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Professor mostra o caminho para controle das finanças pessoais
21/12/2001 · por Luciano Machado Couto

Alunos
Alunos "ensinam" a administrar um orçamento
O projeto FinPess foi criado mim, Luciano Couto, professor de Matemática, e desenvolvido em parceria com os alunos das 2as séries do Ensino Médio do CENTRO EDUCACIONAL LEONARDO DA VINCI. A idéia de trabalhar a Matemática Financeira e trazer o Planejamento das Finanças Pessoais para a sala de aula foi conseqüência de necessidades próprias e de colegas que possuíam muitas dúvidas quanto ao tema e que ganhou força a partir do curso de pós graduação MBA em Finanças Corporativas da Fundação Getúlio Vargas, que participei e conclui em agosto deste ano (2001). Neste curso, tomei contato com assuntos e conhecimentos que encorajaram a criação do FinPess, entre eles: Matemática Financeira, Análise de Projetos, Economia, Contabilidade, Tributação, Mercado de Capitais, entre outros.

O programa do Finpess é desenvolvido dentro da grade curricular de Matemática, sendo-lhe dedicada uma das quatro aulas semanais. Para desenvolvê-lo sem comprometer o programa de Matemática da série, foi necessário enxugar a quantidade de exercícios que desenvolvíamos até então em privilégio da qualidade dos mesmos. As aulas tornaram-se mais dinâmicas e os alunos passaram a contar com mais atividades de casa.

A primeira edição do Finpess ocorreu no ano de 2000. Tínhamos o ano letivo dividido em quatro períodos. O Projeto teve seu desenvolvimento restrito aos dois últimos períodos.

Neste ano de 2001, o ano letivo passou a contar com três períodos. Dessa forma, foi possível iniciar o Projeto no mês de maio, ganhando-se mais tempo para acréscimos de conhecimentos e aprendizagens.

O programa do FinPess contempla os seguintes temas: Porcentagem, Orçamento Familiar, Fluxo de Caixa, Uso de Cheque Especial e Cartão de Crédito, Regime de Juros Simples, Regime de Juros Compostos, Tabelas financeiras, Anuidades ou Prestações, Calculadora HP12C, Avaliação das melhores propostas de consumo (à vista ou a prazo), Planejamento Financeiro Futuro, Aposentadoria, entre outros.

Os temas são desenvolvidos semanalmente sendo que cada assunto pode ser inserido ao estudo seguinte favorecendo uma continuidade orgânica. É muito interessante observar a curiosidade dos alunos pelos assuntos trabalhados.

Embora o professor tenha conhecimento dos tópicos trabalhados, sempre que há dúvidas, recorremos a profissionais do mercado para esclarecimentos.

Textos de revistas como VEJA, EXAME e VOCÊ S/A são usados para reforçar a aprendizagem ou a contextualização, além de folhetos/encartes promocionais de estabelecimentos comerciais, e sites de Instituições relacionadas ao Projeto.

Três trabalhos em grupo são propostos ao longo do desenvolvimento do Projeto. São eles: Simulação de Planejamento Familiar, Pesquisa de Preço para a compra de um eletrodoméstico ou eletroeletrônico e Previdência Privada.

No primeiro trabalho, são discutidas situações reais apresentadas na revista VOCÊ S/A. Em seguida os alunos fazem a idealização de uma família e simulam seus rendimentos, seus gastos, seus planos, entre outros. No segundo trabalho os alunos vão a campo realizar a pesquisa de preço. Escolhem um produto, a marca, o modelo e a cor. O produto de mesmas características deverá estar à venda nos três estabelecimentos comerciais visitados. Devem ser obtidas três formas de pagamentos diferentes. Com base nessas informações são feitos os cálculos das taxas de juros cobradas pelas lojas e a análise das promoções de vendas sem juros e a melhor decisão de compra. O terceiro trabalho, desenvolvido somente na edição de 2001 do Projeto, contou com a ida dos alunos a agências de instituições bancárias selecionadas (as mais populares do Brasil). Os alunos visitaram algumas agências bancárias, conversaram com gerentes e obtiveram informações sobre os produtos de Previdência Privada oferecidos. Receberam folhetos instrucionais e, paralelamente, visitaram o site dos respectivos bancos para realizarem simulações do investimento. Também fazia parte deste trabalho a escolha de um tipo de investimento que o próprio poupador pudesse administrar e assim compará-lo com os ganhos nos planos de previdência privada (tal simulação foi realizada usando-se a calculadora HP12C).

Vantagens e desvantagens de ambos investimentos foram destacados. O trabalho contou com uma produção escrita e uma apresentação oral acompanhada de recursos multi-mídia (Powerpoint, Internet, transparências).

A qualidade deste último trabalho foi tão surpreendente que o mesmo foi apresentado aos professores da Escola interessados em conhecer o assunto, conscientes, é claro, de nossas limitações por não sermos especialistas; porém, dispostos a dividir o muito que aprendemos, embora saibamos que o muito ainda é muito pouco diante da diversidade de aprenderes que a vida nos reserva.

Por fim agradeço à Direção do CENTRO EDUCACIONAL LEONARDO DA VINCI por acreditar e apoiar esta proposta inovadora, aos alunos das 2as séries do Ensino Médio com quem dividimos os bons momentos de aprendizagem, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para que alcançássemos nossos objetivos, aos professores que contemplaram a apresentação final e, em especial, aos alunos Carla Rosa (2ªB), Gabriel Heringer (2ªI1), Júlia Vasconcellos (2ªI1), Lúcia Guimarães (2ªI2) e Luciana Lage (2ªA), que se dispuseram a estar presentes na Escola, no período de férias, para planejar e realizar a apresentação aos professores representando os demais colegas.

