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PROJETO VIRGÍNIA TAMANINI
11/08/2006 · por Victor Humberto, Paulo de Tarso e Joelmo Jorge

PROJETO VIRGÍNIA TAMANINI

Escritora, poetisa e esteta, roteirista, pintora, organizadora de bandas musicais e eventos diversos, empreendedora, enfim, “iluminada”. Assim foi Virgínia Gasparini Tamanini, capixaba que escreveu, dentre um vasto acervo, o romance KARINA, descrevendo a vinda e a vida dos imigrantes italianos, particularmente de sua mãe Catina.

O CENTRO EDUCACIONAL LEONARDO DA VINCI, valorizando a cultura de nossa terra e preservando a memória local, trouxe à tona o nome e as obras dessa personalidade, também ocupante de uma cadeira na Academia Espírito Santense de Letras, para desenvolver projeto interdisciplinar de Português e Geografia tendo-a como norteador cultural. Tal projeto constitui uma seqüência em relação a outras iniciativas já desenvolvidas pela escola com o intuito de revisitar a história e literatura locais, enriquecendo o acervo individual dos alunos e contribuindo para uma visão coletiva em torno do valor das produções locais.

Seu filho, Fernando Lourenço Tamanini, residente em Brasília e também escritor, forneceu o arquivo formatado e digitado de KARINA, obra indisponível no mercado, e o Da Vinci providenciou a impressão de quantidade de volumes necessária para o trabalho dos alunos, que adquiriram dois volumes cada, um para sua própria leitura e outro para presentear pessoas de seu círculo de relações, identificadas com a literatura.

Capa de Karina
Capa de Karina
A capa dessa 14ª Edição traz uma pintura (tela de Guido Mondim) retratando (aos 80 anos) a bela mulher que foi Virgínia Tamanini, nascida em 04 de fevereiro de 1897 na Fazenda Boa Vista, no Vale do Canaã, em Santa Teresa, Espírito Santo, Brasil.
A 1ª edição de KARINA foi publicada em 1964.
Em 1980 o Museu Degli Usi e Costumi Della Gente Trentina, de San Michele All’Adige, traduz e lança KARINA na Itália .
Em Vitória, a escritora dá nome a uma galeria artística situada na cidade alta, acoplada à Academia Espírito-Santense de Letras.


Durante o recesso de julho de 2006, os alunos puderam fazer a leitura de KARINA e em seu retorno às aulas, já no primeiro dia, 31 de julho, mantiveram contato com dois filhos de Virgínia Tamanini (Sr. Fernando Lourenço e Sra. Gina), que discorreram, para cerca de 150 alunos, sobre a trajetória da escritora, no círculo familiar e literário.
Fernando, também escritor, emocionou-se (e também ao público-alvo) ao falar sobre a mãe, mulher, artista, em suma pessoa multifacetada que foi Virgínia.
Ambos, Fernando e Gina, esbanjaram simpatia e serenidade percebidas pelos assistentes.
Ao final do encontro, foram sorteadas, entre os presentes, obras de autoria do próprio Fernando Lourenço, instigando os alunos a promoverem novas leituras, de natureza literária e documental (neste caso, sobre a história de Brasília, foco no qual o escritor é um dos maiores especialistas)

Na segunda etapa dos trabalhos, 30 alunos, acompanhados de quatro educadores, percorreram o roteiro “Virgínia Tamanini”, concebido pelo Da Vinci como parte do projeto. O objetivo era pôr os alunos em contato com as regiões percorridas pelos imigrantes, memórias e monumentos por eles deixados, vivenciar “in loco” algumas cenas da obra literária (tais como a descrição da cachoeira “Véu da Noiva”, nas imediações da divisa entre Santa Leopoldina e Santa Teresa) e experimentar o gosto de extrapolar os muros da escola em busca de aprendizagens mais próximas do cotidiano e da realidade.

