VIAGEM ACADÊMICA A OURO PRETO E CONGONHAS – 8ª SÉRIE INTEGRAL

Em agosto de 1999, os alunos da 8ª I do CENTRO EDUCACIONAL LEONARDO DA VINCI estiveram em Ouro Preto e Congonhas, em excursão que faz parte do programa de Viagens Acadêmicas da Escola.

O tema, Barroco e Rococó em Ouro Preto e Congonhas, foi desenvolvido durante o ano na Oficina de Artes.

Essa viagem já vem acontecendo desde 1997, sempre com as turmas das 8as séries.

Através de exposições em Power Point no projetor do Auditório ou em trabalhos em sala de aula, os alunos percorreram a História da Arte, desde a pré-história, chegando ao Barroco e Rococó nos países europeus, terminando no Brasil, com a influência portuguesa explicitada nas obras encontradas naquelas duas cidades.

A preparação dos alunos inclui palestras sobre diversos temas como a importância histórica de Ouro Preto ou a sua importância econômica, ligada à extração de minerais.

Cumprindo uma programação estudada para a compreensão dos fatos no tempo, a primeira visita aconteceu à Capela do Padre Faria. Na foto, o guia informa os alunos sobre a localização da cidade, a divisão de suas áreas, desde a chegada dos portugueses e escravos.

Também, de alguns detalhes das minas de ouro, dos costumes que envolviam o donos de minas e os escravos vindos da África ... No seu interior, belíssimos retábulos barrocos.























Os alunos na escadaria da Igreja de Santa Efigênia, que, segundo a lenda, foi construída por Chico Rei, escravo que conquistou sua liberdade, a do filho e a de outros negros. Apesar de serem doutrinados pela Igreja Católica, os escravos mantinham suas crenças vindas da cultura africana. Na sua magnífica talha barroca podem ser identificados alguns elementos como búzios, chifres de carneiro e cabra, camarões, etc.

Na ponte dos suspiros, onde os alunos ouviram do guia as histórias de amor e sofrimento de Marília de Dirceu.Todos os dias Marília vinha até a ponte "suspirar" por seu amado Dirceu, exilado por seus envolvimentos políticos.Com mais de 90 anos, Marília morreu a espera de Dirceu, mantendo-se fiel a ele.



Ainda hoje, como no tempo da exploração do ouro, são utilizados animais para o transporte de carga nas ruas de Ouro Preto. Segundo o guia, nos tempos de grande produção aurífera, Ouro Preto contava com mais habitantes do que a cidade de Nova Iorque.













Visita à Igreja de São Francisco de Assis, obra de Aleijadinho, já no estilo Rococó.

Contrastando com a Capela do Padre Faria, que se apresenta simples em seu exterior e muito trabalhada no seu interior (característica barroca), essa igreja tem sua fachada externa muito mais trabalhada, com belíssimo frontão e medalhão em pedra-sabão, enquanto que seu interior se apresenta mais simples, com a talha menos carregada do que as barrocas.















No jantar, a oportunidade de exercitar os conhecimentos adquiridos nas aulas de Comportamento Social.
Além do conteúdo específico da viagem (Barroco e Rococó), em todo o tempo acontecem, assistidos pelos acompanhantes, os relacionamentos e as trocas sociais e comportamentais que comporão o caráter desses futuros cidadãos. Os alunos demonstraram estar perfeitamente aptos ao convívio social, através de sua postura educada, elegante, fina, fruto de sua própria personalidade, da convivência familiar e dos ensinamentos oferecidos pelo Da Vinci.







É de manhã, muito cedo. A neblina ainda esconde o Pico do Itacolomi, ao longe, nas montanhas. Mas, mesmo com o frio, alguns alunos preferiram tomar seu café da manhã muito próximos à natureza, na varanda do restaurante.
Ali a tradição da comida mineira se fez presente através do pão-de-queijo, geléias, doces caseiros, etc.

A seguir, rumo a Congonhas, continuando o cumprimento da programação muito vasta, mas muito rica em cultura.



















Em Congonhas, visitando os Passos da Paixão. Trabalho de Aleijadinho e seus discípulos, no interior de cada uma das capelas as imagens talhadas em madeira representam passagens bíblicas da vida de Cristo, porém, recheadas de detalhes característicos da obra de Aleijadinho, como as barbas enroladas, algumas botas invertidas nos pés, olhos puxados, quase orientais.

