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Desvendando a Poesia
17/12/1998 · por Centro Educacional Leonardo da Vinci

Alunos do 1º ano do 2º grau produzem poesias e
contam estórias para as turmas de 1ª a 4ª séries.

Contação de histórias
Contação de histórias
O projeto, intitulado "Desvendando a Poesia", foi desenvolvido em 1998 no CENTRO EDUCACIONAL LEONARDO DA VINCI pelo professor de Português, Paulo de Tarso Rezende Ayub, tendo por objetivo maior fazer com que o fenômeno poético "abandonasse em parte o arcabouço teórico que o sustenta e viesse passear pelos corredores da Escola, inebriando as salas de aula e outros espaços utilizados no processo ensino/aprendizagem".

O trabalho teve início com a vivência de uma sessão de cinema em torno do filme "Sociedade dos Poetas Mortos", seguida de debates em grupo. Os alunos perceberam que Ensino e Poesia podem caminhar juntos na consolidação do indivíduo pensante.

Imbuídos do espírito que recriou a "Sociedade dos Poetas Mortos", foram promovidas seguidas sessões de declamação e análise de textos durante as aulas de Português.

Quando se propôs aos alunos produzirem, por sua iniciativa e motivação, poemas ou textos em prosa poética, os resultados foram edificantes.



Veja abaixo alguns dos poemas dos alunos que receberam diagramação visual e foram publicados na escola:

Carolina Figueira Falcochio,
Isabela Pinho Perim,
Morena Pretti Espíndula de O. Lima e
Karla Loureiro Almeida - 1º ano I



























Sílvia da Costa Cerqueira Lima e Téssia Pignaton - 1º ano I















































Emilly Helmer Santos - 1º ano A





























































Helena Lima Gomes e Patrícia Umeda Teschke - 1º ano A







































Henrique Vieira Silva - 1º ano A
















































Bruna Catelan Giuberti,
Felipe Ferreira Siqueira,
Júlia Sarmento Caon,
Mariana Santos Viana e
Najla Áurea Mameri El Aouar - 1º ano B

























Segundo o professor, "foi recompensante perceber o envolvimento dos alunos com o processo de produção: textos trabalhados e/ou desenhados de quatro a oito mãos; palavras e imagens associativas lapidadas como pedras preciosas; o medo de ousar sendo superado pela ânsia de criar".

O trabalho, se encerrado aí, já teria surtido efeitos substanciais, mas faltava contemplar a milenar arte de contação de histórias. A partir da percepção dessa necessidade, resolveu-se recorrer às histórias infantis de Rubem Alves, que aprofundam as reflexões sobre valores e o comportamento humano, potencializando a acuidade crítica do leitor, independentemente da faixa de idade em que se situe. Quatro estórias do autor foram trabalhadas: A boneca de pano, A Loja de Brinquedos, A pipa e a flor e Como nasceu a alegria.

Ao final da fase de contação de histórias surgiu a idéia de ampliar o projeto, trasladando-o para o universo infantil da Escola (contemplando crianças de Pré-Escola e 1ª a 4ª séries).

A preparação das múltiplas contações de histórias acabou sendo o ápice do projeto, pois foi onde mais se pôde evidenciar a primazia do processo sobre o produto na proposta educativa.

Nos ensaios específicos, pode-se vivenciar a retomada da força de dramatização na Escola. A produção oral de textos e o poder de argumentação foram trabalhados insistentemente, contando sempre com a eficaz interação entre falantes e a rearticulação de idéias em sintonia com o pensamento. Os alunos se compraziam em auxiliar a superação de dificuldades uns dos outros, consolidando um valioso intercâmbio de conhecimentos, habilidades e sensações. Tudo com relativa simplicidade na forma, entretanto num trabalho de profunda essência.

Assim foi viabilizada a última etapa dos trabalhos: no curso de três semanas, doze apresentações seguidas, em dias alternados. A cada contação dramatizada, a sensação de que uma dificuldade anterior fora superada; a cada encenação, a perpetuação do clima de magia e a intensificação do brilho no olhar dos "artistas" e dos "mini-espectadores"; a cada recontagem, incorporação de uma nova cena, mudança na composição do narrador ou na transformação de um personagem, preocupação com a interatividade perante a platéia.

Após cada contação de histórias, montava-se um círculo para discussões, envolvendo os alunos responsáveis pela dramatização/contação e os espectadores das séries iniciais.


Além de ampliar o universo de possibilidades dos alunos, o projeto mostra que a educação de valores dentro da escola pode se tornar palatável, ensejando múltiplos desafios e oportunidades propostos e resolvidos por todos que tiveram a oportunidade de participar deste trabalho.



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