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Todo brasileiro é louco por carro (II)
25/08/2000 · por Ana Cláudia Nahas

Iniciado em 16 de fevereiro, com seqüência ao longo de todo o primeiro semestre de 2000, o Projeto Todo brasileiro é louco por carro desenvolveu-se conforme concebido e previsto, apresentando resultados mais que satisfatórios: os alunos "compraram a idéia" e se envolveram no trabalho com ânimo e determinação.

"Todo brasileiro é louco por carro" foi o nome, prá lá de criativo, com que o coordenador do Projeto, João Duarte Saleme de Sá, batizou uma das quatro disciplinas diversificadas idealizadas pelos professores do Ensino Médio como projetos de trabalho para os alunos dos 2os anos do DA VINCI.

O Projeto desenvolveu-se em encontros semanais, abordando assuntos vários, dentro da temática escolhida.

1º encontro

Os alunos receberam a cópia do Projeto e, orientados pelo professor, discutiram cada uma das etapas que se seguiriam, ressaltando os objetivos destacados em cada uma delas.

Já como primeira avaliação, os alunos entregaram ao orientador uma pesquisa sobre os automóveis de cada família, que lhes havia sido "encomendada" anteriormente, em reunião preparatória ao Projeto.

Partiram, então, para a primeira atividade: assistir ao documentário "Na linha de montagem", da GNT e discutir o papel desse tipo de produção na vida moderna, ressaltando os pontos mais importantes do documentário.

Os alunos ainda receberam textos sobre processos de fusão, Henry Ford, desempenho da indústria automobilística no Brasil; informações sobre a Ferrari deram à discussão um toque de homenagem ao GP Brasil de Fórmula 1, que seria realizado no domingo seguinte.

Foi solicitada aos alunos sua próxima tarefa: trazerem dados sobre preço de gasolina aditivada, gasolina comum e álcool de três postos diferentes, devidamente identificados (nome e endereço).

2º encontro

Recolhida a pesquisa e verificados os maiores e menores preços de cada combustível, constatou-se entre eles pequena diferença. Os alunos assistiram, então, a duas reportagens em vídeo, sobre a cartelização dos preços em Brasília e em Vitória; leram sobre as providências tomadas pelo PROCON-ES contra a cartelização em Vitória – nesse texto, constava um endereço eletrônico para o qual os alunos enviaram uma mensagem de protesto contra a realidade dos preços em Vitória.

Em seguida, discutiram sobre o uso de combustíveis diversos: álcool, gasolina, diesel, hidrogênio, gás natural, energia solar, etc., comparando vantagens e desvantagens de cada um. A atividade seguinte aconteceu no Laboratório de Química: os alunos fizeram o teste do percentual de álcool existente em amostras de gasolina comum e aditivada, obtidas em um posto determinado, concluindo que estavam dentro das especificações corretas.

Depois, foi a hora de estudar o princípio de funcionamento e as principais partes de um motor a explosão de 4 tempos. A demonstração foi feita no site da FIAT e através de uma maquete em acrílico da REVELL. Os alunos participaram com entusiasmo.


3º encontro

Reunidos no Laboratório Multimídia da escola, os alunos receberam farto material para pesquisa – além de terem a Internet à disposição. Cada dupla teve a tarefa de organizar a apresentação, para o grupo todo, de uma das partes do automóvel.

4º encontro

Betinho Sartório, piloto profissional, abriu à visitação dos alunos seu box no Autódromo Municipal da Serra, o "Barródromo". Recebidos de braços abertos, os alunos assistiram a treinos e a uma corrida. O piloto entrevistou o professor e um aluno sobre o Projeto e seus objetivos, para o Programa Fórmula Total, na TV Bandeirantes, que foi ao ar no dia 16/04/00.
O principal objetivo da visita ao Barródromo foi conhecer as diferenças entre um carro comum e um carro de competição e suas técnicas de pilotagem, além da oportunidade de "ver que, se você quiser ter adrenalina atrás do volante, há um lugar certo para isso.", conforme conta João Duarte.

5º encontro

Os alunos relataram a ida ao Barródromo, considerando que sua excursão teve os objetivos atingidos. Em seguida, numa quadra da escola, onde um FIAT Marea os aguardava, verificaram ao vivo os itens apresentados pelos alunos no terceiro encontro. Trocaram pneus e aprenderam a "ler" um pneu (descobrir o tipo, quantas polegadas, etc. ), comparando vários pneus de carros que estavam estacionados na rua da escola.

Outra atividade desse encontro foi a discussão sobre a política de incentivos fiscais que alguns estados vêm fazendo para atrair indústrias do setor automobilístico; e como é essa política no resto do mundo.