Para cada detalhe o guia teceu explicações que complementaram e consolidaram os conhecimentos anteriormente discutidos.

Em Congonhas, a chegada ao Santuário do Bom Jesus de Matosinhos (grafia encontrada com "s" ou com "z", em publicações variadas). No adro, os 12 profetas esculpidos em pedra sabão por Aleijadinho, considerado como a expressão máxima da arte brasileira, e seus auxiliares.

O conjunto é citado como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Embora Aleijadinho não tenha conhecido o mar, explicou o guia, ele esculpiu peixes e baleias. Aos pés do profeta Jonas está uma baleia um tanto estilizada.

No interior, em estilo Rococó, encontram-se pinturas de outro importante artista brasileiro, mestre Ataíde.

Detalhe de um dos profetas, onde o aluno pode observar seu tamanho real, embora, em alguns, o aspecto anatômico não foi rigorosamente observado.
Os alunos notaram ainda que, algumas das peças observadas estão contidas em suas Identidades Estudantis (carteirinhas de estudante), que nos anos de 1998 e 1999 tiveram como tema O Barroco e o Rococó no Brasil.


Uma triste constatação: os alunos puderam verificar que, infelizmente, algumas obras, sejam quadros, peças em madeira que compõem os retábulos, esculturas ou mesmo partes das construções, vêm sendo destruídas por ação do tempo ou, muito grave, pela ação dos visitantes despreparados para entenderem a grandiosidade e importância das obras para o Brasil e para todos os povos.

Particularmente as esculturas dos profetas, que não ficam abrigadas, sofrem a ação destruidora das chuvas ácidas, poluição em geral, e dos visitantes que, aproveitando do fato de a pedra-sabão ser muito macia, insistem em gravar seus nomes.

Nas próximas fotos, exemplos dessa destruição causada pelos homens, a despeito de toda a arte e sentimentos aplicados por aqueles que construíram algo que o mundo reverencia.

O animal marinho que fica aos pés do Profeta Jonas, identificado como uma baleia.
Como pode ser visto, diversos nomes, iniciais ou datas estão inscritas indelevelmente em diversas regiões da escultura - na língua, claramente as iniciais AAM, sob o olho as inicias MEC ...













Nesta outra foto, o pé de um dos profetas, onde os nomes e iniciais começam a mascarar os detalhes escultóricos, como a listra existente na ponta do calçado. Junto com as inscrições latinas contidas nas cartelas que os profetas seguram, transcritas da Bíblia ou relacionada com cada um deles, podem ser encontrados nomes como o "Manoel", na foto ao lado.

Além da depredação, outro fator importante na preservação é a manutenção do estilo, nas novas construções. Embora em Ouro Preto esse fator é bastante respeitado, acontecem as exceções.

Como exemplo, essa casa, que vem descaracterizar a da arquitetura da cidade, já que foi construída sem respeitar a manutenção absoluta do estilo, apresentando, inclusive, alguns detalhes típicos das construções orientais. Fica em uma das ladeiras pelas quais passamos em nossa programação.
Embora a cidade seja tombada pelo Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco, que estabelece regras sobre a preservação arquitetônica, por vezes, algumas edificações surgem, sem obedecer aos padrões eleitos como ideais.


Embora atualmente exista permanentemente no adro dos Profetas, em Congonhas, um funcionário que se empenha em impedir a aproximação excessiva dos visitantes, mais importante seria que cada um tivesse a consciência da necessidade da preservação de trabalhos que nunca mais serão repetidos.

Vale lembrar que os alunos perceberam que mesmo visitantes do exterior, por vezes considerados como mais adiantados no espírito de valorização e preservação, estavam também colocando as mãos em peças de museus, atitude que exigia a pronta intervenção dos funcionários.

A simples ação dos químicos presentes no suor ou gordura de nossa pele já pode prejudicar a pintura ou a consistência do material.

É importante que cada cidadão transmita para outros o sentimento da necessidade da preservação do que criamos.

Os alunos do CENTRO EDUCACIONAL LEONARDO DA VINCI estarão empenhados na transmissão ininterrupta da idéia.

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