11/07/2011 · por Maria Helena Salviato Biasutti Pignaton · Tags: Da Vinci

A Escola tem recebido manifestações formais e informais de pais (em especial dos sextos e sétimos anos) quanto ao peso diário da mochila escolar. Trata-se, a propósito, de um item que ocupa a pauta dos gestores cotidianamente, por trazer à tona acertos e fragilidades do processo pedagógico.

Incomoda-nos muito não só o peso do material contido nas mochilas dos alunos, mas principalmente a eficácia desse aspecto. Bolsas cheias correspondem a aprendizagens abundantes? Há uma efetiva utilização de livros didáticos transportados nas mochilas como complemento às aulas? Em que medida se recorre aos livros para subsidiar a elaboração de tarefas de casa ou estudos autônomos, para um resgate efetivo em sala de aula?



Alunos não-universitários carregam livros de casa para a escola (e vice-versa), por necessitarem deles em ambos os espaços. Na escola, a presença dos livros economiza reprodução de materiais e possibilita anotações em seu interior (preferencialmente a lápis, visando ao reaproveitamento). Em casa, propicia leituras diferenciadas das escolares, conexões com outras fontes de pesquisa, observação dos procedimentos de estudo pelos alunos/filhos. Quando escolas e famílias atuam como colaboradoras do ensino/aprendizagem, o manuseio e contato dos materiais pedagógicos é a via mais eficaz para acompanhamento e intervenção.

A opção de disponibilizar armários na escola para guardar livros de alunos do Semi-Integral, conforme sugerido por alguns pais, acarretaria a impossibilidade de estudos/pesquisas complementares em casa, a não ser que se contasse com os livros em dobro. Quanto à possibilidade de lançar mão da Internet para acessar os livros didáticos em sala de aula, também sugerida por alguns, vale pontuar que as editoras brasileiras ainda não os lançaram em rede e que, mesmo se isso já fosse realidade, precisaríamos avaliar os interferentes de uma sala de aula virtual para a aprendizagem/concentração dos alunos.

De qualquer forma, o peso das mochilas carregadas pelos alunos ocupa uma dimensão incômoda em âmbito escolar, razão por que deve ser buscada uma minimização dos itens para transporte, numa organização diária que exige tempo e atenção do tripé professores/alunos/famílias. Em algumas turmas nas quais ministramos orientações precisas quanto ao tema, a partir de reclamações de pais de alunos, detectou-se uma minimização dos excessos reclamados (pequena melhoria).

Embora se trate de uma variável de difícil controle, devido às diferentes atuações de cada professor e às atitudes dos alunos na organização de seus materiais, continuamos atentos ao problema e em busca de alternativas didáticas eficazes para reduzir o peso da mochila. Assim, as sugestões e reconsiderações das famílias continuam a ser bem-vindas e, se nem sempre recebem resposta imediata, é porque demandam averiguações, ponderações, reencaminhamentos e, o que é mais importante, tempos para assimilação.