No última quarta-feira de maio, o grupo da diversificada “ES: aqui é o meu lugar”, teve o privilégio de assistir a palestra do músico e percussionista, Fábio Carvalho, fundador do projeto “Congo na Escola” e líder do Grupo Manguerê. Carvalho foi integrante da banda Manimal e já participou de vários festivais, divulgando a história do congo e da cultura negra no Espírito Santo por grande parte da Europa.
Durante a palestra, entendemos que esse ritmo capixaba não pode ser considerado uma dança, e sim um ato folclórico, que é passado de geração em geração. Em relação a sua origem, o que se sabe é que os negros congolenses que chegaram no Brasil queriam fazer uma festa homenageando o Candomblé. Não obstante, seus senhores só permitiriam se as canções fossem cantadas em português e se houvesse uma associação com um santo da igreja católica. O que mais se aproximou foi São Benedito, um santo negro. Essas festas foram mantidas durante um longo tempo pelo Mestre Antônio Rosa (“Um branco que cuidava dos negros”, segundo Fábio), no município da Serra; preservadas até hoje por descendentes de outros mestres e bandas do estado.
Após essa aula de cultura negra, começamos a valorizá-la mais, o que tínhamos de conhecimento era que ela sempre foi marginalizada e oprimida.
No momento de colocar em prática tudo que aprendemos, utilizando instrumentos como a casaca (de origem indígena), o tambor (criado pelos africanos) e o apito (usado para iniciar e finalizar uma canção de congo), confirmamos o que foi dito pelo próprio palestrante: “Os capixabas têm facilidade de tocar congo”. Aprendemos várias músicas que há décadas são cantadas nas diferentes rodas de congo no Espírito Santo.
Foi uma manhã prazerosa e de muito aprendizado, que favoreceu a reflexão da importância desse tesouro cultural na formação do mosaico étnico capixaba.
Julia Koehler Bezerra e Rafaela Moro Queiroz – 1ª I4