Não é sempre que os fãs de música têm a chance de estarem perto de seus ídolos para um descontraído bate-papo, ainda mais quando se trata de um aclamado músico respeitado internacionalmente. Mas no sábado, dia 09/10/2010, os alunos, professores e agregados do Centro Educacional Leonardo da Vinci tiveram a oportunidade de sentir na pele a experiência com a palestra de Andreas Kisser, guitarrista da banda seminal de rock brasileiro, Sepultura.
Vindo a Vitória para um show no Espírito Jazz com a banda Big Beatles, o guitarrista paulistano realizou a sexta apresentação do projeto Encontros com a MPB, um projeto organizado em conjunto entre o CELV e o jornalista Edu Henning (também mediador das apresentações), que visa o diálogo aberto entre público e influentes nomes da música brasileira, já tendo trazido músicos como Pepeu Gomes, Wanderley Cardoso e Paulinho Moska nas edições anteriores.
Esbanjando carisma e simplicidade, Kisser falou sobre sua formação musical (que comporta influências tão díspares quanto Black Sabbath, Beethoven e Cartola), sobre seu primeiro disco-solo (o disco duplo Hubris, indicado ao Grammy Latino), suas múltiplas parcerias musicais (que vão de Chitãozinho & Xororó a CPM 22), seu trabalho na banda-tributo HAIL! e explicou a importância do ambiente familiar em sua carreira, assim como seu desapego a rótulos e sua constante tentativa de enxergar a música como um todo, além da fronteira dos estilos.
Porém, ainda que tenha apresentado a variedade de influências e noções que o tornam um músico tão completo, foi mesmo sua lendária habilidade na guitarra (o que lhe garantiu o 59º lugar no The 100 Greatest Metal Guitarists, de Joey McIver) e seu papel de 23 anos como membro do Sepultura que despertaram maior curiosidade no público. E o guitarrista não decepcionou, vindo a responder perguntas sobre a trajetória da banda e dando amostras de sua virtuose (como ao tocar no violão Mood for a Day, da banda progressiva Yes ou trechos na guitarra de suas composições mais famosas, como Arise), sempre com descontração, deixando a platéia ainda mais confortável.
Concluindo a palestra com sua perspectiva acerca do futuro da música no Brasil e das melhores vias para bandas emergentes alcançarem o sucesso, o guitarrista ainda surpreendeu a todos ao dedicar um tempo para pacientemente tirar fotos e responder perguntas mesmo após o término da apresentação, refletindo o profissionalismo e o comprometimento de um músico que respeita seu ofício e seus fãs. E o resultado foi óbvio: uma experiência instrutiva e, acima de tudo, inesquecível, fazendo jus ao renome de seu convidado.