Apreciar a música, a literatura, as artes em geral, exige do apreciador desenvolvimento formal dos sentidos (não só dos cinco estudados pelas Ciências) e necessidade de construção de significados. Transformar uma coletividade em apreciadora de música representa fazer da utopia possibilidade; do sonho, realidade.
Desde sua fundação, o Centro Educacional Leonardo da Vinci persegue esta busca: um ambiente sonoro no qual seus habitantes exercitem a apreciação musical e evoluam para a utilização da música como fonte de prazer e objeto científico. Inúmeros profissionais, pais, projetos e eventos fizeram e fazem parte desse caminhar.
Fotos do Projeto Aprendendo a ouvir:
Após quinze anos, o Da Vinci sente-se mais auditivo e musical. São 100 alunos dedicando-se ao aprendizado de instrumentos na própria escola, numa variação de idade de 3 a 17 anos: dos populares violão e teclado aos nem tanto violino e piano. Trata-se de um contingente relevante, considerando não sermos um centro musical, mas sim apreciadores da Música.
Fotos dos alunos no Centro Musical:
Em 2004, duas alunas, Pétala Mota e Ana Carolina, deixaram o Da Vinci com o propósito de ingressarem em cursos superiores diferentes (Psicologia e Fonoaudiologia) e semelhantes (ambas querem cursar, em extensão, Faculdade de Música). Pode se tratar de um sinal dos tempos e mostra de autoconhecimento. Mas pode ser também reflexo do investimento que o Da Vinci faz na valorização das habilidades de seus alunos, gerando decisões mais felizes e acertadas quanto à trajetória profissional. Em muitos momentos de sua vida escolar, Pétala encontrou espaço, na escola, para mostrar seu domínio de flauta transversa. E Ana Carolina, em peça de teatro escolar, pôde partilhar com a comunidade seu potencial vocal e talento ao piano.
Pétala, solista de Recreio Musical em 2003
Ana Carolina atuou como pianista na peça "Spetacullus"
As investidas/investimentos da escola/professores para a transformação da postura passiva dos alunos perante a Música são intensas, dispendiosas e afetivas, passando desde a construção do espaço físico até a concepção de projetos duradouros: Música em Classe, Aprendendo a Ouvir, Recreios Musicais, Saraus. Com isso, o Da Vinci galgou mais um passo: de uma escola com música a uma escola de educação musical ... E os alunos passam de aprendentes a protagonistas.
Fotos do Recreio Musical:
Além do ofício de ensinar, os professores do Centro Musical do Da Vinci têm vínculo profissional com a Música, exercendo seu ofício pelo e para o bem-estar do homem. Tornam-se referência para alguns alunos, mesmo tendo de lidar com a falta de reconhecimento para o valor dessa profissão, principalmente sob o ponto de vista econômico. Mantendo seu Centro Musical e dando oportunidades para bons músicos atuarem como multiplicadores, o Da Vinci espera contribuir para uma valorização gradativa da profissão.
Apesar de seus avanços, o Capitalismo exerceu modificações nos ambientes naturais e nos recursos humanos, fazendo o homem voltar-se mais para questões materiais/racionais do que para seus sentidos e virtudes. É bom perceber movimentos de busca de equilíbrio (e até de conciliação para a sobrevivência) entre esses dois pilares.
O desejo maior do Da Vinci é permitir que as Artes e Ciências se inter-relacionem sempre e mais, interferindo na formação de sujeitos que desenvolvam recursos pessoais para sentir, apreciar e usufruir as tantas possibilidades que o natural e o formal lhe ofereçam.