DIVERSIFICADA DE SEXUALIDADE : CONTATO COM ESPECIALISTA
Em manutenção a uma parceria de trabalho já consolidada em anos anteriores, o grupo da disciplina diversificada “Sexualidade: Fatos e Mitos” recebeu como convidado, no terceiro encontro, o sexólogo Carlos Boechat Filho, especialista conhecido por sua habilidade em conduzir reflexões sobre sexualidade, com grupos de diferentes faixas etárias, e por sua abordagem panorâmica do tema, fruto de experiência clínica (atendimento em consultório) e de produção constante como autor de livros e colunista semanal da revista AG, do Jornal A Gazeta.
Além de trazer dados atualizados sobre pesquisas realizadas com adolescentes e jovens; exibir vídeos educativos e refletir sobre músicas da atualidade; conduzir dinâmicas que favoreceram a interação com o grupo e despertaram o desejo de trabalhar as dimensões afetiva e cultural da sexualidade; Carlos Boechat apresentou aos alunos um desafio instigante: o de, divididos em pequenos grupos, formularem perguntas sobre os aspectos que considerassem relevantes e procurassem respondê-las, de acordo com suas convicções ou até achismos, para que ele, como especialista e observador da realidade, confirmasse as percepções trazidas ou acrescentasse reflexões pertinentes.
O material produzido pelos alunos, enriquecido pelo olhar criterioso do profissional, deu origem a um artigo publicado na Revista AG, em sua edição de 13 de junho de 2010, intitulado “Eles sabem das coisas!” (reproduzido a seguir). Tal estratégia repercutiu favoravelmente no grupo de alunos, sensibilizando-os ainda mais para a importância de socializar suas práticas, visto que elas assumem efeito multiplicador e formação de consciências. Para os educadores em geral (professores e pais), fica clara a necessidade de estimular os alunos/filhos a se posicionarem sobre o tema, pois isso permite um diálogo aberto, além de oportunizar a elucidação de dúvidas, o contato com suas inquietações e a ruptura de mitos, tabus e preconceitos.
Um aspecto que chama atenção nas perguntas compiladas (e que também vem sendo objeto de reflexão com o grupo no decorrer dos encontros) está na tendência de os adolescentes/jovens demonstrarem interesse por questões que vão muito além das vivências e demandas da faixa etária em que se encontram, talvez fruto do estímulo excessivo a que vêm sendo submetidos, em que muitas vezes a apelação domina a cena.
Embora isso seja compreensível pela curiosidade e fantasia que rondam o tema, é necessário investir em dinâmicas e estratégias que instiguem nossos estudantes a lidar mais de perto, no coletivo, com as questões da sexualidade que realmente os incomodam/inquietam nesse turbilhão de descobertas que é a adolescência: os limites do toque, o beijo e o namoro, as diferenças de gênero, a expectativa em relação à primeira vez, a ejaculação precoce, a descoberta do corpo, a percepção da sexualidade como um conjunto de sensações, emoções e influências culturais. Vale uma reflexão sobre a importante função dos educadores na retomada da consciência de causa para o desfrute da adolescência, em todas as suas potencialidades e desafios, para que não se queimem etapas que futuramente criem tantos dilemas afetivos e carências emocionais.