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3ª série Integral em viagem às Três Santas
14/08/2002 · por Victor Humberto Salviato Biasutti

Em julho de 2002 teve lugar a “aventura” dos alunos da 3ª série Integral do Ensino Fundamental, quando participaram da Viagem Acadêmica às Três Santas: Santa Leopoldina, Santa Maria e Santa Teresa, municípios do estado do Espírito Santo.

Saindo do nível do mar e indo até as montanhas capixabas, os alunos experimentaram o contato com diferentes cidades, costumes, raças, arquitetura, economias e línguas. Para muitos, foi a primeira viagem sem os pais: três dias e duas noites sem seu contato próximo! Acompanhados pela professora Dora e pelos diretores Victor Humberto e José Carlos, cumpriram extensa programação, demonstrando grande responsabilidade, interesse e conhecimento.

Alguns cuidados garantiram o conforto necessário para que tudo corresse da melhor maneira. Entre muitos outros detalhes, vale destacar a presença do ex-aluno da Vinci e acadêmico de medicina Fabiano Cade Jorge – que participou da Viagem oferecendo a segurança com relação a cuidados médicos indicados pelos pais, e estando à disposição para eventuais necessidades –, e o veículo de passeio que acompanhou toda a viagem junto com o ônibus, pronto para qualquer atendimento que se fizesse necessário.

Entre o misto de aprendizado e alegria, a Viagem transcorreu de forma tranqüila, respondendo perfeitamente toda a estruturação realizada pela equipe administrativa responsável por essas atividades.

E assim...
No primeiro dia saímos de Vitória, o primeiro dos seis municípios pelos quais passamos. Já no município da Serra, os alunos observaram a majestade do Mestre Álvaro, os rios da região, as características do relevo, ora com extensas planícies ora com montanhas.

Passando pelo município de Cariacica, já avistamos o Rio Santa Maria, antes caminho único e responsável pela a comunicação entre Santa Leopoldina e Vitória. Em outros tempos, Santa Leopoldina, antes chamada de Porto do Cachoeiro, polarizava a exportação de café do interior para Vitória, tendo ocupado posição de destaque na vida do Espírito Santo, com economia efervescente, comércio diversificado e cultura.

Clique nas imagens para vê-las ampliadas, com mais pessoas, com mais detalhes.

Gaia
Gaia
Chegando a Santa Leopoldina, nossa primeira visita foi à Gaia, empresa que beneficia raízes e frutos, destinados à exportação para países da Europa e América do Norte. A Sra. Françoise, sócia da empresa, conduziu os alunos pelas diversas fases do processo de beneficiamento, após ter mostrado em vídeo um documentário sobre a empresa e sobre a região, no aspecto de produção agrícola. Na foto, os alunos observam a aplicação de sanitizante nas raízes que, após passarem por todo o processo, embarcarão em navios para chegarem ao seu destino.

Cachoeira
Cachoeira
A seguir, partimos para a Cachoeira do Moxafongo, onde fizemos o lanche da manhã, preparado por lanchonete de Santa Leopoldina, observando nossa proposta de movimentar o comércio local. A bela cachoeira fica situada em terreno particular, cujos proprietários mantêm com placas conscientizando para a preservação da natureza e manutenção da limpeza. A visão da água límpida correndo pelo riacho após a queda na cachoeira é sempre agradável e conduz a sentimentos de tranqüilidade, de harmonia... Para alguns alunos, a primeira visita a uma cachoeira.

Santa Leopoldina
Santa Leopoldina
Um passeio pela rua principal da cidade permite aos alunos o contato com pessoas, com lojas, com feiras... passando a perceber um pouco do modo de vida da população de Santa Leopoldina, descendente principalmente da imigração alemã.


Porto das Canoas
Porto das Canoas
Na ponte, a professora Dora fala aos alunos sobre o “Porto da Canoas”, remanso do rio Santa Maria onde ficavam concentradas as canoas que transportavam os produtos da agricultura, principalmente o café, para Vitória, de onde voltavam trazendo carros, pianos, etc.

