004, p. 10.)


II. DIMOSTRAZIONE

O compromisso de submeter o conhecimento ao teste da experiência, de perseverar e de se dispor a aprender com os próprios erros.

Pense nos melhores professores que você teve. O que faz com que um professor seja bom? Mais que qualquer outra coisa, a habilidade de ajudar o aluno a aprender por si mesmo. Os melhores professores sabem que a experiência é a base da sabedoria. E o princípio da dimostrazione é a chave para que você aproveite o máximo de sua experiência. Leonardo fez a maioria de suas experiências na oficina do mestre pintor e escultor Andrea del Verrocchio, que o biógrafo de Da Vinci, Serge Bramly, afirma ser "uma universidade de artes num só homem". O aprendizado do jovem Leonardo na oficina de Verrocchio baseava-se mais na experiência que na teoria. Ele aprendeu a preparar telas e tintas e aprendeu a ótica da perspectiva. Os segredos técnicos da escultura, fundição de bronze e ourivesaria eram parte do currículo, e ele foi estimulado a estudar, pela observação direta, a estrutura das plantas e a anatomia de animais e homens. Assim, sua educação deu-se de uma perspectiva eminentemente prática.
   
(Adaptado de: GELB, Michel J. Aprenda a pensar com Leonardo da Vinci: sete passos para o sucesso no seu dia-a-dia. Tradução Luciano Vieira Machado. São Paulo: Ática, 2000.)

Vejamos alguns reflexos do tratamento “inadequado” da disciplina de Física, numa visão mecanicista: o aluno, às vezes, é perfeitamente capaz de recitar de cor o Princípio da Inércia, mas não se mostra capaz de fazer o uso do cinto de segurança quando está num automóvel; recita detalhadamente as Leis de Ohm, mas deixa ligados simultaneamente a televisão, o computador e o aparelho de som no mesmo instante em que está “estudando” em seu quarto; sabe resolver problemas que envolvem o Princípio Fundamental da Dinâmica mas, para mover uma mesa mais baixa do que ele, continua empurrando-a em vez de puxá-la.
   
Repensando o ensino de Física no Ensino Médio, não se deveria privilegiar uma formação que apenas prepare para o ingresso na universidade, como ainda é feito em diversas instituições conceituadas em Vitória e no Brasil, mas sim que forme o indivíduo para uma intervenção mais crítica, atuante e transformadora na realidade que o cerca, objetivando a formação do modelo de cidadão pretendido pela escola/sociedade. (...)

Vale ressaltar que a concepção do currículo de perspectiva cultural que a Instituição possui foi fundamental para que pudesse desenvolver meu trabalho, já que há um apoio intencionado às novas iniciativas tomadas pelos seus educadores. Parafraseando um grande gênio da Física: “só enxerguei longe porque estava apoiado nos ombros de gigantes” (Issac Newton).


   
Eis alguns recortes dessa prática cotidiana: relatos de vários alunos que contam como a aula sobre torque mecânico foi fundamental quando necessária a troca do pneu do automóvel em que se encontravam, sendo que, em muitas ocasiões, somente eles sabiam quais eram as ações corretas a serem efetuadas; alunos passam a fazer campanha pelo uso do cinto de segurança quando estão em automóveis, inclusive no banco traseiro, após aula sobre inércia com uso do “convencedor” criado pelo SENAI; há uma desmistificação do uso da eletricidade através da abordagem eminentemente prática, com a construção de circuitos em sala de aula, utilizando interruptores, tomadas, bocais, fios, etc. possibilitando a aprendizagem de habilidades conceituais e manuais, com melhoria da coordenação motora fina.

(João Duarte Saleme de Sá. Quem sabe Física é mais feliz. (Adaptado.) Leonardo em Revista. Publicação pedagógica do Centro Educacional Leonardo da Vinci, n. 10, ano VI, fev. a jul. 2004, p. 16 e 17.)


III. SENSAZIONE

O contínuo aperfeiçoamento dos sentidos, principalmente da visão, como meio de tornar a experiência mais vívida.
   