6º encontro

A concessionária Renault em Vitória, Atlântica Automóveis, disponibilizou um vendedor de automóveis para falar aos alunos. A palestra girou sobre a panorâmica da marca no Brasil e no mundo e sua revenda em Vitória; a relação fábrica-revenda; as formas de venda parcelada (consórcio, leasing, CDC); as campanhas promocionais e estratégias de lançamentos.

Outra atividade dos alunos nesse encontro foi a compra simulada de um automóvel, pela Internet, no site www.fiat.com.br, escolhendo modelo, cor e acessórios – baseados em seus próprios desejos –, mas tendo de lidar com uma situação-problema colocada pelo orientador: os alunos tiveram que "comprar" um carro imaginário de, no máximo, R$45.000,00 , sendo que um carro de R$25.000,00 (sempre imaginando!) entraria no negócio como entrada, e o valor restante seria parcelado em até 24 meses; para esse financiamento, o "comprador" poderia disponibilizar, no máximo, R$15.000,00 mensais.


7º encontro

Uma das etapas mais empolgantes do Projeto: a montagem de uma maquete de automóvel. Pelo catálogo da "Hobby House" (loja de miniaturas que disponibilizou para o Projeto uma maquete demonstrativa), cada aluno escolheu o modelo que montaria.

O resultado: maquetes de dezoito modelos diferentes, de automóveis clássicos aos mais atuais.

8º encontro

No SENAI, o grupo visitou o Laboratório de Mecânica, uma oficina de conserto automotivo, onde se trabalha com formação e treinamento de mão-de-obra especializada. Lá, os alunos puderam ver, na prática, o funcionamento (partes mecânica e elétrica) de um motor.


9º encontro

O encontro começou com a discussão a respeito do mercado segurador em Vitória. Em seguida, os alunos assistiram a palestra do Sr. Luciano, da Correta Seguros. Usando linguagem acessível aos jovens, o palestrante disponibilizou vasto conhecimento técnico, conquistando o interesse e a atenção dos alunos.

Após a palestra, fizeram simulação da compra de seguros pela Internet. No site www.seucorretor.com.br, o usuário pode contratar um "seguro por perfil". Os alunos do Projeto se mostraram impressionados com essa modalidade de seguro, em que o valor a ser pago leva em consideração várias características pessoais do segurado enquanto motorista.

10º encontro

Etapa importante para a conscientização de questões referentes ao trânsito: conhecer o Código Nacional de Trânsito. O texto foi apresentado aos alunos em transparências e discutido com os alunos que, em seguida, fizeram um teste sobre o Código, no site www.abdetran.com.br.

Depois saíram à rua, para observar possíveis infrações ao Código. O mais notável dessa atividade foi a facilidade com que os alunos puderam observar motoristas que não respeitam as regras de trânsito.

"O desrespeito é constante. Não deveria ter sido tão fácil achar motoristas infratores, mas foram muitas as infrações que presenciamos", conta João Duarte.

11º encontro

O Código Nacional de Trânsito foi objeto de debate nesse encontro. Diversos itens do CNT foram colocados em discussão, e os alunos classificaram-nos em "muito rigorosos" e "pouco rigorosos". Houve divergências entre os alunos, o que aqueceu o debate e promoveu reflexões interessantes.

Os alunos apresentaram as fotos colhidas na aula anterior, ilustrando a desobediência ao código e às placas de trânsito.

Fechando o encontro "com chave de ouro", os alunos assistiram a palestra do Desembargador Pedro Walls Feu Rosa, idealizador da Justiça Volante, que discorreu a respeito do seu funcionamento. A palestra foi considerada excelente pelos alunos e seu orientador, que a descreveu como um agradável "bate-papo" com os alunos, com informações densas, transmitidas em linguagem acessível. Para o Coordenador do Projeto, é muito importante trazer visões de fora para a escola: "quanto mais perto do mundo estiver a escola, melhor vai ser a formação dos alunos para a vida", diz.

12º encontro

Orientados por João Duarte, os alunos mediram a rua da escola, localizando postes, placas de trânsito e portões de garagens. Fizeram o desenho em papel milimetrado, depois de discutirem e concluírem sobre a escala mais adequada.

Elaboraram, então, sugestões para a melhoria do trânsito na rua da escola, propondo alterações possíveis de serem realizadas. A tarefa para o próximo encontro: sintetizar uma proposta coletiva para ser enviada à Prefeitura de Vitória.