Igreja
Igreja
Após o almoço, visitamos a Igreja da Sagrada Família, construção centenária, que incorpora evidências dos tempos atuais: bateria, guitarra, microfones, etc. Sempre sem tender para uma ou outra religião, o respeito ao templo é evidenciado e correspondido pelos alunos. O sentido de preservação do patrimônio também é sempre valorizado.

No trajeto Santa Leopoldina a Santa Maria do Jetibá, a professora Dora mostra as usinas Suíça e Rio Bonito e suas respectivas barragens.

Na piscina
Na piscina
Jogos
Jogos
Chegando ao hotel, em Santa Teresa, momentos de lazer na piscina, sala de jogos... Banho tomado, participar de alguns jogos, até a hora de reinício das atividades.


Relembrar
Relembrar
Próxima etapa: a professora Dora trabalha com os alunos no relembrar das atividades do dia, consolidando conceitos a partir do que foi vivenciado. A participação foi total, todos mostrando, de forma organizada, o que perceberam, o que sentiram, o que viram, o que concluíram...


Diário de bordo
Diário de bordo
Diário de bordo
Diário de bordo
Depois do jantar, hora de fazer as anotações no “Diário de Bordo”. Em grupos de dois ou três, os alunos escreveram, com suas palavras, toda a experiência vivida no dia que passou. Importantes registros que, além de desenvolverem as habilidades de escrita, organização e percepção, entre outras, manterão a lembrança da Viagem, a relação com o conteúdo, a convivência com os colegas...Os trabalhos foram desenvolvidos de forma altamente positiva, com mínimas interferências dos acompanhantes, solícitos quando algum aluno necessitava de pequenas orientações.

Concertina
Concertina
Ouvindo
Ouvindo
Após o jantar, recebemos, no hotel, os senhores Meneghini e Loss, que mostraram a “concertina”, instrumento musical muito utilizado nas festas de Santa Teresa até dos dias de hoje.O Sr. Meneghini falou sobre o instrumento, a técnica de sua execução, a manutenção e, a seguir, tocou algumas músicas, acompanhado pelo pandeiro do Sr. Loss. Os alunos ouviram e aplaudiram.

Forró
Forró
No contagiante ritmo do Sr. Loss, também executante do instrumento, a “concertina” levantou os alunos que dançaram o “forró”, animados, formando os pares de forma inibida no início, mas bem autêntica e à vontade no prosseguimento.

Hora de dormir, para prosseguirmos a "Viagem-trabalho" do dia seguinte: Santa Teresa

A primeira atividade do dia é a visita ao “Vale do Canaã”, na saída de Santa Teresa em direção a Colatina.
Vale do Canaã
Vale do Canaã
Fazemos aqui um registro: o Da Vinci solicitou à Prefeitura através de carta, que providenciasse a limpeza do mirante, visto em Viagem Acadêmica com alunos do Ensino Médio, com muito lixo, mato alto e outras situações negativas, provavelmente desconhecidas daquela administração. A prefeitura atendeu nossa solicitação, tendo essa turma encontrado o local organizado, com o mato cortado de forma a permitir boa visualização do vale, e sem lixo. O fato reforça a convicção de que toda a sociedade deve participar, sugerir, exigir, contribuir para a administração do que ela própria vai usufruir.Agradecemos à Prefeitura e, ao final desta notícia, transcrevemos a correspondência recebida da Sra. Zélia Judith Loss, Secretária Municipal de Meio e Turismo.


Museu
Museu
Museu
Museu
Visita foi ao Museu de Biologia Mello Leitão, instalado por Augusto Ruschi, cientista, autoridade em beija-flores e orquídeas, reconhecido mundialmente, e que trouxe a Santa Teresa grande parte do tanto que é conhecida. Novidade em nossas viagens: estamos levando um megafone, que na foto pode ser visto sendo utilizado pela guia do museu, pois, em algumas situações o grupo tinha a audição prejudicada por ruídos ambientes ou espaços muito grandes.

