Ciências da Computação ou Cinema? Artes Cênicas ou Direito? Engenharia ou Educação Física? Música ou Medicina? Não são poucos os jovens que, na hora de decidir a carreira profissional, ficam divididos entre uma área tradicional - quase sempre valorizada pela família - e outra para a qual acreditam ter verdadeira vocação. Como seguir uma carreira que pode garantir um futuro economicamente confortável sem abdicar do desejo? Muitos têm a sensação de que é impossível conciliar "o que se deve" e "o que se quer".
É possível conciliar desejo e sucesso
Pensando especialmente nesses jovens, a 8ª edição do "Projeto Profissões" trouxe a Vitória o dermatologista Guilherme Quintaes. Médico e músico, ele é exemplo de que, com dedicação, é possível fazer o que se quer. Dr. Guilherme foi, durante toda a infância e adolescência, um apaixonado e bem-sucedido estudante de piano. Quando chegou a época do vestibular, a família desencorajou-o a seguir a carreira musical, sob o argumento de que a maioria dos músicos conhecidos vivia em situação financeira difícil. Embora tendo seguido a orientação, ele nunca abandonou o instrumento. Fez a faculdade de Medicina, especializou-se em Dermatologia e Cirurgia Plástica, realizou atividades fora do Brasil, foi professor da UFRJ e consolidou sua carreira como clínico, mas sempre dedicando parte de seu tempo à construção de um repertório pianístico de grande envergadura. Anos mais tarde, já com a vida profissional estabilizada, Dr. Guilherme decidiu oficializar sua relação com a música. Tornou-se bacharel em Piano pela UFRJ e, em seguida, entrou para o programa de mestrado na mesma universidade. Em 1999 e 2000, teve uma das experiências mais ricas de sua vida, participando do International Piano Competition for Outstanding Amateurs, no estado norte-americano do Texas.
Platéia atenta às palavras e à música
Adepto declarado da simplicidade, Dr. Guilherme relatou toda essa bagagem aos alunos do Da Vinci. Para ele, a vida é "uma sucessão de experiências que têm de ser bem administradas". Acredita que até mesmo dos insucessos pode-se tirar grande proveito. "Eventos negativos, bem administrados, tornam-se sucessos", disse. A platéia ouviu atentamente suas palavras - e também sua música: ele trouxe um CD, gravado ao vivo no Texas, em que executa "Prelúdio, Coral e Fuga", de César Franck . Quanto à escolha da profissão, prefere não dar receitas, por acreditar que experiências de vida são únicas. Mas garante ser possível fazer as duas faculdades e extrair de ambas muita realização. Mais do que aconselhar, o palestrante estimulou os alunos a pensarem simples, inovarem e valorizarem a própria personalidade.
