03 de julho de 2000, segunda-feira. Dia de festa para os alunos das 1as séries do Ensino Fundamental do DA VINCI. Ansiosos, esperavam a tão desejada hora de receber, na escola, os vovôs e vovós, que, às três horas da tarde, chegariam para o "Chá dos avós".
O evento significou a inserção dos avós no contexto escolar: convidados para o "chá da tarde", os avós puderam passar agradáveis momentos ao lado dos netos, além de prestigiarem a exposição, montada numa das quadras da escola, como culminância de uma das etapas do trabalho de Estudos Sociais.
Na 1ª série, as crianças vivem o momento de tomar consciência de sua individualidade. A educação desse processo acontece através de atividades em que os alunos trabalham com seus próprios rostos e nomes – perguntando, observando, desenhando, explorando possibilidades sonoras, vivenciando, enfim. Exploram a história de seu nascimento e primeiras fases da vida, revendo fotografias, registrando experiências e pessoas mais importantes.
Depois dessa primeira etapa, em que o objetivo está direcionado para a observação de si mesmo e para a construção e sistematização de uma memória pessoal, começa a ampliação do enfoque: a família passa a ser o "objeto de pesquisa". Os alunos desenham, entre outras atividades, sua árvore genealógica, buscando com as famílias as informações para completá-la; solicitam e recebem mensagens dos familiares; entrevistam mãe, pai, avós.
A entrevista com os avós é uma atividade enriquecedora e interessante. Perguntas como "Como você era quando tinha a minha idade?" "Como eram as casas?" "Como as pessoas se vestiam?" "Como se divertiam?" "Como eram as escolas?" são o ponto de partida para desenvolver a percepção do tempo e do espaço, noções de mudança e permanência, diferenças e semelhanças situadas no tempo e no espaço.
Nesse momento, as professoras pedem às crianças que tragam objetos pertencentes aos avós, que tornam-se, a princípio, material para reflexões do grupo. Em seguida, é organizada uma exposição: roupas e acessórios, diplomas, fotografias e cartas do tempo de namoro resgatam a história de vida dos avós.
O "Chá dos avós" das 1as séries de 2000 foi uma agradável experiência. "A hora do chá" já carrega consigo todo um sereno espírito de requinte e cerimônia... e a simpatia e jovialidade dos convidados, bem como a alegria dos "pequenos anfitriões", reservou à hora do chá um tom de encantamento e encontro. Bebida que já inspirou lendas e cerimônias, o chá tem uma importância ritual em algumas sociedades. Leia um trecho sobre a "A hora do chá", do livro "Poder pode... mas não deve", de Bárbara Virgínia.
Na exposição, detalhes também encantadores: o vestido de noiva e o terno do noivo do casamento dos avós de uma aluna, realizado há mais de 50 anos!
Muitos avós saíram de suas cidades para prestigiar a festa. Houve também os avós que, entristecidos, não puderam estar, mas não deixaram de registrar, por telegrama, o prazer de saberem-se convidados.
Encontro de gerações... Para as crianças, o fascínio do antigo - que lhes é novo. Para os avós, a possibilidade de dividir suas recordações com os netos, seus professores e colegas. Sem nostalgia, mas com a alegria de quem tem histórias para contar.