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Disciplinas Diversificadas 2002 - Encerramento
02/01/2003 · por Joelmo Jorge Costa e Paulo de Tarso Rezende Ayub

As disciplinas diversificadas do Da Vinci são concentradas em dez encontros, de quatro horas-aula cada um. A última etapa dos trabalhos feitos com o 1º ano do Ensino Médio, em 2002, consistiu no encontro dos grupos-classe, dois a dois, para socialização de vivências e conhecimentos mais significativos, acumulados ao longo de cada disciplina. Assim é que se constituíram dois “grupões” de alunos, um congregando os cursantes de “Vitória: aqui é meu lugar” e “Sexualidade: fatos e mitos”; outro os das disciplinas “Careta convicto” e “Metástase”. Alternando-se nos papéis de mediadores/debatedores e espectadores, os alunos revezaram-se entre o auditório e o anfiteatro.

“VITÓRIA: AQUI É MEU LUGAR” E “SEXUALIDADE: FATOS E MITOS”

PRIMEIRA ETAPA

Na primeira parte dos trabalhos de “revezamento acadêmico” congregando as disciplinas supracitadas, o grupo-classe da disciplina “Vitória...” dominou a cena.

Conhecendo o Congo
Conhecendo o Congo
Os alunos escolheram o congo como eixo condutor do primeiro momento de partilha, tendo participado, a título de preparação, de uma oficina ministrada pelo coordenador do Centro Musical do Da Vinci, Pedro Alcântara.
Começaram apresentando/manuseando a congada, a casaca e demais instrumentos básicos de uma banda de congo, incentivando os espectadores a fazerem o mesmo. Houve interpretação (vocal e rítmica) das canções “Madalena, “Tindolelê” e “Anjo Samile”, clássicos e releituras do congo capixaba, com alguns alunos fazendo coreografias típicas. Para sistematizar conhecimentos, ofereceu-se ainda uma abordagem tratando de dados históricos, personagens lendários, bandas tradicionais e revigoradas. Destacou-se também a sobrevalorização dessa manifestação folclórica pela atuação de grupos musicais da atualidade, com os quais os alunos mantiveram contato prévio no decorrer da diversificada: Casaca e Manimal, ambos atuantes em projetos pedagógicos.

Alunos dramatizam lendas capixabas
Alunos dramatizam lendas capixabas
Na segunda etapa, houve uma dramatização em torno das lendas capixabas: “A sereia de Meaípe” e “Pássaro de Fogo”, esta última tratando de mitos em torno dos monumentos naturais do Moxuara e Mestre Álvaro. Valendo-se de adaptações infantis de Rodrigo Campanelli, os alunos, caracterizados, trouxeram para o palco personagens lendários do imaginário popular capixaba; ao fundo, composição de cenários, com alternância de telas em apresentações de slides.

Dramatização de lendas capixabas
Dramatização de lendas capixabas

A terceira etapa consistiu no conhecimento de histórias em quadrinhos elaboradas pelos alunos Anderson, Herbert Sarden e Luiz Fernando (1º B) em torno de personagens e episódios marcantes da história capixaba: “A Batalha do Cricaré” e “O Homem de Maluco”. O professor Joelmo Costa destacou que a adaptação/recriação de fatos históricos locais, para a linguagem de quadrinhos, é uma iniciativa pioneira, devendo ser multiplicada e usada como recurso didático.












“Flashes” de histórias em Quadrinhos retratando o
Espírito Santo no período colonial.


No 4º momento, após fazerem uma coletânea de fotografias dos índios botocudos (tiradas nos anos 20) e montarem um painel ilustrativo, um grupo de alunos fez uma campanha educativa, enaltecendo o poder de resistência da raça indígena frente à dizimação imposta pelos “colonizadores”. Para cada fotografia mostrada, criaram textos esclarecedores, levando o espectador à auto-crítica e reflexão.

Índios botocudos no noroeste do Espírito Santo – década de 20:



















O encerramento desta parte dos trabalhos deu-se com o acesso a um vídeo educativo, por meio do qual um subgrupo de alunos preocupou-se em pesquisar e revelar a receita da famosa torta capixaba, além de discutirem questões como a formação de etnias e a influência de outras culturas na culinária local. A avó do participante Marcelo Corassa atua no vídeo como “mestre cuca”, preparando uma torta capixaba “ao vivo”. Ao final, os explanadores serviram os espectadores com porções de uma torta, preparada especialmente para celebrar o final da disciplina.

