Sexualidade: Fatos e Mitos - agregando valor

A excursão pedagógica para Santa Teresa, etapa representativa da disciplina diversificada “Sexualidade: fatos e mitos” (realizada com as primeiras séries do Ensino Médio), incorporou em 2010 vivências intensivas dos alunos com a realidade, a fim de ampliar seu olhar observador, consciência social e visão panorâmica sobre o tema. Atuando ora como espectadores, ora como apresentadores, os alunos perceberam a importância das ações educativas, pois permitem socializar conhecimentos/inquietações e intercambiar experiências/aprendizagens que contribuem para o crescimento de todos.

Pela manhã, houve um encontro de nosso grupo com representantes locais do Programa de Saúde Familiar (assistente social, enfermeira, agentes de saúde), no âmbito do Centro Cultural; pela tarde, um momento interativo na E.M.E.F. Ethevaldo Damazio, congregando nossos alunos e os estudantes de 9º ano do Fundamental (turno vespertino) daquela instituição.


Nos entretempos dessas atividades, os alunos do Da Vinci e professores que os acompanharam (Paulo de Tarso e Sandra Eller) vivenciaram “ensaios ao ar livre” no Museu Melo Leitão, em companhia dos beija-flores; transitaram pelas ruas enfeitadas da cidade, em meio aos preparativos para a XV Festa do Imigrante Italiano de Santa Teresa; degustaram um agradável café colonial na residência da Escola, usufruindo seus recantos e o ar puro da montanha. Fechamos nosso dia com chave de ouro, apreciando estrelas, realizando o desejo do último grupo do Da Vinci que visitou o local para vê-las, sem conseguir seu intento (conforme notícia publicada neste site em 22/04/2010).

Durante o processo, os alunos assumiram o compromisso de avaliar as vivências, sistematizar aprendizagens e percepções, refletir sobre o protagonismo e colaboração de cada um para o processo.  Tais iniciativas costumam favorecer a função social da vida acadêmica, além de incentivar os estudantes a novos desafios de socialização e troca de experiências, percebendo como a aproximação com a vida real traz aspectos favoráveis para usufruir e pontos para aprimorar.


Do contato com os representantes do Programa de Saúde Familiar, fica a memória de profissionais comprometidos, socialmente responsáveis, formadores de opinião no tocante à sexualidade com responsabilidade. Em relação à E.M.E.F Ethevaldo Damazio,  o reconhecimento do nosso grupo pela acolhida calorosa, organização de espaços/recursos, conscientização dos estudantes locais para a riqueza do momento, sem falar no convite para  retorno em outras oportunidades. E o toque especial do “coral italiano” (formado por alunos daquela instituição tidos como “dispersos”), que, com sua musicalidade e ânimo, trouxe-nos maior inspiração para desenvolver nosso trabalho.

Uma avaliação de todo o processo revela pleno alcance dos objetivos  e expectativas de manutenção de uma parceria com instituições públicas de credibilidade, visando a trabalhos futuros e à potencialização da dimensão social da diversificada.



CRÔNICA/RELATO, DE AUTORIA DA ALUNA CAMILA TAKLA DE BIASE NOGUEIRA (1º B)
 
Santa Teresa. Essa cidade brasileira com um ar um tanto europeu é capaz de romper a fixidez do estado de espírito de qualquer pessoa. É essa cidade também que foi escolhida como destino da viagem acadêmica da disciplina diversificada de Sexualidade.

A viagem começou logo cedo (às 7h40min). Qualquer adolescente tenderia a se acomodar nas poltronas confortáveis do ônibus e dormir profundamente durante as duas horas do trajeto. Nós, não; pelo contrário, estávamos animados e passamos todo o caminho fazendo apresentações em dupla sobre os mais variados temas abordando a sexualidade.

Ao chegar à cidade, nos encontramos com representantes do Programa de Assistência Familiar, que nos apresentaram um teatro voltado para a sexualidade jovem, no qual dois adolescentes têm sua primeira transa, porém sem o uso do preservativo. O final da história fomos nós quem escolhemos: decidimos que a adolescente não engravidaria e nem contrairia DST, continuando sua vida com maior responsabilidade.
Após esclarecer algumas dúvidas com esses representantes, optamos por uma rápida caminhada – bastante fatigadora para a maioria de nós, já que acompanhar o ritmo do professor Paulo de Tarso não é para qualquer um – para observarmos aspectos culturais da cidade.

