Alunos debatem regras de comportamento em reuniões

O início do mês de março é sempre um momento dedicado à adaptação do aluno às suas atribuições em uma nova série escolar. O Centro Educacional Leonardo da Vinci debate com os alunos, em reuniões feitas por série, as normas de conduta e regras de convivência dentro da escola. Foi o que aconteceu nas primeiras semanas do mês, em que Maria Helena Salviato Biasutti Pignaton e Zuleme Cruz, Coordenadora Pedagógica e Orientadora Educacional, reuniram-se com os alunos no anfiteatro. Foram diversas reuniões, unindo grupos de mesma faixa etária e interesses semelhantes. A participação dos alunos foi muito boa. A cada momento, eles esticavam as mãos para pedir a palavra e muitas vezes levantaram questões importantes.



As reuniões para discussão das Normas da Escola são ocasiões em que os alunos se sentem livres para dar suas opiniões, expor e esclarecer suas dúvidas, conhecer o pensamento da escola como instituição. Esse debate é o momento no qual eles ficam conhecendo as alternativas que os espaços físicos internos oferecem, colocam em público suas idéias, conhecem as razões da direção para estabelecer essas normas. Tudo é feito para que haja uma convivência agradável, porém dentro de padrões aceitáveis de comportamento social e escolar. O resultado é um comprometimento maior dos alunos para com o comportamento coletivo, pois as normas são suficientemente debatidas e esclarecidas.


Para Maria Helena, a participação dos alunos tem facetas interessantes: “Eles têm interesses diferentes, de acordo com a idade. Nas turmas menores, especialmente nas 5ªs séries, eles estão entrando numa discussão como esta pela primeira vez, então têm um interesse real, querem saber tudo, quase todos se oferecem para ler a publicação sobre Normas para os outros. As 6ªs e 7ªs parecem as mais fáceis de lidar, porque já têm mais maturidade, já conhecem as regras de conduta da escola, são mais respeitosos nos seus questionamentos. As 8ªs, assim como os 1ºs e 2ºs anos do Médio, este ano, na minha opinião deixaram escapar uma oportunidade valiosa de discutir e aprofundar mais as questões pedagógicas”.


#11165#A diretora atribui uma certa dispersão desses alunos à idade: “É um momento único na vida deles, e isso os faz mais questionadores. Gastaram, porém, um tempo precioso discutindo, por exemplo, o uso do ‘piercing’ – que 99,9% não usam ou desejam usar – e não debateram problemas referentes ao ensino, às maneiras de estudar, às exigências do currículo”. Estes alunos estão na faixa entre os 14 e os 16 anos, plena adolescência, e suas manifestações nas reuniões estão em plena consonância com essa faixa etária. Já os alunos do 2º ano, Integral e Semi-integral, que têm entre 16 e 18 anos, apresentam reações mais maduras às questões levantadas nas reuniões e maior preocupação com o ensino.

No folheto publicado pelo Da Vinci, com informações pertinentes ao funcionamento da escola e normas de conduta, a direção da instituição dá ao leitor um resumo das convicções que norteiam o seu esforço pedagógico. “O Leonardo persegue sua vocação de escola pluridimensional e de perspectiva cultural, não se limitando à rigidez da grade curricular tradicional”, diz a introdução. E em seguida: “Nada disso seria materializado sem o envolvimento de nossos alunos: exerça a apropriação do conhecimento, a autonomia de pensamento e a autodisciplina”. E conclui, exortando os alunos a uma convivência produtiva entre eles, e também em relação aos profissionais da escola: “Queremos senti-los atuando como sujeitos do saber, e não como meros receptores; somos seus parceiros e acreditamos em seu potencial”.

O estabelecimento de regras de convivência dentro da escola é uma necessidade prática, para que se padronize o encaminhamento e a resolução de questões comportamentais, sociais e pedagógicas. O Da Vinci, no entanto, procura ir mais além. A escola quer ser o instrumento do aprimoramento do aluno como pessoa. E isso, no entender da instituição, requer o contínuo desenvolvimento da ética, da autonomia intelectual e do pensamento crítico. É por isso que até mesmo as normas de comportamento, de uso das dependências da escola e de convivência são debatidas democraticamente. Isso traz responsabilidade, comprometimento e seriedade de intenções, além de vivências éticas que serão com certeza preciosas durante toda a vida do educando.

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