Ginásio
Ginásio
Ginásio
Ginásio
O Ginásio Santa Catarina, que foi fundado e administrado durante décadas por freiras de congregação francesa, agora é regido pela prefeitura do município, continuando das freiras tão somente o prédio. Visitamos salas de aula, biblioteca e capela. Observamos uma exposição de trabalhos de alunos, na disciplina de Inglês, na qual os estudantes produziram objetos reutilizando materiais, e fazendo as suas denominações naquele idioma.

Pique no jardim
Pique no jardim
Amarelinha
Amarelinha
Após o almoço no “Mazzolin di Fiore”, os estudantes brincaram no jardim da cidade. Amarelinha, pique... e a professora Dora “multava” quem não cumprisse as regras dos jogos, com cinco minutos em espera. Mas poucos foram “multados”... a vontade de brincar falou mais alto.


Capela Lambert
Capela Lambert
Igreja
Igreja
Caminhando pelas ruas da cidade, os alunos otaram a arquitetura tipicamente italiana de algumas residências, e chegaram até a residência da família Lambert, marco da colonização italiana, motivo de projeto de restauração pelos alunos dos 1os anos do Da Vinci. Na foto da esquerda, a capela da família Lambert, contígua à residência. À direita, a visita à Igreja Matriz de Santa Teresa, ao lado da qual os alunos visitaram o Monumento aos Imigrantes, buscando relacionar seus sobrenomes aos listados dos primeiros habitantes do município, gravados em relevo na parede.

Foi visitada também a Casa Augusto Ruschi, que reúne documentos, objetos, ferramentas, instrumentos utilizados por Augusto Ruschi, além de exibir a cédula de dinheiro brasileiro que contem a efígie do cientista.

De volta ao hotel, outro momento de discussões sobre o que foi visitado no dia, anotações no “Diário de Bordo”, registrando-se o que foi realizado e os conhecimentos obtidos no decorrer da programação.

Coral
Coral
Ouvindo o coral
Ouvindo o coral
Após o jantar, com sopa de “agnolini” (que alguns alunos saborearam repetindo o prato), recebemos o Coral do Círculo Trentino de Santa Teresa, que harmoniosamente entoou belas canções italianas, algumas delas conhecidas dos alunos, que puderam acompanhar com palmas, marcando a cadência.Nossos agradecimentos e cumprimentos aos componentes do Coral, que deixaram suas residências, enfrentando o “friozinho” de Santa Teresa, para nos brindarem com sua música.

Sr. Zurlo
Sr. Zurlo
Casa do Sr. Zurlo
Casa do Sr. Zurlo
O Sr. Antônio Angelo Zurlo, teresense amigo do Da Vinci, providenciou a ida dos músicos da “concertina” e do coral, no qual é também “voz ativa”, integrando o grupo de vozes masculinas. Com muito carinho, atendeu nossos alunos com suas indagações, cantou partes de canções, auxiliou na cópia de alguns trechos das letras. No terceiro dia, ao nos despedirmos de Santa Teresa, visitamos o lar do Sr. Zurlo, dividido com sua esposa Sra. Disianira, que ofereceu um lanche natural, com frutos do próprio pomar, e sucos extraídos na hora. Nesse convívio, ouvimos do Sr. Zurlo a história do burrinho que “pronunciava” o “a-e-i-o-u”, com sotaque baiano. Fábulas que enriquecem a fase criança... lembranças para o sempre... Agradecemos a acolhida do querido casal.

Deixando Santa Teresa, viajamos para Santa Maria do Jetibá, onde cumpriríamos a última fase da Viagem Acadêmica.

Museu
Museu
Em Santa Maria, a primeira visita foi à pracinha do artesanato, onde os alunos, além de saborearem tortas, puderam comprar lembranças para seus familiares.A seguir, foi visitado o Museu da Imigração Pomerana, onde objetos, instrumentos médicos, ferramentas, documentos, rádios e televisores, concertina, máquinas de costura, berços, roupas, desnatadeira, mantegueira, fotografias e outros estão expostos para manter o elo entre a chegada desses desbravadores e os dias de hoje.