Texto: Luciano Machado Couto.

O projeto mereceu matéria em A Gazeta Mercantil, que transcrevemos a seguir.


GAZETA MERCANTIL
Espírito Santo


SEGUNDA-FEIRA, 4 DE NOVEMBRO DE 2000

CADERNO: CULTURA & LAZER

EDUCAÇÃO

Matemática para viver o cotidiano sem problemas

Alunos do Leonardo da Vinci aprendem finanças pessoais

Texto: Edla Conti

Professor Luciano inova no ensino da Matemática
Professor Luciano inova no ensino da Matemática
Encobertos em promessas de preços iguais à vista ou a prazo, os juros praticados no comércio de Vitória chegam a 8% ao mês, superiores ao que a poupança paga ao ano. A constatação não foi feita por economistas nem institutos de pesquisa. Mas por alunos do segundo ano de Ensino Médio do Centro Educacional Leonardo da Vinci, em exercícios propostos nas aulas de Finanças Pessoais. Mais do que conceitos de Matemática, a disciplina mostrou a importância do planejamento – os estudantes chegaram a programar suas aposentadorias – e do consumo consciente contra compras compulsivas ou motivadas pela busca por status.
Preço presente (à vista) e preço futuro (valor final do bem a prazo, incluindo as taxas cobradas), pesquisa de preço e decisão de compra e até investimentos a longo prazo, para compra de imóveis ou planos de previdência privada, foram passados para os alunos. Elaborada para facilitar o aprendizado de Matemática, a disciplina provocou mudança de atitude nos estudantes – filhos de classes mais abastadas da capital, consumidores por herança. “Eles perceberam a importância do planejamento e da organização. Então, serão consumidores mais conscientes e profissionais com visão de futuro”, disse o professor idealizador do programa, Luciano Machado Couto.
A idéia de trabalhar, na teoria e na prática, conceitos como orçamento, fluxo de caixa e juros partiu do professor, há 17 anos na profissão, pós graduando em Finanças Corporativas na Fundação Getúlio Vargas. “Vivemos em um mundo de consumo e adquirir estes conhecimentos é uma questão de sobrevivência”, disse o professor. “Infelizmente, a maior parte das pessoas só se preocupa em saber se o valor da prestação cabe no bolso”, disse. O sucesso foi tamanho que a Escola está adequando o programa para oferecer no segundo semestre do próximo ano, cursos semelhantes para professores e pais de alunos.
O professor trabalhou com temas e exemplos veiculados na imprensa para derrubar mitos. Ele mostrou o caso de uma mulher que depositou na poupança, dos 25 aos 35 anos de idade, todos os meses, R$200,00. Depois deste período, parou de depositar, mas não mexeu no capital. Em comparação, mostrou o que aconteceu a um homem que decidiu fazer a mesma aplicação dez anos depois. Ele depositou R$200,00 todos os meses na poupança, dos 35 aos 65 anos de idade. O professor mostrou como o homem, apesar de ter feito depósitos durante 30 anos, reuniu um capital menor que o da mulher.
“Em um curto prazo, R$200,00 com juros de 0,5% ao mês não representa muita coisa. Mas, é bom lembrar que o cálculo é de juros sobre juros e, em dez anos, o montante se torna significativo”, explicou. Para realizar cálculos complexos, o professor trabalhou com tabelas financeiras, inserindo conceitos e forçando o raciocínio dos alunos. O primeiro assunto abordado foi o orçamento familiar. O objetivo era avaliar os gastos de uma família, tornando-os despesas fixas, de forma a poder prever sobras e planejar o futuro. Depois, foi abordada a movimentação bancária – fluxo de caixa -, evitando problemas com o cartão de crédito e cheques especiais.
Prestações ou anuidades, valor presente e futuro formaram o terceiro capítulo do programa. A essa altura, os alunos aprenderam a utilizar algumas funções de uma calculadora financeira – a HP12C – instalada nos computadores de sala de aula. O instrumento foi captado gratuitamente no site oficial da fábrica. De posse da calculadora utilizada por economistas e engenheiros, os alunos partiram para pesquisa de preços e decisão de compra. Eles percorreram o comércio em busca de eletrodomésticos específicos, de marca e modelos definidos. Levando informações sobre o preço à vista e as condições de pagamento, perceberam as altas taxas de juros embutidas.
“Poucas pessoas sabem a fórmula do cálculo, por isso acabam fazendo maus negócios”, lamentou o professor. Os alunos concluíram que a compra à vista é sempre mais favorável, porque há possibilidade até de se conseguir descontos. E que, com programação, pode-se obter um bem à vista, fugindo dos juros praticados das financeiras ou das promoções das lojas. Para fechar o programa, um capítulo dedicado aos investimentos de longo prazo. Os exemplos utilizados foram a compra de imóveis e a programação da aposentadoria.
Mas, o professor quis passar a idéia de que, quando se traça um plano, com prazos e objetivos, o resultado terá melhores condições de alcançar a meta. Segundo Luciano Couto, no início das aulas, dois alunos possuíam planos de aposentadoria, contratados pelos pais. Atualmente, cinco alunos adquiriram planos de previdência privada e os restantes estavam divulgando entre seus familiares a importância deste assunto. Foram quatro turmas, somando 130 alunos. As aulas acabam na próxima semana, mas a disciplina será oferecida no próximo ano, com mais pesquisas de campo e participação de convidados das áreas de finanças.



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