Projeto Sociocultural – Matemática Solidária
Breve registro sobre uma longa gestação
Hoje eu (não) tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito,
Não sou mais (só) um sonhador.
(Chico Buarque de Holanda, adaptado, Samba do Grande Amor)
Não adianta estar de vestido se não se está preenchido.
(Dr. Lambada, voluntário do projeto “Doutores da Alegria”)
A prática assistencialista, quando não oportunista, configura-se como a cultura social em nosso país e, no âmbito do Da Vinci, é também exercida permanentemente. Todavia, apontando para outra direção, ensaios de pensamento e ação comprometidos respingam perfumes, deixando agradáveis aromas em caminhos que avançam para o voluntariado.
O cotidiano tem exigido de nós uma sensibilização para os dramas humanos que nos rondam, para muito além das catástrofes causadas pela natureza (sempre tão doídas). A favela existe e não convive fraternamente com as coberturas; a educação de qualidade não é direito adquirido, senão no papel; da saúde, conhecemos os descaminhos ... Tanto há por se fazer no entorno, mas ainda nos portamos como jovens cidadãos, atribuindo responsabilidade ao governo, ao outro, negando-nos a enxergar o que compete a cada um de nós, como seres sociais.
Contrapondo-se a essa tendência, em 2010 um grupo de alunos autônomos plantou em nosso seio a semente de um projeto voluntário: o “Matemática Solidária”, parceria entre os alunos do Da Vinci e estudantes egressos da rede pública, contando com o patrocínio da própria Escola e do Instituto Carlos Lindenberg. Nossos representantes não estariam só doando, mas doando-se. Lançada a semente, precisava-se de terra, de rega, de sombra e sol, para que não se tornasse mais uma “Maria somente, Maria semente”..
Foi então que, durante o “inverno” (enquanto a semente aguarda o calor do sol para germinar), “alunos-formigas” trabalharam em frentes diversas: angariar voluntários, preparar material pedagógico, definir papéis e funções, organizar cronogramas, estabelecer regras, visitar escola pública, dialogar com pais dos alunos da rede pública que viriam a ser contemplados com o projeto. Se os envolvidos só tivessem chegado até aqui, os ganhos já seriam inestimáveis. Mas a lógica do desejo converteu-se em lógica da ação.
Em 2011, os voluntários do Da Vinci, expoentes em Olimpíadas, declararam-se conscientes e preparados para acolher sistematicamente alunos dedicados da Escola Municipal “Aristóbulo Barbosa Leão” (vizinha de bairro), visando à preparação destes para a Olimpíada de Matemática das escolas públicas.
Com as escolas públicas em greve, a dificuldade de comunicação entre a Direção do “Aristóbulo” com as famílias dos alunos (todos selecionados por mérito) poderia ter sido um impeditivo para a iniciação do projeto. Não foi. Já por duas sextas-feiras do ano letivo em curso, tutores envolvidos (daqui) e alunos aplicados (de lá) vivenciaram tardes produtivas, “papeando” durante um almoço de aproximação e “agora falando sério” nas salas de aula. A intencionalidade do projeto vai além da mera preparação para uma competição externa, trazendo a reboque as humanidades, o desafio da convivência, a experimentação e o compromisso com metas.
Paralelamente ao que já ocorre com a Matemática, um grupo de alunos Da Vinci que cursa a High School (currículo americano e brasileiro) movimenta-se para propiciar aos mesmos estudantes uma formação complementar em língua Inglesa. As formigas-trabalhadeiras permanecem atuando nos bastidores e daqui a pouco darão voz às cigarras.
Há um propósito de multiplicar a ideia, criando movimentos de aproximação entre outras escolas, das redes privada e pública, derrubando muros e criando laços. É uma ótima forma para buscarmos o amadurecimento de nosso espírito de cidadania e compreendermos que os bons exemplos devem ser cultivados, buscando inspiração na sábia letra de Cartola: “As rosas não falam ...simplesmente as rosas exalam!”
PEDRO DE ALCANTARA SENRA DE OLIVEIRA NETO · 08/04/2011 11h57bastante legal esse projeto!!
JOKSOELIA DE SOUZA · 08/04/2011 15h20Parabéns pela iniciativa, projeto lindo! Perguntei pra uma aluna participante, como foi feito a escolha, ela me respondeu que foi por sorteio, que a maioria dos alunos da sua escola se inscreveram. E ela se sente orgulhosa de ter sido sorteada e de fazer parte desse belo projeto. Suellen
JOKSOELIA DE SOUZA · 08/04/2011 15h40Parabéns pela iniciativa, projeto lindo! Perguntei pra uma aluna participante como foi feito a escolha: ela me respondeu que foi por sorteio e que a maioria dos alunos da sua escola se inscreveu. E ela se sente orgulhosa de ter sido sorteada e de fazer parte desse belo projeto.
JONILCE MOTTA E MOTTA · 19/04/2011 20h55Como pais de um dos voluntários, podemos lhes oferecer o testemunho do quanto esta experiência tem implicado em comprometimento pessoal de todos os envolvidos.
Nosso filho está se empenhando e gostando muito da troca de experiências.