Visão, audição, tato, paladar e olfato. Se você pensa como Leonardo, re­conhece nesses elementos a chave que abre as portas da experiência. Da Vinci acreditava que os segredos da Sensazione se revelam através dos sentidos, especialmente a visão. Saper vedere (saber ver) era um dos lemas de Leonardo e a base de seu trabalho artístico e científico. Em The Creators: A History of Heroes of the Imagination, Daniel Boorstin intitula o capítu­lo sobre Da Vinci "Soberano do mundo visível". Essa soberania de Da Vinci resulta da combinação de uma mente aberta e questionadora, da confiança na experiência concreta e de uma extraordinária acuidade visual. Alimentada por uma infância vivida na contemplação e na apreciação da beleza natural da paisagem toscana e mais tarde aperfeiçoada por seu mestre Verrocchio, "o olho verdadeiro", Leonardo desenvolveu uma extraordinária capacidade visual, próxima da que possuem os super-heróis das histórias em quadrinhos. No "Códex sobre o vôo dos pássaros", por exemplo, ele registrou detalhes sobre o movimento das penas e asas em vôo que só recentemente, com o desenvolvimento dos filmes em câmara lenta, foram confirmados e devidamente apreciados.
   
(Adaptado de: GELB, Michel J. Aprenda a pensar com Leonardo da Vinci: sete passos para o sucesso no seu dia-a-dia. Tradução Luciano Vieira Machado. São Paulo: Ática, 2000.)

Foi numa de nossas tentativas em torno de “resolver um medo” que surgiu a idéia de criar um super-herói, um personagem que iria simbolizar de forma positiva um amigo, alguém sempre pronto para ajudar cada um a vencer seus medos. Coletivamente, socializamos ludicamente a idéia e começamos a concretizá-la. Reunidos em trabalhos grupais, desenhamos cada parte do corpo do super-herói e elegemos seu sexo (feminino), idealizando como seriam suas roupas, seu tamanho, sua confecção. Logo em seguida, iniciamos a montagem passo a passo. Costuramos o tecido, modelamos seu corpo, pintamos seu rosto e vestimos-lhe suas roupas. Por fim, demos-lhe uma identidade registrando o seu nascimento e escolhendo seu nome: Catarina (...) Foi assim que nasceu a super-heroína que, com suas qualidades, representou para cada aluno um particular significado, mas coletivamente tornou-se uma realidade concreta e acessível a todos como um brinquedo pertinente a todo ser humano. Pensando em proporcionar momentos individuais (criança X brinquedo X brincar), em que a responsabilidade, o afeto e o cuidar pudessem estar presentes, combinamos que a super-heroína iria para casa de cada integrante do grupo, juntamente com folhas para o registro de impressões tanto por parte dos alunos (sobre como foi o estar o e o cuidar da boneca) quanto dos pais (a respeito do projeto e da iniciativa de partilhar os cuidados com a super-heroína). (...) O envolvimento do grupo com o projeto vivenciado foi tão intenso que, diante da proposta de escrita do livro de fim de ano, Catarina surgiu em todas as histórias tecidas e ajudou a resolver os problemas e superar medos. Ao final do processo, houve um sorteio para definir os rumos da super-heroína e uma aluna ganhou a responsabilidade de ser sua “tutora para sempre”.

(Evando Viçosa Evangelista. Projeto “Chapeuzinho Amarelo”. Leonardo em Revista. Publicação pedagógica do Centro Educacional Leonardo da Vinci, n. 7, ano IV, ago. a dez. 2002, p. 21.)


IV. SFUMATO

Disposição para aceitar a ambiguidade, o paradoxo e a incerteza.
   
Quando você desperta sua capacidade de curiosità, sonda as profundezas da experiência e apura seus sentidos, você se vê diante do desconhecido. Manter sua mente aberta em face da incerteza é o único segredo para libertar seu potencial criativo. E o princípio do sfumato é a chave para manter essa abertura mental.

A palavra sfumato significa "esfumado" "desfeito em fumaça" ou simplesmente "esfumaçado". Os críticos de arte usam esse termo para descrever a nebulosa e misteriosa característica que era o traço mais distintivo das pinturas de Leonardo. Esse efeito, obtido através da laboriosa aplicação de muitas camadas leves e finas de tinta, é uma maravilhosa metáfora do homem. A atitude de constante questionamento e a insistência no uso dos sentidos para explorar a experiência levaram-no não apenas a inúmeros insights e descobertas, mas a deparar com a vastidão do desconhecido e, finalmente, do incognoscível. Porém, a capacidade de lidar com a tensão dos opostos, de aceitar a incerteza, a ambigüidade e o paradoxo era uma característica crucial de seu gênio.

O tema da tensão dos opostos aparece repetidamente em seu trabalho e vai ganhando mais espaço ao longo de sua vida. Escrevendo sobre os temas ideais para pintores em seu Tratado sobre pintura, ele evoca imagens profundamente contrastantes: "[...] a natureza intrínseca de animais de todas as espécies, de plantas, frutas, paisagens, planícies, montanhas ruindo, lugares terríveis e apavorantes que aterrorizam o espectador; e também lugares agradáveis, doces e aprazíveis, com campinas pontilhadas de flores multicores ondulando ao vento, que se volta para vê-las enquanto continua o seu bailado [...]".