Partindo de Santa Leopoldina, onde no jornal “O Comércio” Virgínia publicou em 1923, sob o pseudônimo de Walkyria, o romance-folhetim “Amor sem mácula”, os alunos seguiram a pé a trilha do imigrante, percorrendo por 10 km a estrada Bernardino Monteiro, que liga Santa Leopoldina a Santa Teresa, primeira estrada do Espírito Santo, até a Cachoeira Véu da Noiva, espetáculo citado tanto em KARINA quanto em CANAÃ (de Graça Aranha, tema de outro trabalho interdisciplinar do Da Vinci).
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A saída do grupo acadêmico
A saída do grupo acadêmico
Caminhantes e aprendizes ...
Caminhantes e aprendizes ...
“Véu da Noiva”, motivo literário
“Véu da Noiva”, motivo literário














Cemitério em Valsugana Velha
Cemitério em Valsugana Velha
Da Cachoeira Véu da Noiva, a caravana seguiu até Santa Teresa e, no caminho – na região da “Penha” (Valsugana Velha, como era chamado anteriormente), próxima de Santa Teresa, os alunos conheceram um cemitério singular, talvez o mais antigo da colonização italiana (no Brasil ?).




Lápide
Lápide
Bastante abandonado e degradado, necessita prontamente de trabalho de recuperação antes que se percam as lápides, cruzes e informações.
Os alunos foram conscientizados para a relevância de iniciativas de memória cultural dessa natureza, em especial num estado onde tantas vezes ela é relegada.









Mirante do Vale do Canaã
Mirante do Vale do Canaã
A próxima parada foi no Mirante do Vale do Canaã, onde está instalado um monumento em homenagem ao romance Canaã, de Graça Aranha, com placas fundidas contendo dizeres da obra.
O monumento é resultado de trabalho do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e do mesmo Instituto de Santa Teresa.
No local, foram feitas analogias entre os romances Canaã e Karina, com os alunos sendo estimulados a atuarem como protagonistas da construção de sentidos no contato com as obras literárias.




Casa de Virgínia no Vale do Canaã
Casa de Virgínia no Vale do Canaã
Após descer o Vale do Canaã e passar pelo “Pé da Serra”, encontra-se a sede da fazenda onde Virgínia Tamanini nasceu.
Os alunos localizaram o ponto estratégico de onde a “pintora” reproduziu a paisagem traduzida com pincéis, tinta e tela, com cópia anexada na 14ª edição de KARINA.
O casarão, construído com paredes de grande espessura, piso sobre barrotes de boa madeira em pequeno espaçamento, ainda se conserva “forte”, mas já necessita de recuperação nos beirais, telhado e em outras partes, para que se possa perenizar a memória de Virgínia.

Vista atual (julho de 2006) da residência
Vista atual (julho de 2006) da residência
Foto com estrada ainda de terra
Foto com estrada ainda de terra












Ao casar-se, Virgínia e Lourenço foram morar próximo de 25 de Julho, Distrito de Santa Teresa, em local não perfeitamente demarcado por nossa equipe, devido à falta de vestígios/construções remanescentes. Há hipótese de que a casa onde habitaram estivesse situada na região onde está a encruzilhada por onde se decide ir a 25 de Julho (seta amarela), 15 de Agosto (seta vermelha) ou Vale do Canaã – Santa Teresa e São Roque (seta azul).
Contou o filho Lourenço que a casa era muito humilde, de taipa, e que Virgínia e o marido tiveram que, como primeira providência, tapar os buracos das paredes com barro, para que houvesse o mínimo conforto e privacidade. Apesar dessa simplicidade, o lugar é marcante na trajetória de Virgínia Tamanini, pois foi dali que iniciou começou a se projetar como escritora para além do Vale do Canaã.



Embora não integrante do contexto Virgínia Tamanini, os alunos visitaram o distrito de 25 de Julho, onde conheceram a casa onde Morou Marta Wolkart (personagem integrante do livro “Oratórios, Capelas e Igrejas de Santa Teresa – outro projeto do Da Vinci), e o casal Otávio e Luiza Corona, que já nos receberam em outras ocasiões contando a história da região e partilhando uma vida em comum que ultrapassa meio século de existência.
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Casa de Marta Wolkart
Casa de Marta Wolkart
Casal Otávio e Luiza Corona no dia do casamento.
Casal Otávio e Luiza Corona no dia do casamento.
Igreja de 25 de Julho
Igreja de 25 de Julho













Após pernoite em Santa Teresa, no dia seguinte, domingo bem cedo, o grupo em viagem rumou para Fundão, onde embarcaram em trem para Itapina.
Embarque em Fundão
Embarque em Fundão
A viagem no trem
A viagem no trem