O grande êxito dessas apresentações foi o seu caráter inovador e a busca permanente por uma diversidade de abordagens e recursos didáticos. Os alunos mostraram-se contextualizados e conhecedores de causa, revelando que a disciplina foi lugar de pesquisa e elaboração, mudando as concepções de muitos em torno das singularidades da cultura e história capixaba.

SEGUNDA ETAPA

Dinâmica
Dinâmica
Já o grupo-classe da disciplina diversificada “Sexualidade: fatos e mitos” quase não fez uso de recursos tecnológicos, optando por dramatizações, dinâmicas, campanhas educativas e movimentos de inter-ação com os espectadores. Mais do que apresentar conteúdos técnicos, revelou o aspecto humano da sexualidade, priorizando a reflexão em lugar da imposição de regras e conceitos. Em algumas dinâmicas, em especial a da representação (via mímicas) de concepções em torno da sexualidade e a da “venda nos olhos”, simbolizando a cegueira de visão na troca inconseqüente de parceiros, os espectadores eram levados a compreender a sexualidade como um jogo de interfaces, carregado de descobertas, segredos, mitos, preconceitos, estereótipos e equívocos.

Os pontos fortes dessa segunda etapa foram as campanhas educativas sobre “Doenças sexualmente transmissíveis e mecanismos de prevenção”, “Gravidez e maternidade na adolescência” e “Pornografia x Erotismo”. Alternando-se em papéis dramáticos e movimentos cênicos, os explanadores fizeram sistematizações interessantes de conteúdos dos quais se apropriaram ao longo da disciplina, exercendo a criatividade, tão cara aos adolescentes.

No caso das “Doenças sexualmente transmissíveis”, uma bruxa, com auxílio de dois ajudantes, usava-as como ingredientes para destruir a sexualidade humana e, enquanto preparava sua “poção”, detalhava as características e manifestações de algumas doenças, na maioria desconhecidas do público-alvo.

No caso da “Gravidez e maternidade na adolescência”, um jogo com lençóis desvelava os rostos de duas adolescentes grávidas, uma enaltecendo a sublimidade do “ser mãe” e outra, renegando o papel que teria de assumir, como conseqüência de atos impensados. Enquanto alternavam suas falas, eram acompanhadas por canções de ninar na flauta e no saxofone, levando o espectador a uma “viagem” pela contradição humana.


A campanha educativa sobre pornografia e erotismo, por sua vez, usando de uma rosa como símbolo e de um movimento com lençóis brancos para cobrir e descobrir personagens trajados de vermelho e branco, demonstrava o conflito na vivência da sexualidade, intensificado pelo esgotamento e banalização do tema em diversos contextos. Nada de lições de moral, mas reflexões críticas e contextualizadas.

Um outro momento marcante consistiu em “tomadas de cenas” para apresentar aos espectadores capítulos da obra Sexualidade: a difícil arte do encontro, de Lydia Aratanguy, usada como referencial teórico na condução da disciplina. Após fazerem pequenas dramatizações de histórias relatadas no livro e mostrarem suas percepções, os explanadores enalteceram a consistência da abordagem de Aratanguy, que foge ao lugar-comum e faz o adolescente internalizar uma concepção mais enriquecida da sexualidade, em seus aspectos favoráveis e dilemas.

Quem acompanhou esse movimento de socialização, sem estar inserido no processo de construção que o permeou, poderia ter a impressão de uma relativa desorganização, uma vez que havia grande movimentação de alunos, cenários, dinâmicas, troca de figurinos, às vezes com intervalos de tempo não desejados entre um e outro momento, sem falar no trânsito de alunos entre os locais da apresentação e os “bastidores”. Mas em verdade essa sensação de desestabilização é apenas a face aparente de um trabalho de essência. Evidências disso foram as considerações feitas pelos espectadores-avaliadores de ambos os grupos, os quais, ao avaliar a performance de seus colegas na condução de cada apresentação, atribuíram pontuações excelentes aos critérios de sistematização do conhecimento, emprego de recursos didáticos, preocupação em interagir com os espectadores, uso da linguagem e postura acadêmica.

Como sugestão para o próximo ano, alguns alunos apresentaram uma proposta para que o movimento de socialização seja ampliado, criando-se oportunidades de troca abrangendo todos os participantes das disciplinas diversificadas ao mesmo tempo, ainda que para isso devam ser direcionados dois dias do cronograma.

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