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História & Literatura: visita de Luiz Guilherme Santos Neves
14/07/2005 · por Victor Humberto e Paulo de Tarso

Dando continuidade às iniciativas de valorização da história e arte locais, um dos pilares de atuação do Centro Educacional Leonardo da Vinci como escola de perspectiva cultural, os professores Joelmo Jorge e Paulo de Tarso, que atuam nas disciplinas de Geografia e Português nos 1os anos do Ensino Médio, conceberam, em 2005, o projeto “Olhares sobre o Espírito Santo”.

No desenvolvimento dos trabalhos, serão estudados e reinterpretados, pelos alunos, relatos sobre o Espírito Santo do final do século XIX e início do século XX, elaborados por pessoas de diferentes perfis: a literata Júlia Lopes de Almeida, o historiador Renato José Costa Pacheco, o pesquisador Douglas Puppin, o imigrante italiano Vittorio de Monti e o naturalista Auguste-François Biard. A proposta contempla três perspectivas de produção: trabalhos escritos (produção de artigos de opinião ou análise crítico-literária; criação de jornais de época), produções culturais para demonstração “ao vivo” (incluindo dramatizações, criação de documentários, elaboração de mosaicos com fatos históricos capixabas, criação de livros infantis, materiais didáticos e exposição ou feira cultural, dentre outras) e apresentações para outros alunos, em horários de entrada ou recreio, como desafio à criatividade e ousadia dos participantes.

Para realizar a abertura do projeto, a escola recebeu, no dia 06/07/2005, o professor Luiz Guilherme Santos Neves - Neves, advogado e historiador, docente aposentado da Universidade Federal do Espírito Santo, Associado do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, autor de grande número de obras de ficção e não-ficção, também já trabalhadas com os alunos do Ensino Médio no Da Vinci - para ministrar uma conferência para os alunos sobre o tema “A transformação de fatos históricos em motivos literários”.


O professor Luiz Guilherme, “abusando” de seu vasto conhecimento e da empatia construída com o público-alvo, manteve um contingente de 150 alunos atentos e participantes. Ao longo das quase duas horas de trabalho, os alunos participaram ativamente - tanto ouvindo quanto interferindo e colaborando com as propostas de interação com o objeto de estudo apresentadas pelo conferencista.


Em linhas gerais, a abordagem do professor teve os seguintes enfoques:
- Contextualização de todas as condições de produção dos relatos selecionados como focos do trabalho;
- Apresentação de dados históricos em torno das épocas retratadas, nas quais as viagens pelo Espírito Santo eram verdadeiras “aventuras”, dada a falta de infra-estrutura e as dificuldades de acesso;
- O estabelecimento de divisas entre os relatos históricos e textos literários;
- A possibilidade de utilização de um relato como estímulo à criação de tramas literárias;
- As variações de focos narrativos a partir de um mesmo objeto de estudo


Previamente ao seu contato com os alunos, o professor enviara à Escola uma crônica literária de sua autoria – “Firmiano, índio botocudo”, pedindo aos professores que a lessem e analisassem previamente com os alunos em contexto de sala de aula. Durante a conferência, retomou o assunto e leu/comentou o fragmento do relato histórico que lhe servira de motivação para produzir esse texto.
Depois, demonstrando domínio de técnicas de ensino/aprendizagem, propôs que os alunos discutissem entre si e apresentassem sugestões para a criação de outros textos literários a partir do mesmo referencial, agora sob diferentes perspectivas.
Envolvidos e capazes, os estudantes apresentaram algumas possibilidades de recriação: a história narrada sob o ponto de vista do próprio índio Firmiano, do cura que acompanhou sua tumultuada chegada ao Espírito Santo, do comandante da milícia que acalmou os ânimos do povo, do naturalista Auguste de Santi-Hilaire, que trouxe o índio botocudo em sua comitiva.
E aí a sugestão de um estudante que arrancou algumas “risadinhas” da platéia: a história poderia ser contada pelos grãos de café trazidos em um nó da camisa do índio Firmiano, este o foco da trama desenvolvida por Luiz Guilherme!
Então, interveio o professor... Em se tratando de literatura, seria perfeitamente possível que os grãos de café contassem a história segundo sua particular versão. Ademais, embora possível esse foco até para o público adulto, há que se considerar sua propriedade na geração de obras destinadas ao público de menor idade.


Em continuidade aos trabalhos, foi distribuído, para os alunos, um fragmento do relato “Viagem de Auguste de Saint-Hilaire ao Espírito Santo”, outra fonte ideal para a produção de tramas literárias.
Neste, o naturalista francês e cronista de costumes descreve sua subida ao Morro do Mestre Alvo, com um estilo de escrita que mistura as funções estética e utilitária da linguagem. Após a leitura individual, o professor Luiz Guilherme apresentou novo desafio: como esse texto poderia ser transformado em uma crônica ou narrativa literária? Mais uma vez, os alunos participaram ativamente, dando mostras de criatividade e envolvimento com o objeto de estudo. A história foi repensada sob diferentes perspectivas, demonstrando internalização, pelos alunos, dos conceitos de “foco narrativo”, “diferenças entre textos literários e não-literários”, “dimensões da narrativa” e “motivos estéticos”.


Findo o tempo, mais parecia que era hora do início, tamanho o prazer despertado e mantido pelo mestre. Um momento marcante de conscientização dos nossos alunos para o potencial criador que detêm e a importância de se apropriarem de seu entorno para criarem produções culturais e contribuírem para a “universalização” do local.
Em anos anteriores, o livro “O Templo e a Forca”, de autoria do professor Luiz Guilherme, baseado na Insurreição de Queimado (fato histórico marcante ocorrido no Espírito Santo), foi tema de estudo pelos alunos do Ensino Médio, os quais produziram diversos trabalhos relativos a ele, dentre os quais uma versão infantil transformada em material paradidático destinado aos alunos do Ensino Fundamental. Ao final de seu contato com os professores e alunos, o professor Luiz Guilherme Santos Neves foi presenteado com essa obra infantil, que vem perenizar a trama de “O templo e a forca” também para o público infanto-juvenil. Recebeu exemplares de nossa revista pedagógica, nos quais constam artigos de professores da Escola sobre os projetos desenvolvidos acerca da história e literatura capixabas, incluindo obras de ficção do próprio conferencista.


Ao início de agosto de 2005, será retomado o projeto “Olhares sobre o Espírito Santo”, que sem dúvida foi muito enriquecido com a abertura propiciada pelo professor Luiz Guilherme Santos Neves, aliando repertório cultural, planejamento e didática, sistematização de conhecimentos, capacidade de interação e superação de desafios pelos participantes.


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