Olá! Crie sua conta de acesso ao site.
Se você já é cadastrado, faça o seu login.
Busca
Uma Casa para Estudar Matemática
07/05/1999 · por Centro Educacional Leonardo da Vinci

Desde o início do período escolar deste ano os alunos do 2º ano do COLÉGIO LEONARDO DA VINCI vivem uma realidade diferente nas salas de aula. Em vez de folhear livros e cadernos de exercícios, aprendem a Matemática aplicada ao cotidiano. Eles têm dois semestres para construir uma casa, dentro do projeto Habitar, idealizado pelo professor Luciano Couto.

A chance de ser dono de vários imóveis, mesmo que hipoteticamente, é uma idéia sedutora. O professor levou o jogo para dentro da sala de aula e distribuiu, para cada grupo, o valor imaginário de R$ 50 mil reais. Este seria o dinheiro para a compra do terreno, dos materiais de construção, para o pagamento do serviço dos operários, do arquiteto, do engenheiro e da escritura.

A primeira tarefa foi arranjar um terreno para a construção. Os alunos mergulharam nas páginas dos classificados do jornal A Gazeta em busca da melhor oferta. O detalhe é que todos teriam que cumprir a tarefa no mesmo dia, com o mesmo jornal. Só assim poderiam comparar entre si os negócios que estavam fechando. Como na vida real, as disputas começaram. Os alunos do 2º A, Leonardo Kitaguchi, 16 anos e Mariana Calmon, 16, se interessaram pelo mesmo terreno. Leonardo levou vantagem porque provou que viu primeiro, mas acabou escolhendo um outro.

Os alunos ganharam do professor uma tabela com dados básicos para uma boa compra. Nela constavam perguntas essenciais, como por exemplo, se o terreno fica num aclive ou declive, qual o tamanho do lote, se fica numa esquina, ou se tem rede de esgoto na porta, se é de frente para o sol da manhã. Wilson Barbosa conseguiu diminuir o preço do lote. "Me ofereceram por R$ 7,5 mil e comprei por R$ 7 mil", vangloria-se.


DESPREPARO — Carlos Andrade, 16 anos, aluno do 2º I, se deparou com a falta de preparo dos vendedores. "Muitos não sabiam as medidas, se o terreno era de frente, e nem se mostravam interessados em saber", reclama. Apesar das compras virtuais terem sido feitas num único dia, os terrenos escolhidos se encontram em municípios bem diferentes. Lutz Rodrigues, 15 anos, do 2º C, comprou o lote de 2,5 mil metros quadrados de frente para o mar da Praia dos Castelhanos, em Anchieta. Pela ousadia, gastou a metade do dinheiro só no terreno. Ele e o restante do grupo já trataram de negociar com o professor um futuro financiamento para o imóvel que vai surgir ali. "Vamos construir uma casa mais uma pousada com 10 apartamentos", sonha.

Poucos alunos têm esse espírito hoteleiro. Ainda bem, porque segundo o professor Luciano, se fosse o contrário, o banco dos financiamentos irreais poderia acabar falindo. Apesar de estar sendo levado adiante por quatro turmas e dezenas de alunos, o projeto acabou seguindo características bem parecidas, de casas num estilo padrão.

Roberta Piron, 16, 2º C, resolveu dar asas à imaginação. Para distrair os dois pequenos moradores de seu imóvel, um menino de 11 anos e uma menina de 12, ela quer acrescentar uma área de lazer com piscina e churrasqueira. Mariana Calmon incluiu uma casa de cachorro no quintal.

Economia também não sai do pensamento da turma de Carlos Andrade. "Pensamos em fazer um condomínio numa espécie de mutirão, assim economizaríamos numa planta só para todos os imóveis e na mão-de-obra, mas o professor tirou a idéia da nossa cabeça". Que mal haveria nisso? O professor responde: "O objetivo é fazê-los raciocinar com várias possibilidades de cálculos. Se fosse um condomínio não teria graça".

As descobertas continuam. Os estudantes ainda não iniciaram a obra, mas falta pouco. Em maio eles vão fazer a primeira visita a uma loja de material de construção. A ansiedade é grande. Eles também aprenderam que é preciso atenção aos prazos de andamento da construção. Quanto maior for o prazo para construir o imóvel, maiores serão os custos. Neste ponto, todos concordam. Nenhum tijolo foi levantado mas todos têm certeza de que o dinheiro em caixa não vai dar.

PALESTRAS ORIENTAM ALUNOS

Não bastava calcular. Para mostrar melhor a realidade da cidade aos alunos, o professor do Leonardo da Vinci, Luciano Couto, pediu a ajuda de alguns profissionais da área. A primeira participação foi de um arquiteto. Kennedy Vianna formou-se em 1990 mas trabalha em projetos arquitetônicos desde 1986. na palestra deixou claro que o interessado em construir deve contratar o arquiteto antes de comprar o terreno. Isso porque, às vezes, a casa dos sonhos do cliente pode entrar em choque com o PDU e o Código de Obras da cidade, podendo haver até a reprovação do projeto.

Quem não sabia, pôde ouvir que o arquiteto deve conhecer os hábitos de cada morador, assim a casa ficará confortável na medida certa para cada habitante. Ele lembrou que um engenheiro deve ser chamado para fazer a análise do solo e dizer o tipo de fundação necessária. Jogou em pauta a questão do som e o controle de temperatura das casas.

Depois do arquiteto, foi a vez de um corretor de imóveis falar. José Luiz Kfuri, presidente da Ademi, foi chamado em Abril. Kfuri disse que para ser corretor, o candidato deve se submeter a um curso preparatório de seis meses e é exigido que ele tenha o 2º grau completo. Em pesquisas, descobriu-se que as pessoas trocam de imóvel, em média, pelo menos três vezes em toda a vida.

Uma dica de quem entende do assunto para saber quando uma região está se desvalorizando: níveis altos de poluição do ar ou sonora e escassez de vagas para estacionamento. Quando todos pensavam que a fase de palestras havia terminado, o pai da aluna Ludmila Magro deu o alerta: um profissional que estava sendo esquecido, o médico do trabalho. Ele próprio deu a palestra e disse que antes de construir, os alunos deveriam fazer uma visitinha à Delegacia Regional do Trabalho para saber o que é preciso fazer para regularizar a situação dos trabalhadores das obras também neste órgão.



E-mail cadastrado no site

Senha

Comentário


Comentar
Página Inicial | Tour Virtual | Notícias | Inscrições em Atividades | Fale Conosco | Circulares | Infantil | Fundamental | Ensino Médio | A Escola | Perspectiva Cultural | Fóruns Acadêmicos | Viagens Acadêmicas | Oficinas Opcionais | Vestibulares e Enem | Olimpíadas | High School | Conteúdo Pedagógico | Informações 2013 | Inscrições em Atividades

Rua Elias Tommasi Sobrinho, 154, Santa Lúcia - Vitória, ES - Brasil - CEP 29056-910 - Tel: (27) 3334 6300
© Centro Educacional Leonardo da Vinci 2024 · www.davincivix.com.br