13º encontro

Inicialmente, os alunos discutiram textos sobre lombadas eletrônicas, a questão do lucro que as empresas têm com esse tipo de arrecadação e sobre cobrança de pedágios. Organizada pelo Coordenador do Projeto, uma dinâmica de estudo dirigido possibilitou que os alunos se posicionassem em relação à validade da cobrança de pedágio.

Em seguida, pensamentos para um possível ação: a partir das discussões sobre possíveis modificações na rua, os alunos trabalharam na redação de uma carta, que pretendem enviar ao Secretário de Transportes de Vitória. Escolheram também as atividades para o Dia do Trânsito, a serem realizadas no dia 05 de julho com os alunos do Ensino Fundamental.

14º encontro

Foram trabalhados textos sobre rachas – inclusive com depoimentos dos "rachadores", que muito impressionaram os alunos – e alcoolismo ao volante. Após debate, os alunos do Projeto "Todo Brasileiro é louco por carro" assistiram a palestra sobre os efeitos da droga no ser humano, apresentada por Priscilla Maria Garone, também aluna do 2º ano do Ensino Médio e integrante do Projeto "Careta Convicto", outra das disciplinas diversificadas trabalhadas no 1º semestre de 2000.

O encontro foi encerrado por palestra da Sra. Hebe Fraga, psicóloga do DETRAN, que falou sobre o programa de trânsito nacional "Paz no Trânsito".

15º encontro

Informações importantes para todo usuário do trânsito: Primeiros Socorros. Os alunos leram e discutiram textos sobre o assunto, oportunidade para saber o que fazer numa situação de acidente.

O professor João Duarte observou que, ao longo do trabalho, os alunos foram construindo um consenso: concluíram que a solução para os problemas do trânsito é a Educação. Partiram, então, para a elaboração das atividades para o Dia do Trânsito, 05 de julho: os alunos do Projeto se dispuseram a realizar um trabalho de conscientização com os alunos de algumas das séries anteriores.

16º encontro

Com os "pequenos" do Infantil, os alunos trabalharam as regras básicas do trânsito – sinais luminosos, faixa de pedestres, preferência do pedestre – simulando situações de trânsito na pracinha da escola, onde já é permanente a sinalização com faixas, placas e semáforo.

Para os alunos das 7as e 8as séries, a turma do Projeto "Todo brasileiro é louco por carro" fez a dramatização de uma situação de trânsito e uma apresentação em power point mostrando as fotos das infrações que haviam flagrado no 10º encontro.

O objetivo era sensibilizar os alunos do Ensino Fundamental para essa séria questão: "As infrações e mortes no trânsito são tão corriqueiras, que é perigoso passarmos a achá-las normais", sintetiza João Duarte.

Como última atividade desse período tão construtivo, os alunos utilizaram um simulador computadorizado, com acelerador, freio e volante: uma (única) forma de poder ter contato com a sensação de dirigir.

Conclusão

Durante um semestre, 37 alunos dos 2os anos passaram uma manhã inteira envolvidos com as atividades do Projeto. Um dado interessante da organização desse trabalho foi a flexibilização do horário de recreio, que era feito em um horário diferente a cada semana, em função das atividades planejadas para cada dia e do envolvimento do grupo com cada uma delas. Outra diferença em relação às disciplinas tradicionais: a avaliação. Os alunos foram avaliados pelo cumprimento de tarefas propostas pelo professor ao longo de todo o projeto, como a realização do perfil dos carros da família, a apresentação de uma das partes do carro, o teste sobre o Código Nacional de Trânsito, a pesquisa de preço de combustível, o teste da qualidade da gasolina, a apresentação do trabalho com fotos das infrações, a simulação de compra de automóvel e contratação de seguro pela Internet. João acredita que o interesse foi mantido, não só pelo assunto (afinal, todo brasileiro, etc.), mas pela diversidade das atividades: muita informação foi disponibilizada para os alunos através de textos, debates, palestras e experienciação dos assuntos abordados.


Nossos estudantes, com seu empenho para o projeto, mostraram que todo brasileiro é louco por carro, mesmo. Alunos do 2º ano do Ensino Médio – que têm, em média, 16 anos –, ainda precisarão esperar um certo tempo antes de estarem legalmente aptos a dirigir um automóvel. Mas nada como começar, desde logo, a acumular informações e, mais que isso, cultivar a possibilidade de tornar-se um motorista consciente, através da aquisição de conhecimentos significativos em torno de uma problemática tão diretamente relacionada à vida cotidiana. Afinal, conhecer bem – não só o carro em si, mas todo o universo a ele relacionado – é um bom primeiro passo para utilizá-lo melhor.

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