Recomeçando as atividades das Oficinas Opcionais DA VINCI, 12 alunos da 5ª à 8ª séries do Ensino Fundamental do CENTRO EDUCACIONAL LEONARDO DA VINCI iniciaram, no primeiro semestre de 2000, a Oficina Opcional de Botânica, sob a orientação da professora Raquel da Silva Tavares.
As Oficinas Opcionais DA VINCI têm oferecido aos alunos possibilidades diversificadas de desenvolverem habilidades em áreas extra-curriculares de seu interesse. "Desenvolvendo um currículo de perspectiva cultural, as oficinas contextualizam e interdisciplinam conteúdos, integrando as duas dimensões do currículo: base nacional e diversificado; valorizam as potencialidades e habilidades individuais; promovem a cooperação, elemento imprescindível para o desenvolvimento da inteligência individual ao nível racional." (trecho extraído do Projeto Educativo do Centro Educacional Leonardo da Vinci).
O objetivo educacional da Oficina de Botânica é cultivar, através do trabalho com plantas ornamentais, atitudes positivas como a tranqüilidade, a paciência e o controle da ansiedade, além do desenvolvimento de habilidades manuais e estéticas na manipulação das espécies vegetais. Segundo a orientadora da Oficina, professora Raquel, o processo de cuidar das mudas e dos vasos "é uma verdadeira terapia".
Nos primeiros encontros, a professora Raquel providenciou que os alunos tivessem acesso a informações sobre os tipos de plantas com que iriam conviver durante a Oficina. Os alunos consultaram revistas sobre Botânica e informações coletadas em sites da Internet – além, é claro, de observarem plantas carnívoras e Bonsai, as simpáticas árvores em miniatura – para entrarem em contato com as modalidades de cultivo e os passos que seriam seguidos no decorrer do trabalho.
Os Bonsai – o termo japonês significa "plantado em uma bandeja" – são as grandes estrelas da Oficina de Botânica do DA VINCI. Arte oriental carregada de significado filosófico e religioso, o cultivo do bonsai é milenar – os primeiros indícios de existência dessa arte remetem à China do século III a. C. Era, a princípio, reservada à nobreza, mas ao longo dos séculos foi se difundindo, tanto entre outras classes sociais dos países orientais, como em países da Europa e América. O Bonsai chegou ao Brasil com os primeiros imigrantes japoneses, que trouxeram na bagagem o amor e a dedicação à arte, e vem se tornando mais conhecido a cada dia. Existem clubes e associações que cultivam viveiros de Bonsai e sites na Internet mantidos por bonsaístas entusiastas.
De posse das primeiras informações sobre as pequenas árvores, os alunos da Oficina de Botânica começaram a trabalhar para transformarem o "pré-bonsai" – tipo de muda que é comprado em lojas especializadas em bonsai; para isso, precisaram aprender procedimentos como replantio, poda, aramação, preparação e forragem do vaso. Depois, saíram para coletar mudas na natureza. Orientados pela professora, os alunos exploraram o trecho de mata que se localiza atrás do prédio da escola, observando o tamanho, o tipo de caule e a forma estrutural das plantas encontradas, possíveis futuras árvores miniaturizadas.
Após a manipulação, antes de poderem ser submetidos a novas podas, os Bonsai precisam de um tempo para se refazerem. Enquanto isso, os alunos aprendem outras técnicas de ornamentação de vasos – orquídeas, violetas, azaléas e bouganvilles vão sendo plantadas e crescendo sob os seus cuidados –, além de formação de mudas através de enxertos e alporquias.
Outro detalhe interessante da Oficina é contar com a participação do funcionário Paulo César Viegas, Paulinho, responsável por cuidar das plantas da Escola. Aprendendo e trabalhando em parceria com os alunos, Paulinho faz a ponte entre os estudos de botânica e sua prática cotidiana. Alguns vasos compostos na Oficina de Botânica já estão sendo incorporados à paisagem escolar, num exemplo de integração entre docente, alunado e administrativo.
Aguçando a concentração e a percepção para detalhes, valorizando a natureza através da vida de que estão cuidando, conjugando o trabalho manual e o planejamento racional e estético, os alunos da Oficina Opcional de Botânica transformaram suas tardes de sexta-feira num momento de aprendizagem e lazer simultâneos.