(Adaptado de: GELB, Michel J. Aprenda a pensar com Leonardo da Vinci: sete passos para o sucesso no seu dia-a-dia. Tradução Luciano Vieira Machado. São Paulo: Ática, 2000.)

“Quem quiser me superar poderá fazê-lo na largura, mas não na profundidade.”
Arthur Schopenhauer, metafísico alemão (1788 - 1860)
   
Um fato sem opinião é como uma pintura fora de um molde ou punhado d'água fora de um recipiente. “Não será um diário longo”, sim, este será meu bordão. Ao contrário do óbvio, não o escolhi por uma frase peculiar, muito menos para poetificar meu texto. A única razão de sua existência consiste em externar minha dificuldade, que luto para não se tornar uma incapacidade, de documentar fatos de forma crua e desvinculada de minhas opiniões.

Venho cometendo conscientemente o mesmo equívoco, diário por diário, ano por ano, desde a primeira viagem. Agora tentarei esquivar-me da tentação de mitificar qualquer acontecimento banal que vivenciei na viagem, insistirei em manter os fatos como eles são. Dói-me ser o carrasco de uma idéia que sempre aceitei como verdade; dói-me aceitar a mentira de que é possível escrever algo no qual o âmago do escritor não esteja implícito.

No diário que se seguirá, é perceptível, para o leitor atento, a existência de duas personalidades: o Relator e o Juiz. O Relator é direto, raso, monótono, longo, vazio e desgostoso. Será a parte em que eu falharei em representar. O Juiz fará o papel de minha pessoa, e eu farei o papel de Juiz.

(...)

No dia seguinte visitamos a estátua da Pequena Sereia, baseada no conto de Hans Christian Andersen. Um ponto muito disputado pelos turistas, onde cada metro quadrado perto da imagem deve ser conquistado passo por passo. Uma característica interessante da estátua é que a própria já foi decapitada várias vezes, a principal causa de tais eventos é vandalismo. Não direi que foi decepcionante já que todos foram avisados com antecedência de seu porte diminuto. Analisando friamente, a Pequena Sereia é um enfeite interessante para a cidade, mas é tão marcante quanto o busto de Leonardo da Vinci na praça da escola.
   
(Hélio Pedro Pretti Perim, aluno da 2ª série B do Ensino Médio de 2008. Diário de Bordo da Viagem Internacional aos países nórdicos.)




V. ARTE/SCIENZA

O desenvolvimento do equilíbrio entre ciência e arte, lógica e imaginação. Pensar com o “cérebro todo”.

Você tem conhecimento das pesquisas sobre os hemisférios esquerdo e direito do córtex cerebral? Se tem, você sabe qual o hemisfério que predomina em você? Em outras palavras, você é mais artístico, intuitivo e pensa mais com o hemisfério direito? Ou você se sente mais à vontade com a lógica que avança passo a passo, do hemisfério esquerdo?
   
O conceito de lado esquerdo dominante e lado direito dominante ganhou popularidade através da pesquisa feita pelo professor Roger Sperry, ganhador do prêmio Nobel. Sperry descobriu que, na maioria dos casos, o hemisfério esquerdo do córtex cerebral processa o pensamento lógico e analítico, enquanto o hemisfério direito processa o pensamento imaginativo e de maior amplitude.

Embora nossas escolas valorizem da boca para fora a idéia do indivíduo imbuído do espírito renascentista equilibrado, na prática sofremos, de forma pandêmica, de um pensamento capenga. Nas palavras do professor Sperry: "Nosso sistema educacional, assim como a ciência em geral, tende a negligenciar o intelecto de natureza não-verbal. O que acontece é que a sociedade moderna tem preconceito contra o hemisfério direito". O resultado é que indivíduos nos quais o hemisfério esquerdo é predominante tendem a ir bem na escola mas  em geral não conseguem desenvolver sua capacidade criativa, enquanto os indivíduos com hemisfério direito dominante em geral sentem-se culpados pela forma como pensam e muitas vezes são taxados erroneamente de "incapazes de aprender".

Aqueles que buscam o equilíbrio são levados, inevitavelmente, a estudar Leonardo. Boa parte de nosso fascínio por ele se deve a sua condição de supremo pensador a usar "o cérebro todo".

(Adaptado de: GELB, Michel J. Aprenda a pensar com Leonardo da Vinci: sete passos para o sucesso no seu dia-a-dia. Tradução Luciano Vieira Machado. São Paulo: Ática, 2000.)



