UNESCO Center for Peace - Depoimento

A vida é feita de experiências, e a partir delas é que tiramos os aprendizados que serão levados por todo nosso caminho. Nessas férias nós, alunos do Leonardo da Vinci mais Lorena e Joelmo (professores do Da Vinci), compartilhamos uma experiência riquíssima, muito maior do que qualquer palavra, ou explicação. Na verdade, o que experimentamos foi observar o mundo como um só. Como se não houvesse, barreiras, religiões, raças, riqueza, nem pobreza. Ali, éramos todos iguais e, ao mesmo tempo, completamente diferentes.

E foram essas diferenças que nos fizeram crescer, amadurecer e perceber que essa diversidade universal é o fenômeno mais incrível que existe. Havia colombianas, mexicanas, americanos, húngaros, belgas, lituanos, australianos, filipinos, haitianos, chineses, muitos chineses e brasileiros.

Assim que chegamos, conseguimos perceber que dali, amizades verdadeiras nasceriam. Dentro dos ônibus, cada segundo era um aprendizado diferente, desde de palavras e frases em chinês ou em tagalog, até músicas, comidas e costumes das outras nações. Os dias foram se passando e quando vimos, todos aqueles jovens pareciam amigos de anos e nenhuma fronteira nacional conseguiu impedir-nos de criar esse sentimento único.

Aprendemos a lidar com as grandes e sutis diferenças entre cada modo de vida, desde comportamentos básicos até as diversas vertentes dos sistemas educacionais de cada nação. Algumas vezes era meio complicado conviver com tais diferenças, já que algumas eram completamente desagradáveis, e muitas vezes, sim, insuportáveis. Outras vezes, porém, as desigualdades eram necessárias e saudáveis para a convivência.


Fomos para Washington duas vezes, para Baltimore, Nova Iorque, e Pensilvânia. Nessas excursões tínhamos grande enfoque acadêmico e o que víamos e visitávamos serviam de grandes peças para o crescimento intelectual e cultural. As horas de lazer também não deixavam de ser momentos proveitosos, nos quais nossas relações eram estreitadas e fortalecidas.

A delegação brasileira chegou até a “adotar” uma chinesa no tempo em que estávamos lá. Cory tinha 11 anos e muito mal falava algumas palavras em inglês, mas isso não foi um empecilho. O sentimento que construímos com ela foi capaz de ultrapassar qualquer barreira e apenas a comunicação entre os gestos e os olhares foram suficientes para que houvesse a troca do amor e do carinho entre nós.

Enfim, essa viagem foi uma experiência única e nos sentimos privilegiados de ter tido tal oportunidade. Percebemos que, apesar das enormes diferenças e contrariedades culturais existentes entre as nações, o amor, o carinho, a compaixão, a saudade e a conexão entre o ser humano são universais e únicos em qualquer parte do mundo. Isso ficará para sempre em nossas memórias e em nossos corações. Não há preço que pague, nem palavra que explique.

Acreditamos, ainda que, assim como Jonh Lennon, o mundo um dia será como um só, sem barreiras, nem guerras, nem ganância, nem fome, apenas homens pensando e agindo para o mundo, descobrindo o fantástico e imenso planeta no qual fazemos parte.

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