Disc. Diversificadas
Trata-se de disciplinas cursadas pelos alunos das duas primeiras séries do Ensino Médio que abordam temas contemporâneos e envolvem aprendizagens em várias áreas do conhecimento, mantendo um vínculo permanente entre os saberes institucionalizado e circulante. Apresentando-se em módulos inseridos dentro do período letivo, tais disciplinas compõem a parte diversificada do currículo, conforme definida na Lei de Diretrizes e Bases. Dessa forma, o Da Vinci atende à sugestão legal no que diz respeito à possibilidade de escolha por parte do educando, de modo a incentivar seu envolvimento na construção do próprio currículo e sua percepção quanto aos centros de interesse.
Interdisciplinaridade e contextualização são as palavras-chave que respaldam a oferta de disciplinas diversificadas, as quais permitem um significado integrador entre as dimensões do currículo de perspectiva cultural, evitando a segmentação dos saberes. Partindo da Base Nacional Comum dos currículos (saberes organizadores) como instrumentos para sua concretização, e agregando outros componentes educativos, as disciplinas diversificadas ampliam o conhecimento e a percepção dos educandos, inserindo-os numa concepção de escola em que são protagonistas, quer na decisão, quer na vivência.
Concebidas pelos profissionais do Da Vinci para atender a necessidades universais, regionais e locais, as disciplinas diversificadas vêm tendo diversos eixos organizadores: a proatividade e a observância do mercado; a perspectiva de antecipar incursões pelo mundo do trabalho; o espírito de cidadania e o exercício do voluntariado; a necessidade de aliar anseios demonstrados pelos educandos; a experimentação científica, pesquisa de campo e a produção cultural; as múltiplas inteligências como incentivadoras do protagonsimo juvenil. Assim, os alunos têm como norteadores o “aprender a aprender e empreender”, o que provoca uma aparente sensação de caos no cotidiano escolar, mas se constitui em transgressão refletida e consciente, contemplando o ser integral em diferentes dimensões: interferente na realidade; pesquisador em ação; leitor crítico; aplicador prático dos conhecimentos adquiridos; criador artístico; cidadão local e global; preservador da natureza; multiplicador de ações educativas; produtor cultural e difusor de suas aprendizagens.
A composição das disciplinas diversificadas não é de natureza fechada, havendo espaços para flexibilização e inovações, gerando revitalização do fazer educativo e da visão curricular. Assim como algumas disciplinas diversificadas foram substituídas por outras abordagens, há possibilidade de agregar novos projetos, de acordo com a percepção da realidade e as demandas da comunidade educativa.
Os títulos atribuídos a esse componente do currículo ilustram o caráter dinâmico e a natureza multifacetada desse componente curricular:
“Biotecnologia”; “Careta convito”; “Ética, cidadania e violência”, “Ideologia: eu quero uma prá viver”, “Introdução ao Comércio Exterior”, “Metástase”, “Petróleo em nossas águas: mudança em nossas vidas”, “Comer com Ciência”; Curtas na Escola”; “Eleitor do futuro”, “Espírito Santo: aqui é meu lugar”, “Sexualidade: fatos e mitos”, “Todo brasileiro é louco por carro”, “Viva mais e melhor”.
Em linhas gerais, o planejamento e operacionalização dos projetos pauta-se em alguns critérios comuns, quais sejam: interlocução entre professor-mediador e alunos participantes em torno de temas polêmicos; construção de um clima de confiança no grupo de trabalho: expressão pessoal de sentimentos e respeito mútuo; planejamento flexível, aberto à intervenção dos alunos participantes; diversificação de atividades, com espaço para autonomia, bem como para a partilha de habilidades e talentos individuais; compromisso com a produção cultural e a socialização de saberes/aprendizagens; contato com agentes externos em relação ao grupo, encarados mais como facilitadores do diálogo do que como detentores de conhecimentos; saídas a campo para testagem e enriquecimento das percepções sobre o objeto de estudo; contato com objetos culturais sob o foco da percepção, pesquisa e debate; produção de campanhas educativas. A condução de um dos encontros é inteiramente atribuída aos alunos-participantes, cabendo-lhes conceber seleção de temas, organização de materiais, abordagens expositivas e dialogadas.
Embora cada professor tenha liberdade para montar seu projeto, de acordo com seus focos de interesse, metodologias de trabalho e utilização de recursos, há uma linha estabelecida no sentido de agregar sempre um objeto cultural (livro técnico ou literário que aborde temas vinculados à disciplina diversificada), realizar pelo menos uma saída a campo (seja na forma de excursões pedagógicas, seja na realização de visitas a centros de pesquisa, órgãos institucionais ou fundações humanitárias), de modo a promover interação com o meio, de acordo com as especificidades de cada disciplina; e propiciar contato com agentes externos (especialistas em áreas distintas; artistas; pesquisadores; autodidatas) em pelo menos duas oportunidades. Dessa forma, garante-se uma mesma filosofia de trabalho e oportunidades iguais para todos os alunos, mas sem que isso implique em desconsideração das singularidades, uma vez que as outras etapas do projeto são autônomas. Como método avaliativo, busca-se sempre aliar produção individual e demonstração de aprendizagens (seja por intermédio de provas contextualizadas, relatórios de saídas a campo, pareceres sobre temas trabalhados, formulação de observações a partir de objetos culturais exibidos) à produção de trabalhos em grupo (realização de dinâmicas, apresentações para outros alunos, montagens de campanhas educativas, elaboração de materiais de socialização), de forma que o aluno perceba que, independente do campo do conhecimento em que transite, é preciso atribuir-lhe a dimensão acadêmica e cultural.
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