Restauração da Residência e da Capela da Família Lambert: a difícil tarefa de obtenção de recursos ou da reunião de parcerias.

Aprovados os projetos de restauração da Capela e da Residência da Família Lambert, o próximo passo foi a tentativa de obtenção de recursos ou reunião de parceiros, cujo resultado permitiu ser concretizado somente o restauro da Capela.

Em 2001, o CENTRO EDUCACIONAL LEONARDO DA VINCI apresentou à Coordenação Nacional do PEA-UNESCO, após discussão e envolvimento dos alunos do Ensino Médio, um projeto que previa o despertar da sociedade e das autoridades visando à restauração da Capela e da Residência da Família Lambert, em Santa Teresa, monumentos-símbolos da colonização italiana no Brasil. Ocorre que o projeto foi se ampliando na fase da execução, decidindo a escola “pôr a mão na massa” e tentar viabilizar a restauração.
Veja notícia sobre o projeto e a matéria O empreendedorismo no voluntariado.

Elaborados os projetos arquitetônicos e de restauro de forma voluntária pela UNIVIX com seus alunos, e pela arquiteta Aline Miceli, foram apresentados ao Conselho Estadual de Cultura para aprovação.
Projetos apresentados ao CEC

Uma vez aprovados o próximo passo seria a execução da restauração, o que significava a necessidade de obtenção de recursos compatíveis.
Conselho Estadual de Cultura aprova projetos


Desde 2001, antes mesmo da elaboração dos projetos, os alunos do Da Vinci, com base em orçamento estimativo, puseram-se em campo à procura de parceiros que se dispusessem a custear as obras, trabalhos com único objetivo de preservação do patrimônio histórico e cultural de nosso estado/país/planeta.

E começaram a surgir as dificuldades. O orçamento estimado previa o montante de R$ 40.800,00 para a recuperação inicial dos dois imóveis, que supusemos seria facilmente obtido quando dividido por 12 empresas, com valor de R$ 3.400,00 para cada. Entretanto, mesmo considerando-se o porte das empresas consultadas (algumas delas citadas nos jornais como integrantes das 150 maiores empresas do estado e, sabemos, dentre as maiores do Brasil), chegamos ao ponto de quase desistir da empreitada, por não conseguirmos sensibilizar as instituições para a importância do restauro.

Entendemos que nenhuma empresa é obrigada a participar; entendemos que algumas empresas já estavam empenhadas em outros projetos tão ou mais importantes; entendemos e acolhemos tantos outros argumentos... só não aceitamos o fato da residência “ruir”, segundo laudo do Conselho, sem a ferrenha luta da sociedade.

Agora, estamos chegando ao fim de nossa tarefa, salientamos, imposta por nós mesmos.

A Capela será entregue à sociedade em 30 de novembro de 2002, resultado de árduo trabalho dos alunos Da Vinci e da participação dos parceiros a seguir indicados; entretanto, em relação à Residência encerraremos nosso trabalho ao entregar o projeto aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura à Prefeitura Municipal e à Câmara de Vereadores de Santa Teresa. A concretização de mais essa etapa ficou aquém de nossas expectativas, porém, além de nossa responsabilidade.

Enaltecemos o alcance da percepção das empresas parceiras que entendem a importância da preservação de nossa memória cultural e convocamos tantas outras para futuros trabalhos conjuntos.

Queremos formalizar nossos cumprimentos e agradecimentos a:


Ceima – Sociedade Espiritosantense de Industrialização de Madeiras Ltda




Fundação Otacílio Coser







Politintas Ltda



Prefeitura Municipal de Santa Teresa - Link para O Guia




Tomazelli - Engenharia, Comércio e Planejamento Ltda





Uniletra



Não fosse a participação dessas instituições, materializada na entrega de recursos em espécie (sob perspectiva de prestação de contas), na doação direta de materiais aplicáveis no processo de restauração e na disponibilizaçao de mão-de-obra, também o restauro da capela teria se limitado ao campo das intenções.

Em termos de realização e de aplicação de recursos, talvez o restauro da Capela não assuma grande significação para a sociedade local, mas, em matéria de envolvimento da sociedade civil em projetos de natureza sociocultural e de iniciativas voluntárias de interferência na sociedade, representa um avanço e deveria assumir caráter multiplicador. Há muitas outras frentes a serem trabalhadas, sob a ótica da preservação do patrimônio cultural e sob diversas outras perspectivas, mas a dificuldade de conseguir parceiros, a tempo e a hora, pode ilustrar realmente uma tendência no Espírito Santo ou servir de parâmetro para um pensamento mais amplo em torno da destinação de recursos empresariais que não representam lucro direto, mas causam repercussão social e institucional não mensurável, mas sem dúvida efetivo e histórico.

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