Caio Souto Araújo, aluno do Ensino Médio, autor desse artigo
Que jovem nunca sentiu o gostinho amargo de ouvir alguém dizer: “Esses ‘aborrrecentes’ são um problema! Não têm ‘cabeça’ para discutir assuntos sérios!”? Pois bem, para a alegria dos “rebeldes sem causa”, o “aborrecente” está virando a solução. É o “protagonismo juvenil”, defendido principalmente por educadores e pela UNICEF, em seu relatório “Situação Mundial da Infância 2003. Trata-se da capacidade que os jovens têm de fazer uma diferença na sociedade. Mais do que isso, o protagonismo juvenil contribui grandiosamente para a formação de indivíduos capazes de transformar o mundo em que vivem.
A facilidade com que crianças e jovens de todo o mundo têm acesso às mais diversas informações pode contribuir com a formação de cidadãos pensadores e críticos. Mesmo assim, para que essa formação seja concreta, é preciso valorizar as opiniões desses jovens, mesmo (e principalmente) em assuntos de grande importância para o mundo. Afinal, as mãos que conduzirão o mundo de amanhã são as mesmas que hoje escrevem redações como esta na escola.
Porém, é preciso ter calma e planejamento para ir à frente com tal proposta. Mudanças importantes como essa não acontecem da noite para o dia. A responsabilidade social é uma consciência que se deve construir desde cedo, e os seus maiores pilares devem ser a família e a escola. Mesmo assim, já existem alguns esforços nesse sentido - como o Instituto Aliança com o Adolescente, um projeto de educação para o desenvolvimento, que já formou 1880 adolescentes e busca preparar jovens para serem os futuros líderes comunitários.
Será que o protagonismo juvenil é uma questão de utopia ou esperança? Para o bem do amanhã, necessidade. Afinal, os adultos desta e de outras gerações não foram capazes de deixar um mundo melhor para as novas gerações. É nosso dever formar indivíduos capazes de fazê-lo.