Estação de Itapina
Estação de Itapina
Após pouco mais de uma hora de viagem já estávamos em Itapina. É lamentável que esse emio de transporte, a despeito de oferecer tanto conforto e agilidade, ser tão pouco utilizado no país.
Em Itapina, a descida na estação, totalmente abandonada, com telhado pronto para cair sobre quem desembarca (passagem obrigatória sob madeiras e telhas apodrecidas e rachadas – risco de acidentes). Um lugar que já foi celeiro econômico e cultural transformado em um ambiente bucólico por um lado, e carente de reconhecimento por outro.

Hotel em ruínas
Hotel em ruínas
Casas de diversos estilos, não tombadas
Casas de diversos estilos, não tombadas













Antigo cinema
Antigo cinema












Imóvel restaurado
Imóvel restaurado
Imóvel restaurado
Imóvel restaurado
Residência da família Castiglioni
Residência da família Castiglioni











Jaime Guimarães Filho
Jaime Guimarães Filho
Os alunos tiveram oportunidade de manter contato com uma figura folclórica e conhecida por todos no local: Jaime Guimarães Filho, apelidado de Ferro-Velho.
Além de ser uma espécie de arquivo-vivo, detém um caderno onde fez suas próprias anotações com descrição de eventos, nomes, festas, transportes, construções, produtos, etc., no qual faz menção a Virgínia Tamanini como empreendedora cultural. Os alunos fotografaram esse material e pretendem transformá-lo em uma publicação efetiva.
Sem abandonar o seu meio de transporte usual, o Sr. Jaime ficou emocionado ao manusear a nova edição de KARINA e chegou a ‘atropelar’ suas falas no afã de partilhar todo seu conhecimento acumulado.


Jaime sendo entrevistado pelos alunos.
Jaime sendo entrevistado pelos alunos.
O caderno de Jaime, que contém registros interessantes sobre a vida em Itapina.
O caderno de Jaime, que contém registros interessantes sobre a vida em Itapina.













Discussões antes de entrar na casa de Virgínia
Discussões antes de entrar na casa de Virgínia
Vista da varanda da casa de Virgínia... O Rio Doce, montanhas, natureza...
Vista da varanda da casa de Virgínia... O Rio Doce, montanhas, natureza...














Os alunos subindo a escada de acesso à antiga residência de Virgínia.
Os alunos subindo a escada de acesso à antiga residência de Virgínia.
O Sr. Fernando Lourenço, filho da escritora, manifestou o desejo de adquirir a construção para conservá-la e transformá-la em museu ...Mas foi informado que a Prefeitura de Colatina já comprou o imóvel, possivelmente com a mesma intenção. Da mesma forma, Lourenço gostaria de comprar a residência do Vale do Canaã, também com a intenção de preservar a memória da mãe...Tomara que esses propósitos tornem-se efetivos.


A balsa sem motor para travessia do Rio Doce
A balsa sem motor para travessia do Rio Doce
A ponte inacabada sobre o Rio Doce.
A ponte inacabada sobre o Rio Doce.













Terminada a fase introdutória do projeto – leitura e discussão de KARINA, viagem pelos espaços freqüentados por Virgínia, coleta de dados, elaboração de artigos de opinião, montagem de mapas culturais e mosaicos, coletânea de fotos etc. –, os alunos serão instigados à produção cultural própria, ocasião em que saem do papel de receptores e têm o compromisso de demonstrar que também podem ser sujeitos da história e modificadores da realidade. Dentre os desafios oferecidos aos participantes, constam: a transposição da obra Karina para o público infantil; formulação de uma carta de intenções à Direção do Da Vinci para que Virgínia Tamanini seja o nome de um de nossos espaços pedagógico-culturais; concepção de campanha educativa sobre a vida e obra de Virgínia Tamanini, para veiculação em escolas da rede privada e pública; criação de materiais didáticos; produção de uma reportagem sobre a Academia Feminino Espírito-Santense de Letras e o legado deixado por Virgínia Tamanini. Há expectativa da elaboração de bons trabalhos, os quais serão integrados ao acervo já construído pelo Da Vinci, como resultante do investimento da escola na perspectiva cultural.



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