Na parte da tarde, fomos para a E.M.E.F. Ethevaldo Damazio interagir com alunos de nonos anos.  O momento foi conduzido por nós, com apresentações de miniteatros e algumas dinâmicas já realizadas em sala de aula (no decorrer de nossa diversificada). No começo, foi difícil, admito, bateu uma vergonha ... Mas à medida que o tempo foi passando, todos foram se soltando e tudo ficou cada vez mais fácil e prazeroso. Os alunos e coordenadores que nos receberam foram supereducados, participativos e acolheram muito bem nosso grupo.

Em seguida, nos deslocamos rumo à residência da Escola, em Santa Teresa, onde tomamos um delicioso café da tarde, relaxamos ao ar livre, apostamos corrida, jogamos futebol e conversamos bastante. Eu, peculiarmente, fiquei maravilhada com o pôr do sol e as estrelas; nessa rotina corrida em que levo a vida, é praticamente impossível encontrar tempo para apreciar as portentosas paisagens celestes que, ironicamente, posso observar todos os dias, da minha varanda, mas nunca o faço, por falta de tempo.

Deixamos Santa Teresa às 18 horas e às 20 estávamos novamente na porta do Da Vinci, no exato local onde há somente algumas horas criávamos expectativas para  excursão. Expectativas estas que foram imensamente superadas pela realidade.


MOSAICO DE IMPRESSÕES COLETIVAS

SOBRE O CONTATO COM REPRESENTANTES DO PROGRAMA DE SAÚDE FAMILIAR

PONTOS FORTES:

•  “Utilização do teatro (com final deixado à nossa escolha) para transmitir mensagem ao público, seguida de conversa informativa e esclarecedora”.

•  “Conhecimento de diferenças culturais entre cidades grandes e do interior, em relação à gravidez na adolescência.”

• “Abordagem rica na reflexão sobre tabus criados pela sociedade; conscientização dos jovens de maneira aberta e informal”.

•  “Os formadores agiram como um espelho para nós, que muitas vezes não percebemos como agimos”.

• “Representação, por meio de dramatização, de um tema muito presente na atualidade, que é a gravidez precoce. Momento interessante, uma vez que não se tratou de uma palestra, na qual só há falas mais conceituais e que não despertam atenção dos adolescentes”.

• “Mensagem educativa do ‘pensar antes de agir’, de forma a viver a sexualidade com responsabilidade”.

PONTOS FRACOS:

• O fato de algumas informações serem repetidas tornou um pouco monótona a discussão”.

• “Dispersão/baixo interesse por parte de alguns do nosso grupo, o que atrapalhou um pouco no momento de ouvir os atores”.

• “Um pouco de improvisação no teatro, mas nada que atrapalhasse a mensagem passada pelas assistentes sociais”.

SOBRE A INTERAÇÃO COM ALUNOS/PROFESSORES DA E.M.E.F. ETHEVALDO DAMAZIO:

PONTOS FORTES:

• “Ótima recepção oferecida pela Escola e seus educadores, o que nos fez sentir mais confortáveis”.

•  “A participação dos adolescentes de Santa Teresa foi natural e envolvente; o acolhimento dos estudantes de lá foi muito bom e nos proporcionou uma fala mais aberta”.

• “Os adolescentes de Santa Teresa agiram com naturalidade em nossa presença, participando das atividades, conversando conosco, como se fôssemos seus colegas há bastante tempo”.

• “Foi muito positivo compartilhar informações com alguém da nossa idade e conviver em outra realidade social”.

• “Foi um momento diversificado, com grande aprendizado para eles e para nós também. Foi criado um ambiente de interação, com destaque para a atividade da caixa-surpresa”.

• “Interação muito produtiva, de forma a ajudar outros estudantes a agregarem conhecimentos sobre o tema de nossa disciplina.

• Abordagem de assuntos próximos à realidade dos alunos e conversa aberta de jovem para jovem”.

PONTOS FRACOS:

• “Conversas paralelas por parte de alguns alunos durante as apresentações”.

• “Pequeno tumulto nos momentos de comunicação entre nosso grupo e os alunos de lá”.

• “Timidez acentuada dos alunos de Santa Teresa no início do encontro, mas o bom humor dos apresentadores fez com que os espectadores se soltassem mais”.

• “Algumas improvisações de nossa parte, durante as apresentações; desorganização de nossa parte na troca de temas”.

• “Falta de tempo para finalizar as apresentações e compartilhar (presencialmente) as dúvidas trazidas pelos alunos de Santa Teresa”.

OUTRAS TOMADAS FOTOGRÁFICAS
(a cargo da aluna VICTORA CHIEPPE MOURA DE MEDEIROS – 1º I1, que também fez os demais registros constantes desta matéria)

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