Reflexão destinada a todas as pessoas que se sensibilizam com a missão educativa e os desafios/polêmicas a ela inerentes. E uma manifestação para reafirmar a crença do Centro Educacional Leonardo da Vinci em seu ideário educativo, código de regras e sistema de valores, que têm sido desde sempre nossa razão de ser e de subsistir.
O Cotidiano da Educação
“Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto - quer dizer, ninguém grande -; a não ser eu. E eu fico na beirada de um precipício maluco.
Sabe o que eu tenho que fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar para onde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto. Só isso que eu ia fazer o dia todo.
Ia ser o apanhador no campo de centeio e tudo... Sei que é maluquice, mas é a única coisa que eu queria fazer... Sei que é maluquice.”
(SALINGER, J. D. O apanhador no campo de centeio. 18. ed. Tradução de Álvaro de Alencar, Antônio Rocha, Jório Dauster. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 2012.)
A escola é um campo de centeio e tudo. O lar, também. Apanhadores em campos de centeio são os educadores: pais e professores. Estaremos todos atentos aos garotos que chegam mais perto das beiradas, porque nós, adultos, precisamos resguardá-los dos perigos - mas não só. No campo de centeio e tudo, há lugar para adultos que ensinam os pequenos a correr, brincar, olhar os diferentes caminhos, semear e colher o centeio. E, às vezes, mostrar-lhes que nem sempre as sementes brotam: é preciso persistir.
A emoção e a razão convivem, em contrário à fabulosa herança dos gregos, que preconizam a ideia de que a emoção estaria no ‘palco’ e a razão, na ‘vida’. Somos razão e emoção sempre, todo o tempo, porque vivemos no palco da vida ou na vida no palco. A educação e equilíbrio entre esses dois aspectos são os propiciadores do conforto, da felicidade. Os adultos precisam utilizar-se do equilíbrio entre o palco e a vida para oferecer, sempre, um pouco mais do que recebemos aos nossos filhos/alunos: senão mais, pelo menos a serenidade de que o mundo é bom e conspira a nosso favor.
Educar é um ato de delicadeza.
Nossos filhos convivem, mas especialmente sobrevivem no mundo que lhes oferecemos/é oferecido. Apanhadores nos campos de centeio e tudo, alguns querem estar e alguns outros querem salvar... Assim, cada um de nós vai auxiliando na construção de novas gerações, na expectativa de oferecer-lhes uma vida melhor, na relação com os semelhantes e com o planeta.
E mesmo quando tudo isso pareça tão distante, percebemos que a delicadeza está no abraço, principalmente o de dois braços.
A Equipe do Centro Educacional Leonardo da Vinci