Ao estudar o Renascimento, um grupo de alunos do Ensino Médio foi levado a pesquisar a fundo a representação e simbologia contidas na pintura renascentista, a partir do teto da Capela Sistina, conhecendo a técnica de afresco usada por Michelangelo. Nos desdobramentos do projeto, houve interesse em trabalhar a reprodução gráfica, a partir da pintura: após a construção de uma abóbada de madeira, esses sujeitos do processo ensino/aprendizagem, deitados em andaimes, passaram a reconstituir a expressividade michelina na Criação do mundo, por meio de reproduções gráficas, pensando também em como essa iniciativa serviria para futuras aprendizagens com outros grupos e segmentos. Um grande desafio: muita dúvida, esforço, algumas angústias. Coordenando o processo, levamos os envolvidos a perceberem que, muitas vezes, é assim que o artista vive e sente. Passeando pela Teologia, História da Arte, Cinema, História, vivemos um processo de elaboração do pensamento, não nos limitando a fazer, fazer, fazer ...

(Itamar Tristão de Sousa (Mazinha) e Luciana Teresa Biasutti. Do triângulo isósceles ao mundo do olhar artístico. Leonardo em Revista. Publicação pedagógica do Centro Educacional Leonardo da Vinci, n. 5, ano, ano III, ago. 2001 a fev. 2002, p. 12.)


VI. CORPORALITÀ

O cultivo da graça, da ambidestria, da boa forma e do equilíbrio.

Que imagem você tem do corpo típico de um gênio? É impressionante como muita gente associa grande inteligência com incapacidade física. Com poucas exceções, os grandes gênios da história tinham energia e capacidade física notáveis, e ninguém mais que Da Vinci.

Os extraordinários dotes físicos de Leonardo complementavam seu gênio artístico e intelectual. Vasari salienta sua "grande beleza física [...] e uma infinita graça em cada movimento". Entre os cidadãos de Florença, Leonardo era conhecido por seu porte, graça e pendores atléticos.

Alguns estudiosos sustentam que a paixão de Leonardo pela anatomia era um reflexo de seu extraordinário físico. O Dr. Kenneth Keele, autor de Leonardo da Vinci, o anatomista, refere-se a ele como "uma mutação genética única" e salienta que "seu interesse pela anatomia humana foi influenciada em grande medida pelos seus notáveis atributos físicos". Vegetariano e cozinheiro completo, Da Vinci acreditava que uma dieta equilibrada era a chave da saúde e do bem-estar. Da Vinci cultivava também o uso equilibrado dos dois lados do corpo, pintando, desenhando e escrevendo com as duas mãos. Ele era ambidestro física e psicologicamente.

Da Vinci acreditava que devíamos assumir a responsabilidade por nossa própria saúde e bem-estar. Ele afirmava que atitudes e emoções se refletem em nível fisiológico (sendo, com isso, precursor da disciplina de psiconeuroimunologia) e recomendava distância de  médicos e remédios. Ele tinha uma visão holística da medicina. Considerava a doença como "a desarmonia dos elementos introduzidos no corpo" e entendia a cura como "a reconciliação dos elementos discordantes".

(Adaptado de: GELB, Michel J. Aprenda a pensar com Leonardo da Vinci: sete passos para o sucesso no seu dia-a-dia. Tradução Luciano Vieira Machado. São Paulo: Ática, 2000.)

A Educação Física permite que se vivenciem práticas corporais advindas das mais diversas manifestações culturais e se reconheça como essa variada combinação de influências está presente na vida cotidiana. As danças, os jogos, as ginásticas e os esportes compõem um vasto patrimônio cultural que deve ser valorizado, conhecido, desfrutado. No Da Vinci, as danças tornaram-se parte do componente curricular, sendo compreendidas e vivenciadas nos seus contextos de manifestação; um exemplo disso foi o nascimento de um projeto interdisciplinar que se tornou permanente, desenvolvido com alunos das primeiras séries do Fundamental para resgatar o folclore das regiões e envolvendo pesquisa aprofundada acerca de comidas e trajes típicos, linguagens regionais, artesanato, até culminar numa grande festa de apresentação das danças folclóricas, com os alunos exercendo a dança como um direito, sem se fixarem parâmetros de comparação ou juízo de valor.

 

Uma outra perspectiva que priorizamos é a de assegurar que os conhecimentos sobre o corpo e seu processo de crescimento/desenvolvimento sejam construídos concomitantemente com o aprimoramento de práticas corporais, ao mesmo tempo em que dão subsídios para que os alunos cultivem bons hábitos de alimentação, higiene e atividade corporal, bem como despertem para as potencialidades corporais de cada indivíduo, compreendendo-as como direitos humanos fundamentais.