Igreja
Igreja
Cemitério
Cemitério
A nova Igreja Católica, cuja forma difere do padrão de templos, foi visitada pelos estudantes, alguns dos quais aproveitam para, compenetrados, fazerem suas orações.Entre a Igreja Católica e a Igreja da Confissão Luterana fica o Cemitério local, também visitado pelos alunos. A construção das covas, a forma de enterrar, os túmulos, que mostram a diferença entre as classes sociais, tudo foi observado.

Pomeranas
Pomeranas
Na porta da Igreja da Confissão Luterana, que não pudemos visitar por estar fechada na hora de nossa chegada, encontramos duas descendentes de pomeranos, com seus traços característicos na cor da pele, dos olhos e dos cabelos, que se dispuseram a falar um pouco com os alunos, explicando o significado e a pronúncia de algumas palavras ou expressões em sua língua. Micaela e Ingrid, muito simpáticas, dedicaram um pouco do seu tempo aos nossos estudantes.

Agora, atividade última da viagem, a visita a uma casa onde reside uma “família pomerana”.
Pai, mãe e três filhos, dependem da agricultura, do que produzem em seu terreno, das circunstâncias do mercado, do tempo...

Aipim
Aipim
Pimentão
Pimentão
À esquerda, a mãe orientando nossos alunos na colheita do “aipim”. À direita, a colheita do pimentão.




Chuchu
Chuchu
Sob a parreira de chuchu, alguns tiveram alguma dificuldade em alcançarem o material da colheita... mas conseguiram.Depois de colherem mexericas, visitarem a plantação de café, ouvirem e perguntarem sobre adubação orgânica e química, os alunos fizeram caminhada entre as árvores, ocasião em que puderam avistar um macaco (barbado) e uma preguiça, no pé de embaúba.


Descendo o morro
Descendo o morro
A despedida
A despedida
Algumas brincadeiras, juntos nossos alunos, moradores e seus primos, e a foto final, alunos e família.Antes da despedida, saboreamos o lanche a nós oferecido, com “broti” de banana e milho, goiabada e bananada a ponto de ser “passada” nas fatias...

Inesquecível!!!

Os alunos levaram para casa o resultado da colheita, com mexericas, pimentão e chuchus, além de uma caixa de papaya oferecido pela Gaia.

Na chegada a Vitória, o reencontro com os pais que aguardavam no Da Vinci. Abraços apertados, daqueles de “matar a saudade”... Também, são alunos da 3ª série, há “tanto” tempo sem o carinho dos pais. Dá mesmo muita saudade...


Carta da Prefeitura Municipal de Santa Teresa:

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA TERESA
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Santa Teresa, 16 de Julho de 2002.
OF/MAT/Nº 091/02

Prezados Senhores,

Em resposta à correspondência LV-DA-048/2002, agradecemos a atenção que esta instituição de Ensino Sempre tem dispensado ao nosso Município, assim como pelas sugestões encaminhadas.
De fato, o “Mirante do Canaã” tem sido uma área praticamente “abandonada”. Embora tenhamos providenciado limpezas periódicas, nosso esforço maior está na urbanização da área. O projeto já foi aprovado em Brasília e estamos no momento em fase de licitação da obra para a qual contamos com recursos da Embratur, já empenhados.
Assim, esperamos, em breve, ter no “Mirante do Canaã”, toda a infra estrutura necessária para bem receber o visitante. Pedimos desculpas pela lentidão no encaminhamento do assunto mas, vez que não dispomos de recursos próprios, há necessidade de perseguir o longo caminho em busca de recursos na esfera federal.

Na oportunidade, enviamos nossas cordiais saudações.

ZÉLIA JUDITH LOSS
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE E TURISMO

E-mail cadastrado no site

Senha

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