Diversos objetivos fazem do DA VINCI uma escola de perspectiva cultural; entre eles: "permitir e promover a expressão e formação cultural dos alunos, através de contatos com o meio externo à escola e pela adoção de estratégias facilitadoras." (Trecho extraído do Projeto Educativo da Escola).
Ao lado de outras atividades, as Viagens Acadêmicas são a materialização, a realização efetiva desse objetivo. São tantas as vivências e aprendizagens – para os conteúdos pedagógicos propriamente ditos, para a convivência com seus pares e educação dos hábitos e atitudes, para a formação de valores, para a vida, enfim –, possibilitadas por essas excursões que seria pretensioso – se não impossível – tentar resgatá-las em poucas palavras.
Entre maio e julho de 2000, os alunos de cada uma das 7as séries do Ensino Fundamental estão vivendo essa oportunidade, na Viagem Acadêmica a Petrópolis, coordenada pela professora Carla Jardim e já incorporada ao calendário anual das viagens do DA VINCI.
Deixando os livros de História em que estavam estudando o período do Brasil-Império, os alunos foram conhecer a famosa cidade imperial e seus museus, igrejas, casas de época, além das belíssimas paisagens naturais – a cidade fica no meio de uma das últimas reservas brasileiras de Mata Atlântica – e do clima, muito semelhante ao da Europa, que encantou a família imperial à primeira visita e continua atraindo turistas o ano todo.
Em Petrópolis, há muito para ver. Os alunos do DA VINCI e os professores que os acompanham na viagem visitaram o "Centro Histórico", ex-sede da quinta que pertenceu à família imperial e originou a cidade, hoje um rico patrimônio histórico e cultural que concentra características da arquitetura do século XIX.
Na "Casa de Petrópolis", um acontecimento especial, organizado exclusivamente para o DA VINCI, esperava pelos alunos da 7ª série B. Instituto cultural instalado na mansão da família Tavares Guerra (construída em 1884 e conhecida como "Casa dos sete erros"), esse espaço totalmente preservado, localizado em meio a um bosque e ladeado por jardins projetados pelo botânico francês Auguste Glaziou (o mesmo dos jardins da Quinta da Boa Vista), é administrado por um descendente de José Tavares Guerra, o primeiro proprietário e construtor da casa. Em contato com o administrador, a coordenadora da viagem conseguiu que se promovesse um sarau, especialmente para nossos alunos.
Na luxuosa sala de música da casa, os alunos tiveram, então, o privilégio de ouvir o violonista Paulo Maurício, num programa que incluiu obras de Gaspar Sanz, Ferdinando Sor, Antônio Rubiara, Ernesto Lecuona; o Prelúdio em lá menor e o Estudo em mi menor de Heitor Villa-Lobos – indispensável no repertório de violonistas – e ainda Ernesto Nazareth (Odeon), Baden Powel (Samba do Astronauta), Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira (Suíte Nordestina), Dorival Caymmi (Na baixa do Sapateiro), além da já "clássica" Sons de Carrilhões, de João Pernambuco.
Petrópolis conta não só a história do Império, mas também a dos chamados "Anos Dourados". Os alunos visitaram o Hotel Quitandinha, que nos anos 40 foi o palco dos famosos bailes nos tempos de Dick Farney, Lúcio Alves, os Quitandinha Serenaders e Os Cariocas, antes que o Presidente da República Eurico Gaspar Dutra fechasse os cassinos.
Além dos objetivos pedagógicos, a viagem proporciona a enriquecedora convivência entre os alunos.