O projeto Habitar alcança a sua fase de planejamento da obra, elaboração do projeto residencial e iniciação ao cálculo dos custos de construção de uma casa.
Para nos orientar quanto a INTERPRETAÇÃO DE UM PROJETO DE UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR, contamos com o conhecimento, a experiência e a prática do arquiteto Carlos Eduardo de Lacerda, que proferiu palestra em 20 de maio de 1999.
Nessa palestra tivemos a oportunidade de rever informações de palestras anteriores bem como incorporar novos conceitos.
O primeiro passo para elaborar um projeto residencial é realizar o programa do cliente. Nesse programa constaram informações quanto ao tamanho da casa desejada, número de cômodos, número de pessoas da família, o tipo de terreno desejado e seu custo, e ainda, a verba disponível pelo cliente para todas as etapas da construção.
Qualquer que seja o tipo de construção a se fazer, deve-se sempre consultar o PDU e o Código de Obras. Inclusive tal consulta deverá ocorrer antes mesmo da compra do terreno afim de não inviabilizar a obra futura.
O PDU define parâmetros para a construção de determinada edificação em determinada área, isto é, que tipo de construção pode ser realizada nas diversas zonas segundo o qual a cidade está dividida.
O Código de Obras define as dimensões mínimas necessárias para um habitar com qualidade. Essas dimensões estão relacionadas à ocupação do terreno, tamanho dos cômodos, áreas de ventilação e iluminação, os afastamentos que a edificação deverá ter em relação aos limites do terreno e outros.
Atendendo ao PDU e ao Código de Obras, as construções não podem ocupar 100% do terreno.
Todo projeto deve possuir um CARIMBO. O carimbo é utilizado por quase todos os escritórios técnicos com a finalidade de uniformizar as informações que devem acompanhar os desenhos. Geralmente os carimbos são colocados no canto inferior direito das pranchas de desenho para que haja boa visibilidade quando as mesmas forem arquivadas.
O carimbo deve possuir os seguintes itens principais, ficando, no entanto, a critério do escritório o acréscimo de outros ou a supressão de alguns:
nome do escritório, companhia, etc;
título do projeto;
nome do arquiteto ou engenheiro;
nome do desenhista e data;
escalas;
local para a nomenclatura necessária ao arquivamento do desenho;
a assinatura do arquiteto ou do engenheiro responsável pela execução da obra que pode ser a de um engenheiro ou do próprio arquiteto;
nome do cliente.
Para a aprovação do projeto residencial pela prefeitura são necessários alguns desenhos, e a escala para realizá-los deverá ser escolhida de maneira que o mesmo possa ser manuseado com facilidade e interpretado de forma clara.
Por natureza, o desenho de arquitetura só utiliza escalas de redução.
São as seguintes as escalas mínimas:
1:100 para plantas;
1:200 para coberturas;
1:500 para plantas de situação;
1:50 para fachadas e cortes e seções.
A indicação da escala não dispensará a indicação de cotas, que são as medidas indicativas das dimensões dos cômodos, portas, janelas, pé-direito, indicação do nível dos pisos.
O projeto relativo a qualquer obra de construção constará de uma série de desenhos:
Plantas baixas cotadas de cada pavimento e do telhado. Nessas plantas devem ser indicados os destinos de cada cômodo e suas dimensões: áreas dos pavimentos, terraços, varandas; as dimensões e áreas exatas dos vãos de iluminação e ventilação devem ser representadas, mesmo que se trate de pavimento elevado, ou de telhado, e a posição de todas as divisas do lote. As plantas baixas são cortes horizontais realizados a 1 m ou 1,5 m do solo; no projeto do telhado (cobertura), linhas interrompidas indicam os contornos da construção e a cobertura deverá ultrapassar as paredes, no mínimo de 0,50 m formando a beirada, beiral ou platibanda. As coberturas podem apresentar uma ou mais inclinações. Cada uma dessas inclinações indicadas por um triângulo representa uma água do terreno. Para facilitar a interpretação das coberturas, é aconselhável representá-las em uma vista de frente e outra lateral. É comum também o uso de legendas com medidas indicativas de portas, janelas e outros, como forma de tornar o desenho mais "limpo".
Desenhos das fachadas. Para a prefeitura aprovar o projeto, o mesmo deverá possuir o desenho de pelo menos duas fachadas: a principal e uma lateral.
Planta de situação em que seja indicado:
posição da casa em relação às linhas limítrofes do terreno;
orientação em relação ao N (norte magnético);
dimensões e forma do terreno;
orientação e insolação;
valor do terreno.
IV.Cortes longitudinal e transversal da casa. Geralmente o corte é feito destacando escada e partes molhadas da casa (banheiros, cozinha).
O arquiteto gerencia toda a obra até a entrega das chaves ao cliente. Mas o projeto residencial necessita de projetos complementares também realizados por especialistas. Entre eles, destacamos:
projeto estrutural;
projeto elétrico e de telefone;
projeto hidráulico.
As instalações elétricas devem ser planejadas prevendo o constante avanço tecnológico que a cada dia incorpora novas máquinas ao cotidiano das pessoas (automação residencial).
Banheiros, cozinha e demais partes molhadas da casa constituem a etapa de maior custo na construção.
O custo médio padrão de um residência unifamiliar gira em torno de R$ 300,00 o metro quadrado.
O IAB, Instituto dos Arquitetos do Brasil, possui tabela regulamentadora das taxas mínimas que devem ser cobradas pelos arquitetos na execução de seus trabalhos. De acordo com a experiência, qualidade do serviço prestado, criatividade, custos de manutenção de um escritório, importância do profissional no mercado e outros fatores, os valores apresentados pelos arquitetos para um mesmo trabalho poderá variar bastante.
Fica a critério do cliente definir os parâmetros necessários para se optar pelo profissional que melhor lhe atenda com qualidade e de acordo com o orçamento disponível.