(Luís Cláudio Batiston. A Educação Física e o ensino das atitudes. Leonardo em Revista. Publicação pedagógica do Centro Educacional Leonardo da Vinci, n. 9, ano V, ago. a dez. 2003, p. 21.)


VII. CONNESSIONE


Reconhecimento e apreciação da inter-relação de todas as coisas e fenômenos. Pensar em termos de sistemas.

Quando você joga uma pedra num lago tranqüilo, a água forma uma série de círculos que vão aumentando. Evoque essa imagem com os olhos da mente; pergunte-se como uma onda afeta a outra e para onde vai a energia das ondas... e estará pensando como o mestre. O círculo que se expande continuamente é uma encantadora metáfora para o princípio da connessione, evidente nas freqüentes observações de Leonardo dos padrões e inter-relações no mundo à sua volta.

Muitos de nós já deparamos com alguma variação do seguinte jogo retórico, concebido para inspirar os leitores a pensar em termos de connessione: "Se uma borboleta bate as asas em Tóquio, isso afeta o clima em Nova Iorque?" Os teóricos contemporâneos dos sistemas tendem a responder a essa pergunta clássica com um entusiástico "Sim!". Há cinco séculos Leonardo, o primeiro a pensar em termos de sistemas, observou: "A Terra sofre um deslocamento quando um pequeno pássaro nela pousa".

Leonardo costumava anotar essas extraordinárias observações em seus cadernos. Ao longo dos anos, os estudiosos têm criticado Leonardo pela desordem de seus cadernos. Ele nunca fez um sumário, um resumo ou um índice. Ele rabiscava suas notas numa aparente desordem, passava de um assunto a outro e repetia-se muitas vezes. Mas os defensores do mestre argumentam que seu senso de interconexão era tão abrangente que suas observações são igualmente válidas, não importa como estejam relacionadas entre si. Em outras palavras, ele não sentia necessidade de organizá-las por categorias, desenvolver um esquema, porque via como cada coisa se relacionava com todas as outras.

(Adaptado de: GELB, Michel J. Aprenda a pensar com Leonardo da Vinci: sete passos para o sucesso no seu dia-a-dia. Tradução Luciano Vieira Machado. São Paulo: Ática, 2000.

Olho pelas janelas da escola que se abrem para o morro São Benedito e, ao contemplá-lo, penso que um morro não pode ser apenas uma moldura triste para os nossos olhos. Há de ter na sua invisibilidade aparente coisas bonitas que também soem como esperança. São aquelas flores que nasceram numa tora de madeira esquecida (logo nela, que já não servia para nada mesmo) e que lhe dão alegria e vida, porque tinham a esperança para lutar e viver. Só que, para descobrir essa beleza, será preciso ir até lá e cultivar o belo.

Repensamos agora a escola do século XXI. Sua função na sociedade, seus objetivos maiores para, a partir daí, buscar razões para continuar existindo. Não se concebe mais o aluno entre paredes. Ele precisa derrubar muros. Ser homem do mundo e para o mundo. É no mundo que ele vai viver e para isso precisa que os conhecimentos sejam unidos com doses de valores morais e éticos.

 

Foi passeando pela Literatura, Arte, Sociologia e outras Ciências Humanas, alem de trabalhos de campo, que vimos florescer um mundo diferente do que habitamos, mas vizinho a tantas de nossas casas e escolas, batendo à nossa porta com uma velocidade cada vez maior, não permitindo que fiquemos indiferentes. Muitas pessoas poderiam argumentar que o projeto Cidadania em cena se restringiu à teoria, obtendo poucos efeitos práticos. Ledo engano. Nossos contatos com as iniciativas coordenadas pelo Padre Xavier alteraram nossa concepção de mundo. No projeto parceiro Construção da Cidadania, foram oportunizados, para crianças e jovens do morro São Benedito, acessos preliminares ao mundo da Informática e ensinamentos artísticos, além de participação em eventos socioculturais como espectadores ou “astros em cena”, apresentando frutos de suas produções em formaturas de alunos do Da Vinci ou em eventos pedagógicos. No fundo, a vivência aparentemente teórica de um ano é que nos deu (e dá) sustentação para afirmar que muitas flores estão presas nas toras, esperando por desabrochar. E que tantos de nós podemos agir como regadores de sementes.

(Maria Auxiliadora Solero Caiado Freire. Cidadania em cena: uma cena de cidadania. Leonardo em Revista. Publicação pedagógica do Centro Educacional Leonardo da Vinci, n. 6, Ano IV, fev. a ago. 2002, p. 9/12.)





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