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ES: aqui é o meu lugar - depoimentos
14/07/2011 · por Joelmo Costa · Tags: Disciplinas Diversificadas



DIVERSIFICADA ES: AQUI É MEU LUGAR – DEPOIMENTOS

As disciplinas diversificadas 2011, oferecidas aos alunos da 1ª série, chegaram ao fim na última semana de junho. A disciplina “ES: aqui é meu lugar” abordou, durante alguns encontros, a formação étnica da população capixaba. O tema foi trabalhado por meio da leitura/análise do livro Karina; palestra com a historiadora Sandra Gasparini (clique aqui e veja a notícia); excursão pedagógica à Santa Teresa (clique aqui e confira a matéria); palestra sobre a cultura negra e oficina de congo, ministradas pelo percussionista Fábio Carvalho; estudo e apresentação das etnias capixabas, realizadas pelos próprios alunos e apresentadas em pequenos seminários e a elaboração de uma carta de intenção entregue a Prefeitura Municipal de Santa Teresa (clique aqui e veja a notícia).

A seguir, alguns depoimentos de alunos que participaram da disciplina “ES: aqui é meu lugar”, trazendo visões/considerações sobre o processo que ilustram o envolvimento estudantil na consturção do conhecimento propiciada por trabalhos dessa natureza.

Camilla Chamoun (1º I1)

Sobre o livro Karina de Virgínia Tamanini

A história lida no romance capixaba “Karina” conta, com detalhes, como eram as viagens dos imigrantes que chegaram ao estado no século XIX. A falta de provas da veracidade das propagandas a que eram expostos e a dúvida de se manter onde estavam, ou partir para o desconhecido, são lembradas e ressaltadas no livro. As péssimas condições de viagem e as dificuldades enfrentadas para formar alguns dos primeiros povoados do Brasil também são descritas, e graças a excelência com que isto é feito, percebemos que fácil não é uma palavra que descreve toda a jornada desses desbravadores. No entanto, o que considero de maior relevância nessa historia é a grande presença da incerteza. Ela assume o papel de protagonista no vasto leque de emoções que se passavam na cabeça dos imigrantes pioneiros. Eles tinham incertezas sobre as riquezas da América e sobre o fato de abandonar suas famílias e seus bens, mas sentiam, principalmente, incerteza sobre como as suas vidas seriam, e se a possibilidade de melhora de fato existia. Todavia, a mudança constante de humor aparece também com grande expressividade, o que exemplifica muito bem a instabilidade da situação em que se encontravam. Em suma, a base histórica do romance Karina é verídica, e dela podemos aprender o laço da relação ítalo-brasileira e entender melhor a odisséia que foi a vida de nossos antepassados.




Lara Pereira (1º I2)

Sobre a excursão pedagógica à Santa Teresa

Não e possível estudar a imigração italiana no Espírito Santo sem visitar a cidade que por eles mais foi influenciada: Santa Teresa. Ainda são fortes os traços deixados na cidade dos colibris por aqueles que chegaram no século XIX.  A excursão realizada pela escola no dia 15/06/2011 nos possibilitou perceber essa influência com nossos olhos. Começamos a nossa viagem visitando o Vale do Canaã, famoso pela aparição no romance e uns dos primeiros Best Seller brasileiros: ‘’Canaã’’, de Graça Aranha. Após contemplar o que seria a ‘‘terra prometida’’ para Milkau e Maria, partimos em direção a Casa Lambert. Ao entrarmos na casa fomos presenteados com uma rápida, porém emocionante viagem pelo tempo até a chegada dos primeiros imigrantes em Santa Teresa. Uma tarefa árdua realizada por eles que deixaram suas cidades natais e vieram para uma terra totalmente desconhecida, mas que prometia uma vida melhor do que eles conheciam.
A Casa Lambert foi erguida pelos irmãos Virgílio e Antônio Lambert, sendo utilizadas em sua construção pau-a-pique, pedras, tabuinhas e principalmente, muita força de vontade. Perto da Casa Lambert se encontra a Capela Nossa Senhora da Conceição, projetada e construída por Antônio Lambert e que em 2001 foi reformada por alunos do Centro Educacional Leonardo Da Vinci. Depois da visita a uma das primeiras casas de imigrantes italianos no Brasil, partimos em direção a Igreja matriz da Santa Teresa. Foi erguida no local onde os primeiros imigrantes rezavam em torno de uma imagem da Santa Teresa D’Avilla, trazida da Itália por uma imigrante, e possivelmente, mais tarde deu origem ao nome a cidade. Ao lado da Igreja se encontra um monumento com o nome das primeiras famílias que chegaram no núcleo colonial, e o Hino da cidade, composto por José Antônio Salviato e Vitor Biasutti. Ao sentarmos ali perto para ler um fragmento do romance “Karina” nos sentimos mais conectados com o passado árduo dos primeiros desbravadores, que chegaram em Santa Teresa. Logo em seguida, fomos até a Câmara Municipal do município, onde propormos em ato simbólico, que seja construído um museu da Cultura Italiana em solo teresense, para que a identidade cultural da cidade seja preservada ao longo dos anos.





Vitor Vieira (1º I2)

Sobre a palestra do percussionista e ativista cultural Fábio Carvalho

No dia 25/05/2011 iniciamos as palestras da diversificada ES: Aqui é meu lugar, recebendo no Da Vinci, a visita do músico e ex-integrante da banda Manimal, Fabio Carvalho.
Muito envolvido com a cultura negra e com o ritmo do congo, o músico explicou a história desse símbolo que compõe a cultura capixaba, que com o passar dos anos, vem perdendo espaço pela falta de interesse dos mais jovens.

Segundo as explicações do palestrante, o congo no Espírito Santo se originou com a chegada dos africanos no período da escravatura no Brasil. Ao entrar em contanto com a cultura indígena, o congo sofreu grande influência desta, incorporando a casaca, que antes era utilizada em rituais dos nativos espírito-santenses. Outra grande influência, partiu da vertente religiosa, pois os negros, praticamente eram obrigados a aceitar a realização de suas manifestações em português e com a devoção de um Santo de sua escolha. Um desses rituais ainda permanece vivo na cultura capixaba, a ‘’Festa de São Benedito’’ em que ocorre a puxada e fincada do mastro, fazendo referência a lenda de um navio negreiro (o Palermo) que naufragou, e os únicos sobreviventes foram os que se penduraram no mastro.

Fábio relembrou de como essa tradição dos negros, foi divulgada dentro e fora do país, quando bandas como a sua, o Manimal, fizeram sucesso. Com intuito de nos aproximar desse ritmo capixaba, o palestrante nos convidou a tocar os instrumentos típicos (as casacas e os tambores) e a cantar as músicas tradicionais dessa manifestação.



Diversificada - ES: aqui é o meu lugar!



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